Foto: Jornalistas Livres
Mineiros denunciam golpe na passagem da Tocha
O revezamento da Tocha Olímpica por Minas Gerais tem sido uma ótima oportunidade para a sociedade civil se manifestar contra o golpe jurídico-midiático-parlamentar em curso no País. Na passagem por Uberlândia, por exemplo, 86 atletas, paratletas e personalidades locais se revezaram nesse sábado 7 de maio carregando o símbolo olímpico por 16 km de ruas e avenidas, saindo da Arena Sabiazinho, no Parque Sabiá, até o Teatro Municipal, onde foi montado um palco do lado de fora para apresentações artísticas.
Aproveitando a ocasião e as câmeras da imprensa, diversos ativistas de movimentos sociais, sindicatos e coletivos como o Levante Popular da Juventude, produziram cartazes e faixas contra o golpe que foram espalhados pelos principais pontos de concentração no trajeto da Tocha. Infelizmente, muitos deles foram arrancados, mostrando como certos setores da sociedade irão dificultar ao máximo a livre expressão de posições contrárias (veja o caso dos ativistas detidos pelas intervenções urbanas contra a Globo). Melhor sorte teve um grupo de juristas que instalou um outdoor ao lado da sede local da Ordem dos Advogados do Brasil, numa das principais avenidas da cidade e que leva o nome de um político, ainda vivo e atuante, que foi um dos signatários do Ato Institucional nº 5. Por isso, muitos chamam a avenida de Grande Otelo, ator nascido em Uberlândia em 1915.
A destruição das faixas e cartazes, no entanto, não desanimou os ativistas, que carregaram placas ao longo do trajeto com frases como “Temer Golpista”, “Não ao Golpe”, “SOS Coup in Brazil”, “Temer: Ponte para o abismo”, etc. O momento mais lindo da manifestação foi quando encontraram causalmente jovens do grupo de dança Pérola Negra, que haviam feito antes uma apresentação no evento oficial, e as meninas começaram a entoar o já famoso bordão “Não Vai Ter Golpe” e conseguiram uma faixa para abrir bem na hora da passagem da Tocha pela Praça Tubal Vilela, uma das mais importantes da cidade. Enquanto isso, o professor Sérgio Martins pedalava por Uberlândia com uma bicicleta toda ornamentada contra o golpe e foi a sensação em frente ao Teatro Municipal, onde dezenas de pessoas pediam para fazer selfies ao lado do veículo.