A força-tarefa da Lava Jato, uma associação inconstitucional (porque um deveria trabalhar para conter o outro, e não trabalharem juntos) entre procuradores, delegados, juiz e órgãos de mídia, aproveita-se do golpe deflagrado pela Câmara dos Deputados para tentar emplacar uma nova ficção.
Todos os sinais emitidos pela força-tarefa nos últimos dias são de que a operação irá interromper a sua louca cavalgada de infinitas etapas e irá focar agora em criminalizar o PT e prender o ex-presidente Lula.
O foco agora é necessário para abafar na mídia os bastidores sujos e criminosos do golpe: sobretudo as denúncias de compras de parlamentares por parte de empresários ligados à Fiesp.
A nova denúncia do MPF é inteiramente política. Os procuradores usam emails triviais entre membros do governo e João Santana para conclusões diabólicas, tipo: João Santana aconselhava o PT, então era interessado na manutenção do PT no poder…
É realmente assustadora a obsessão golpista da força-tarefa.
Qualquer recadinho trivial, email, anotação, é interpretada com incrível liberdade criativa pelos procuradores, sempre com objetivo de criminalizar o partido dos trabalhadores.
Como de praxe, a maioria das ilações da denúncia fundamenta-se apenas na elástica criatividade da força-tarefa, e não em provas.
João Santana ganhou dinheiro de campanhas políticas, aqui e lá fora, mas porque efetivamente produziu conteúdo de campanha, e não apenas para o Brasil, nem apenas para o PT, mas para vários partidos, empresas e países.
Como o dinheiro, frequentemente, não tem selo de origem, a força-tarefa aproveita-se para confundir a opinião pública e subsidiar a mídia com manchetes contra o partido dos trabalhadores.
Bem oportuno!
Houve corrupção, mas a grande maioria dos políticos envolvidos pertencia ao PP e ao PMDB, partidos que traíram o PT e deram o golpe.
Há dezenas, quiçá centenas de políticos envolvidos, mas as sentenças de Sergio Moro até o momento atingem apenas duas figuras ligadas ao PT: o ex-deputado André Vargas, flagrado por esquema inteiramente alheio à Petrobrás (ele supostamente tentou influenciar a Caixa a fazer negócios de publicidade com a agência de seu irmão), e João Vaccari Neto, contra quem não se descobriu um centavo em sua conta ou de sua família (à diferença de Cunha, que movimentou mais de 400 milhões de dólares, clandestinamente, no exterior).
Abaixo, o documento de ficção do Ministério Público, divulgado ontem.