Foto: Antônio Cruz / Arquivo/ Agência Brasil
Protógenes foragido por fazer o que todos fazem
O ex-deputado e ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz está sendo considerado foragido e foi colocado na lista da Interpol a pedido da justiça brasileira. Sua defesa afirma que ele está na Suíça onde pediu asilo político, desde 2015.
Em resumo, Protógenes Queiroz foi condenado por “vazar informações sigilosas para concorrentes do banqueiro Daniel Dantas e para a imprensa”.
Na condenação do juiz da 7ª Vara Criminal de São Paulo, Ali Mazloum, a conduta do então delegado da PF, “representa, precipuamente, a apuração de um método, próprio de polícia secreta, empreendido sob a égide da Constituição Federal, mas à margem das mais comezinhas regras do Estado Democrático de Direito”.
O juiz disse ainda que “é espantoso que pessoas sejam submetidas a ‘averiguações’ típicas de regimes totalitários em plena normalidade republicana. Como por exemplo, fragmentos de ‘arapongagem’ contra a presidenta eleita Dilma Rousseff, a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, José Dirceu, além dos senadores Heráclito Fortes, ACM Neto, o ex-ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso e José Serra”.
Em tempos de Lava Jato, quando pessoas estão sendo presas e condenadas com base em delação premiada, sem provas, e por pressão da imprensa capitalista alimentada por vazamentos que chegam a expor gravações, muitas vezes conseguidas ilegalmente pela justiça, a condenação de Protógenes é um verdadeiro escândalo.
A pergunta que fica é: O que diferencia a prática dele das atuais, seja do juiz Sérgio Moro, do Ministério Público, ou da própria PF?
No auge de sua carreira como delegado, assim como se vê hoje em dia, era chamado de “caçador de banqueiro”, “caçador de políticos corruptos” e era constantemente saudado e elogiado pela imprensa capitalista, considerado herói por muitos. Tanto que ao candidatar-se a deputado obteve mais de 94 mi votos.
O processo contra ele foi tramitado em julgado em segunda instância e resultou na demissão da Polícia Federal, em 2014; por “prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial”, revelar “segredo do qual se apropriou em razão do cargo” e “praticar ato lesivo da honra ou do patrimônio da pessoa, natural ou jurídica, com abuso ou desvio de poder”.
Como delegado da PF, Protógenes participou de uma série de operações policiais que tiveram destaque na imprensa. Sua condenação foi por causa da Operação Satiagraha, concluída em 2010, a qual ele esteve a frente desde o seu início em 2004.
Ao analisar recurso o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve parte da decisão que o considerou responsável. Por outro lado a operação foi considerada nula pelo STF.