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Não adianta esconder a sujeira sob o tapete; a História colocará os golpistas em seu devido lugar

Foto: Jornalistas Livres A História vai se lembrar Por Aline Valek, na CartaCapital Vou me lembrar dos risos e fogos enquanto as coisas ruíam. O riso de quem só queria estar certo, não importando quão feio tivesse que ser o rasgo, ou quanta lambança precisasse ser feita apenas para que pudesse dizer “chupa” ou “bem […]

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Foto: Jornalistas Livres

A História vai se lembrar

Por Aline Valek, na CartaCapital

Vou me lembrar dos risos e fogos enquanto as coisas ruíam. O riso de quem só queria estar certo, não importando quão feio tivesse que ser o rasgo, ou quanta lambança precisasse ser feita apenas para que pudesse dizer “chupa” ou “bem feito” para o outro lado.

Vou me lembrar da TV criando seu próprio roteiro e das pessoas acreditando nele, como se fosse novela, como se fosse propaganda – em vez de celebridade, foi âncora de jornal vendendo o produto em questão.

Vou me lembrar da sinfonia de panelas orquestradas para dar força aos planos de alguns poucos, sob o disfarce de indignação geral. As mesmas panelas que calaram quando eram adolescentes apanhando da polícia, ou a periferia sendo massacrada, ou a merenda sendo roubada.

Vou me lembrar de quem pediu pelos militares, vou me lembrar de quem aplaudiu torturador, vou me lembrar dos rostos de quem agrediu e cuspiu em pessoas que deram o azar de estar com a camisa da cor errada.

Vou me lembrar dos votos de deputados sendo, sem nenhuma vergonha, endereçados aos seus parentes, esposas, filhos, como se dissessem “é por mim mesmo que estou fazendo isso”; mas tudo bem, todos os pecados serão perdoados, desde que praticados por alguém que defenda a sigla certa.

Vou me lembrar de um substituto que não poupou esforços, cartinhas vazadas e articulações nos bastidores para ascender ao poder sem votos. Vou me lembrar do cheiro de pizza voltando com força, das investigações voltando para a gaveta e das mulheres voltando para o seu lugar, não no poder, mas na beleza, no recato e no lar.

Vou me lembrar de que todo o barulho e toda a confusão para que se mudasse tudo foi, no fundo, movimento para que continuasse tudo igual.

Vou me lembrar porque a memória deles é fraca, mas meu nome é História. Hoje me negam, amanhã me repito. Já aconteceu antes. E, do jeito que continuam a me amassar, me jogar para debaixo do tapete, a se recusar a olhar na minha cara, vou acontecer de novo. E nem adianta me dar tchau.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Macau

17/05/2016 - 10h54

É sempre mais escuro antes de amanhecer. Não desistam da briga, porque eles já estão perdendo!

Reinaldo Mechica Miguel

17/05/2016 - 10h04

O temer para estar agindo desta forma e SEM QUALQUER CERIMÔNIA destruindo todo um legado social, cultural e democrático DEVE ESTAR CERTO QUE O GOLPE É IRREVERSÍVEL. Caso contrário a cada dia deste desgoverno o Brasil RECUA 10 ANOS. Estamos entrando em uma fase de TERRA ARRASADA. “Trevas amigo… E o pior ainda está por vir.” Wagner Moura.


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