Foto: Mídia NINJA
Dia de paralisações em defesa de direitos leva milhares de trabalhadores às ruas do país
Trabalhadores de diversas categorias, como metalúrgicos, petroleiros, rodoviários, da construção civil, bancários, comerciários e professores aderiram ao Dia Nacional de Paralisações, hoje (10), em defesa da democracia e contra o golpe do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, desde de manhã estão sendo realizados travamentos de avenidas e rodovias e atos em frente a locais de trabalho, em diversos pontos do país, para dialogar com os trabalhadores sobre os riscos aos direitos trabalhistas de um eventual governo Temer. Em todos os estados ocorreram mobilizações de sindicatos e movimentos sociais. Algumas atividades devem durar todo o dia.
Segundo as frentes, o objetivo das manifestações foi chamar a atenção da sociedade brasileira e do exterior para o golpe que se articula contra a presidenta da República. Os movimentos social e sindical buscam dar uma demonstração de resistência ao golpe e à retirada de direitos, representados por um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB, a quem garantem que não vão reconhecer como mandatário legítimo.
As principais avenidas e vias de grandes cidades também foram paralisadas. Em São Paulo, foram travadas a Avenida 23 de maio, a Ponte da Vila Maria, as Marginais Pinheiros e Tietê, as rodovias Dutra, Anhanguera e Bandeirantes. No interior, estudantes da Universidade federal de São Carlos, do Campus de Sorocaba, paralisam neste momento a Rodovia João Leme dos Santos, que a cidade à capital.
No Rio de Janeiro, os trabalhadores dos Correios, bancários e petroleiros fizeram atos, estes últimos na refinaria Duque de Caxias. Em Brasília, os movimentos paralisaram as BRs 020 e 070.
Em Minas Gerais, militantes da Frente Povo sem Medo caminha em direção ao Acampamento pela Democracia, na praça da Liberdade, no centro da capital mineira, para protestar contra o golpe. Pela manhã, movimentos sociais travaram, com pneus em chamas, a BR 265, entre Salinas e Montes Claros, e a BR 040. O ato foi realizado em frente ao trevo de Congonhas, forçando a paralisação das mineradoras Vale, Ferrous Resources, Gerdau e CSN na região. Houve bloqueio também na BR 135, próximo a Buenópolis, norte do estado. Os trabalhadores da Liquigás fizeram um ato em frente ao Centro Operativo na sede da empresa em Betim.
Na Bahia, manifestantes vestidos com as cores da bandeira do Brasil paralisam a Avenida Suburbana e a Avenida Sete de Setembro, em Salvador. Em frente ao Shopping da Bahia, também na capital do estado, agricultores familiares fazem um ato em defesa dos programas sociais do governo federal, entre eles o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que beneficiaram os camponeses e as camponesas.
Durante a manhã, também na Bahia, a BR 324, próximo a Feira de Santana, ficou ocupada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) junto a militantes das centrais sindicais. A rodovia que liga Itabuna a Ilhéus e a avenida Suburbana, em Salvador, também ficou fechada. O mesmo com algumas vias da região do Alto Sertão Sergipano e da região do Baixo São Francisco. Em Pernambuco, a BR 101 Sul, próximo a fábrica da empresa Vitarella, também foi fechada.
Em Vargem Grande, no Maranhão, manifestantes ocuparam a BR 222. Na BR 101, em Suape, Pernambuco, os manifestantes foram reprimidos pela Polícia Militar. Ainda assim a via ficou bloqueada entre as 6h e as 14h. Outros casos de repressão foram registrados em São Paulo, Pernambuco e Espírito Santo.
No Rio Grande do Norte, contra a perda de direitos trabalhistas, os trabalhadores rodoviários organizaram uma paralisação dos ônibus da capital, Natal, até às 12h. Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte também fizeram mobilização contra o golpe.
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, centenas de manifestantes seguem em vigília contra o golpe, em um ato realizado na Esquina Democrática, no centro da cidade. Durante a manhã, oito oito rodovias foram fechadas no estado.
Em Foz do Iguaçu (PR), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fechou a Ponte da Amizade e a Universidade Latino-Americana. Na capital do estado, Curitiba, cerca de duas mil pessoas fizeram abraço simbólico no Banco do Brasil e na Caixa Econômica. Em Santa Catarina também aconteceram fechamentos de rodovias.