Correspondentes internacionais se chocam com “audácia” golpista

É divertido ver o novo joguinho de manipulação da imprensa brasileira, diante das denúncias crescentes vindas da mídia internacional, cada vez mais convencida de que o processo de impeachment em curso no Brasil não é democrático.

A imprensa brasileira está acostumada a manipular a opinião pública brasileira. Manipular a opinião mundial é um desafio novo para ela.

Possivelmente nossos barões da mídia não contavam com ataques tão diretos da mídia estrangeira, e ataques não apenas contra o golpe, mas também contra a cobertura do impeachment feita pela imprensa nacional.

No twitter, dois importantes correspondentes internacionais, Vincent Bevins, do Los Angeles Times e Alex Cuadros, da Bloomberg, trocaram hoje comentários sarcásticos sobre o golpe.

A conversa se iniciou com Alex Cuadros mencionando anunciadas medidas do “governo Temer” contra a corrupção: mudar o nome da Controladoria Geral da União, instituição criada por Lula. Ou seja, medidas apenas midiáticas, num esforço algo patético de melhorar a imagem do PMDB.

Vincent Bevins então rebate: “A mesma coisa vale para o atual impeachment. Como eles podem ser tão audaciosos a ponto de nem ao menos ´fingir´que é por crime de responsabilidade? ”

Alex Cuadros replica, irônico: “Eles podiam fingir nem que fosse por polidez”.

 

É isso. A democracia brasileira virou piada, e com razão de ter virado, na boca dos correspondentes internacionais.

Os golpistas sequer simulam direito. Provavelmente terão que voltar ao cursinho de teatro da Globo…

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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