O programa do golpe
No último dia 29, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) entregou ao vice-presidente golpista, Michel Temer, um conjunto de propostas dos empresários para assim que se consolidar o licenciamento da presidenta Dilma Rousseff no processo de impeachment no Senado Federal implantar trinta e seis medidas que são um retrocesso aos direitos dos trabalhadores conquistados ao longo dos anos através de muitas lutas.
Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, “a saída da grave crise econômica por que passa o País exige a adoção de uma série de medidas na área fiscal e de aumento da competitividade. Não existe bala de prata ou uma mágica para melhorar o ambiente de negócios. É um conjunto de ações que, somadas à retomada do diálogo e à escolha de uma equipe eficiente, podem tirar o País da recessão”. (Estadão 30/4/16) Para o representante golpista da CNI, as prioridades a serem tomadas estão na reforma da Previdência, controle dos gastos públicos, “valorizar” a negociação coletiva e regulamentar a terceirização, reforma tributária, privatizações etc.
O programa da direita golpista, representada pela CNI, revela o que e quem está por trás do golpe de Estado. Deixa claro que o interesse em derrubar o governo do PT não tem nada a ver com a luta contra a corrupção, na verdade, o interesse é atacar os direitos dos trabalhadores para favorecer meia dúzia de capitalistas nacionais e estrangeiros em detrimento das condições de vida da classe trabalhadora.
As propostas dos empresários golpistas devem ser entendidas tal qual o que foi defendido pelo vice-presidente da FIESP e diretor-presidente da CSN, Benjamin Steinbruc, que declarou que os trabalhadores não deveriam ter horário para almoço, que eles podem muito bem comer um sanduíche com a mão esquerda, operando a máquina com a direita. A Reforma da Previdência Social e um ataque às aposentadorias, sendo que o trabalhador só poderá se aposentar a partir dos 65 anos de idade, tanto para homens como para mulheres, ou seja, para manter a taxa de lucro dos capitalistas, os trabalhadores devem trabalhar até morrer.
Sugerem, ainda, que sejam criados mecanismos de controle dos gastos públicos, que nada mais são do que reduzir os investimentos na saúde e na educação, como já foi anunciado no programa do PMDB “A ponte para o futuro”, para beneficiar meia dúzia de tubarões capitalistas donos de escolas e de hospitais. Acabar com os programas sociais como a bolsa família, minha casa minha vida, Pronatec etc.. Eles querem também “privatizar tudo” como foi anunciado nos jornais da burguesia.
Querem “valorizar” a negociação coletiva, diga-se flexibilização trabalhista, em que o negociado se sobreponha ao legislado, acabando com os direitos garantidos da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
Os golpistas defendem também a terceirização indiscriminada em todas as áreas, um ataque sem precedentes, jogando na lata do lixo, os direitos adquiridos dos trabalhadores.