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Nobel da Paz: golpe no Brasil atende a interesses econômicos internacionais

Foto: Mídia NINJA Senge-PR: Nobel da Paz diz que golpe de Estado no Brasil serve a interesses econômicos externos Na Fisenge Em visita ao Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), o prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, alertou sobre o que aponta como verdadeiros interesses por trás do impeachment da presidente da […]

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Foto: Mídia NINJA

Senge-PR: Nobel da Paz diz que golpe de Estado no Brasil serve a interesses econômicos externos

Na Fisenge

Em visita ao Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), o prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, alertou sobre o que aponta como verdadeiros interesses por trás do impeachment da presidente da República. “Trata-se de de um golpe brando, um golpe encoberto e sem base legal, nos moldes do que já ocorreu em Honduras, com o afastamento do presidente Manuel Zelaya e no Paraguai, com Fernando Lugo. São ações de cunho liberal para acelerar as privatizações de empresas estatais e aumentar o controle social na América Latina movidas para atender a interesses econômicos externos”, disse.

Nesta sexta, 29 de abril, Pérez Esquivel disse que sua vinda ao Brasil tem os objetivos concretos de trazer apoio e solidariedade pelo fortalecimento democrático brasileiro. Na opinião do arquiteto, premiado como liderança internacional na defesa dos direitos humanos, é importante afirmar o Estado como instituição e, para isso, não se deve permitir que sejam corrompidos os princípios constitucionais, porque isso é perigoso e nocivo ao povo. “Democracia não se ganha, se constrói. E é fundamental para que as instituições funcionem corretamente”.

Segundo ele, a Argentina, sua terra natal, já experimenta os efeitos nocivos da defesa de interesses externos feitas pelo próprio governo. “Em apenas quatro meses do governo neoliberal conservador de Macri o número de pobres aumentou em 1,4 milhão e o prejuízo maior é para os mais necessitados”.

Em Curitiba, Pérez Esquivel participou do ato que marcou um ano do chamado Massacre do Centro Cívico, promovido pelo governo do Paraná contra professores e demais servidores públicos.

Uma das conquistas que não pode ser perdida mas que está em risco, na opinião Adolfo Pérez Esquivel, é o avanço na integração regional da América Latina alcançado nos últimos anos. “São conquistas que estão sendo deixadas de lado na Argentina, por exemplo, em nome de acordos com os Estados Unidos que ignoram os interesses do continente latino-americano. A unidade regional é muito importante, porque se os latino-americanos não se unirem serão sempre colonizados”.

Pérez Esquivel defende que o Mercosul e Unasul não reconheçam governos que não sejam democráticos e prevejam a expulsão, dos seus quadros, de países em que ocorram golpes de estado.

O Nobel da Paz alertou que o enfraquecimento da democracia abre espaço para toda forma de exploração, inclusive de recursos naturais como a água, bem finito e abundante na América Latina, e que desperta grande interesse. “A África, por exemplo, não é um continente pobre. É um continente empobrecido porque foi saqueado”, afirmou com a propriedade de quem integrou uma missão especial da Organização das Nações Unidas (ONU) de trabalhos humanitários para a Namíbia e África do Sul.

Durante sua estada em Curitiba, nesta sexta, 29 de abril, Adolfo Pérez Esquivel participou, no Centro Cívico, do ato que marcou o aniversário de um ano dos ataques do governo do estado feitos aos servidores públicos e professores. Depois esteve na sede do Senge-PR, onde concedeu entrevista coletiva e seguiu para palestra no 2º Ato em Defesa da Democracia, na Faculdade de Direito da UFPR.

Prêmio Nobel da Paz no ano de 1980, Adolfo Pérez Esquivel é hoje presidente do Consejo Honorario del Servicio Paz y Justicia en América Latina, presidente do Servicio Paz y Justicia Argentina, da Comisión Provincial por la Memoria de Buenos Aires, da Liga Internacional por los Derechos y la Liberación de los Pueblos, da Academia Internacional de Ciencias Ambientales, da Fundación Universitat Internacional de la Pau de San Cugat del Vallés (Barcelona) e do Consejo Académico de la Universidad de Namur, Bélgica. Também é membro dol Tribunal Permanente de los Pueblos, do Comité de Honor de la Coordinación internacional para el Decenio de la no-violencia y de la paz, do Jurado Internacional del Premio de Derechos Humanos de Nuremberg, do jurado del Premio de Fomento para la Paz “Felix Houphouet Boigny” da UNESCO, do programa de educação internacional “Peacejam”, do Consejo Mundial Proyecto José Martí de Solidaridad Mundial, do Consejo Asesor del Canal Telesur e parte do Consejo Directivo del Instituto Espacio para la Memoria (IEM).

Fonte: Senge-PR

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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veranisrodrigues

03/05/2016 - 16h49

Pena que ninguém está ouvindo, pois somos, todos que defendemos a democracia neste momento brasileiro, invisíveis.


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