Esse vídeo do Malafaia, publicado no Viomundo, nos causa duas reações: ânsia de vômito e perplexidade.
A agressividade descontrolada do Pastor Malafaia contra o jornalista Bernardo Mello Franco, um colunista moderado e tranquilo da Folha de São Paulo, só encontra explicação, conforme observa Jean Wyllys, em vídeo igualmente reproduzido pelo Viomundo (e que copio aqui também), na soberba histérica causada pelo sucesso do golpe.
Wyllys defende a desobediência civil contra o governo ilegítimo de Michel Temer, porque sabe que estamos diante do fascismo em estado puro. Um fascismo perigosíssimo, porque o ódio de Malafaia é um ódio de morte, de extermínio, de intolerância radical com o diferente de si!
É o ódio que explica porque o Brasil é um dos países com maior número de crimes de intolerância do planeta!
O fascismo estimulado pela imprensa agora se volta contra um colunista da própria imprensa.
Malafaia vocifera contra o PT, contra o governo, contra os “esquerdopatas” como um verdadeiro nazista, e ainda xinga um colunista da Folha que não tem nada a ver com isso.
O que Bernardo Mello Franco tem a ver com os escândalos do governo? Nada! Muito pelo contrário. Franco sempre foi um colunista e jornalista bem comportado, alinhado à linha editorial da Folha, embora tenha conseguido preservar uma certa dignidade, que não o deixou se contaminar pela intolerância radical e cafona que vemos em tantos jornalistas (em especial da Globo).
Franco arriscou-se a fazer uma crítica ao governo Temer, mencionando Malafaia, e a resposta foi esse festival de intolerância e intimidação.
Malafaia xinga Bernardo Mello Franco de esquerdopata, petralha, defensor de corruptos, etc.
O lado bom é que agora está claro, para todos, o que é a direita raivosa no poder.
O ódio fascista de Malafaia, por causa de uma simples coluna de opinião, é demoníaco e assustador!
Malafaia é um comentarista do G1 que ganhou vida e virou pastor…
Entretanto, essa violência nos causa perplexidade, porque prova que, mais uma vez, a mesma imprensa que apoiou o golpe agora é ameaçada pela direita descontrolada, autoritária e raivosa, que não admite críticas.
Igualzinho 1964…
Repare, contudo, que Malafaia é covarde. Ele não ataca a Folha de São Paulo. Ao contrário, ele elogia a Folha. Sua fúria se dirige ao jornalista, que é um alvo muito mais vulnerável.
Também isso ocorreu em 1964. Os donos de jornal, os Frias, os Mesquita, os Marinho, ficaram muito mais ricos e poderosos durante a ditadura.
Quem foi prejudicado foram os jornalistas, a liberdade de expressão, a democracia, a classe trabalhadora.
É isso o que vai ocorrer no governo Temer.
Malafaia pode até xingar um jornalista da Folha, mas provavelmente será repreendido pela cúpula do governo Temer, que explicará ao fascista de estimação que os inimigos reais, aqueles que realmente devem ser exterminados, são os blogueiros…
“A Folha é nossa amiga, Malafaia”, dirá Michel Temer, num telefonema reservado.
Eu defendo Bernardo Mello Franco, mesmo sabendo que ele é protegido por estar dentro de uma corporação poderosa, amiga do novo regime, porque acho que devemos sempre defender os indivíduos, os cidadãos, que não podem ser culpados pelos crimes e erros de governos e corporações.
A Folha trabalhou o tempo inteiro para que pessoas como Malafaia chegassem ao poder.
Os blogueiros, estes são atacados pelos golpistas em peso: pela Folha, pela Globo, e pelo novo regime usurpador!
Os blogueiros serão defendidos apenas por seus leitores e, sobretudo, pela história!
Para mim, é o suficiente!
Abaixo, os vídeos de Malafaia e Jean Wyllys, e um trecho da coluna de Bernardo Mello Franco que enfureceu Malafaia.
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Trecho da coluna que enfureceu Malafaia:
A chegada de Temer encheu o palácio de representantes da direita brucutu do Congresso, como os deputados Alberto Fraga e Laerte Bessa, da bancada da bala, e o ruralista Luis Carlos Heinze, que já se referiu a quilombolas, índios e homossexuais como “tudo que não presta”.
Depois do pronunciamento de estreia, o presidente interino se reuniu a portas fechadas com líderes religiosos e parlamentares evangélicos. Estavam presentes os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano, que defendem ideias como o projeto da “cura gay”. Eles voltaram para casa entusiasmados com o novo regime.
Bernardo Mello Franco, na Folha