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Como Macri na Argentina, Temer pode trazer de volta ao Brasil as piores páginas de sua história

Foto: Mídia NINJA Temer quer levar o Brasil pela via da Argentina de Macri? Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual Depois de caminhos paralelos ao longo deste século, em governos antineoliberais, estaria se desenhando uma nova aproximação entre Brasil e Argentina, mas desta vez retomando os caminhos do neoliberalismo? Mauricio Macri escolheu economistas ortodoxamente […]

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Foto: Mídia NINJA
Temer quer levar o Brasil pela via da Argentina de Macri?
Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual
Depois de caminhos paralelos ao longo deste século, em governos antineoliberais, estaria se desenhando uma nova aproximação entre Brasil e Argentina, mas desta vez retomando os caminhos do neoliberalismo?

Mauricio Macri escolheu economistas ortodoxamente liberais e aplica um duro ajuste fiscal na Argentina. Os efeitos não se fizeram esperar: aumento exponencial do desemprego, inflação descontrolada, achatamento salarial, aumento brutal das tarifas dos serviços públicos, rebaixamento do perfil das políticas sociais, privatizações, enfraquecimento das empresas públicas, diminuição do peso do Estado na economia, fuga de capitais, retomada do ciclo infernal de endividamento externo da Argentina, com enormes mobilizações populares de resistência, perda de prestígio e de popularidade do novo governo.

É por este caminho que Temer pretende fazer trilhar o Brasil?

O tipo de economistas que o vice parece escolher que repetiriam a mesma aventura. Além de defenderem posições que mantiveram no passado – especialmente nos anos 1990 –, com resultados catastróficos para os dois países, dão todos os sinais de acreditarem piamente nas mesmas fórmulas. Por esse caminho, teríamos aqui os mesmos resultados de lá: desemprego acelerado, inflação descontrolada, salários achatados, tarifas públicas elevadas, fuga de capitais etc. etc.

Típico do caráter aventureiro dos dois personagens – Macri e Temer – é não pensar nas consequências sociais, nem dos efeitos que as políticas que defendem provocam. Eles se colocam a serviço dos mais ricos, buscam pôr em prática o que os economistas neoliberais sempre pregaram, não importando o dano que causaram ao país cerca de duas décadas atrás.

Naquele momento era a estreia vigorosa do neoliberalismo, que não tardou em fracassar. Foi sucedido pela afirmação dos direitos dos mais postergados, suas vítimas preferenciais de sempre. Agora se trata da vingança contra os direitos adquiridos.

Não por acaso, na Argentina se promove o que de mais cruel pode haver em termos de cortes nas políticas sociais e que já havíamos visto na Grécia, agora com a suspensão da gratuidade de remédios para idosos –golpear as parcelas mais frágeis da população e economizar poucos recursos, mas para demonstrar que os que nada têm, serão os mais duramente golpeados.

No Brasil, o ódio manifestado nas ruas por madames contra o bolsa família, como se fosse mantido por recursos retirados delas, se expressa nas reiteradas e sádicas declarações de candidatos a trabalhar no projeto golpista do Temer, dizendo que só serão contemplados os 5% mais pobres entre os pobres. O que significaria retirar esse apoio de 40% milhões de pessoas.

A seguir pelo caminho do desemprego, inflação galopante, fuga de capitais, retorno do FMI, como está trilhando a Argentina, o Brasil ameaça retomar as piores páginas da sua história enquanto a antologia dos fracassos e das agressões aos direitos dos trabalhadores ameaça voltar pelas mãos dos golpistas.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Eisenheim

09/05/2016 - 20h17

Nada está tão ruim que não possa piorar. Eis uma das ‘Leis de Murphy’.

Se os coxinhas quiserem o Brasil como uma Argentina, com arroxo para todos os lados e aumento abusivo dos preços, parabenizo vocês, por acreditarem no governo de ‘Pai Temer’.

É muito coragem e muita burrice também.

Alexandre Moreira

09/05/2016 - 12h17

Quero ver coxinha coletando lixo, dirigindo ônibus, estivando, batendo ponto em fábrica, atendendo em hospitais, repartições públicas, bancos, enfrentando desabastecimento, estradas fechadas, aeroportos paralisados. A partir do dia 11 é GREVE GERAL!


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