por Redação
Um golpe de Estado está em curso no Brasil. É o que denuncia o jornal holandês de Volkskrant, em entrevista com Marianne Wiesebron, brasilianista e professora de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Leiden, na Holanda.
“Um golpe de Estado está em curso no Brasil. Todo mundo sabe que é justamente Rousseff quem não é corrupta”, diz Wiesebron.
Ela ainda afirma que o processo de impeachment contra Dilma é antidemocrático.
“O processo de impeachment existe para lutar contra o crime, e o que Rousseff fez não cabe na definição necessária para uma renúncia ao cargo”.
Segundo Wiesebron, é evidente o papel do vice-presidente Michel Temer no golpe contra Dilma.
“Já faz um ano que um grupo de oito se prepara para tirar Rousseff do poder. Um deles é o vice-presidente Michel Temer. No mês passado, seu partido deixou a coligação com o PT de Rousseff, mas ele não. E por quê? Porque com a queda de Rousseff ele sobe ao poder. Esta é única maneira pela qual eles podem tomar o poder”.
Na avaliação da brasilianista, o impeachment de Dilma tem raízes na luta de classes.
“A direita brasileira não suporta a ideia de que o Partido dos Trabalhadores já está há 14 anos no poder e ajudou 30 a 40 milhões de pessoas a sair da pobreza. Com a ascensão da classe média, eles estão vendo seus privilégios desaparecer. Depois da reeleição de Dilma em 2014, eles apelaram três vezes ao conselho eleitoral contra a vitória e perderam as três vezes. Mas parece que eles acabarão conseguindo a vitória de uma maneira antidemocrática”.
A pesquisadora lembra ainda que o próprio vice-presidente, Michel Temer, está envolvido em suspeitas de corrupção, assim como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
“É hipocrisia ao extremo. Principalmente porque durante as viagens oficiais de Rousseff, ele mesmo, como vice-presidente, não era avesso à contabilidade criativa. Seu colega de partido e Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também não é diferente. Ele foi mencionado nos Panamá Papers, mas pede que fechem os olhos para as suas finanças questionáveis como uma recompensa pela queda de Rousseff”, afinetou Wiesebron.
A pesquisadora ainda explicou à reportagem do de Volkskrant que a mídia brasileira é extremamente partidarizada, anti-PT e anti-Rousseff.
“A gigante midiática Globo desempenha um papel particularmente nocivo. Recentemente um veterano foi demitido, porque disse ser contra o impeachment e, consequentemente, a favor da permanência de Dilma. É assim no Brasil: as notícias são estupradas. Desculpe a palavra, mas não posso descrevê-lo de outra forma”.
Wiesebron finaliza a entrevista afirmando que é dever do Senado brasileiro barrar o impeachment de Dilma.
“Oito mil advogados brasileiros já assinaram um manifesto com esse apelo. Eles também acham que um golpe de Estado está em curso. Agora é o Senado que decidirá se o procedimento realmente será instaurado”.
Sue
27/04/2016 - 12h08
PSDB É FINANCIADO PELOS ESTADOS UNIDOS. ALOYSIO NUNES É O CARREGADOR DA MALA.
Teodoro Magni
26/04/2016 - 20h32
Temo que em pouco tempo todos esquecerão que houve golpe. E mais uma vez a grande mídia será decisiva na construção desse entendimento. É uma situação profundamente frustrante para quem viveu a esperança de um Brasil que conquistava e via tantos alcançarem tantas vitórias na luta contra a superação das desigualdades.
Bernardo Domenici
26/04/2016 - 17h39
E eles ainda terão coragem de tocar o impeachmeat no Senado
gilberto
26/04/2016 - 15h55
A Globo tem medo mas não tem vergonha. Esperar o que de uma empresa de bajulação a golpistas e fraudes, conforme minuciosamente explicada por PHA em sua obra “O Quarto Poder”.
João Bosco
26/04/2016 - 13h13
A rede estupradora de notícias não quer largar o osso. Plim…Plim.