O gastrofascismo é a nova moda
por Leandro Fortes (via Conversa Afiada)
A doença infantil do antipetismo criou, no Brasil, a figura do fascista de restaurante.
É o sujeito ou grupo de sujeitos que vai ao restaurante insultar pessoas que pensam de forma diferente ou tem outra opção política-ideológica à dele.
São, quase sempre, idiotas funcionais que foram ativados pela mídia, como naquelas experiências com espiões hipnotizados atribuídas a americanos e soviéticos, durante a Guerra Fria.
O sujeito sai de casa com a esposa, vai almoçar ou jantar num restaurante qualquer e, de repente, ele vê…um petista!
Não um petista qualquer, aquele vizinho inconveniente que não bate panelas, que chama ele de coxinha pela varanda, que coloca ?#?Lula2018?como nome de rede de internet, por pura sacanagem.
Um petista MESMO: uma deputada que defende direitos humanos, um senador que apoia o MST, uma celebridade que detona Bolsonaro nas redes sociais.
Aí, o fascista de restaurante, simplesmente, esquece a mulher, os filhos, a comida, o próprio sentido de sair de casa para ir comer fora, e parte para cima do petista. Mesmo que o alvo não seja petista, mas apenas esquerdista, o que é, claro, a mesma coisa.
Basta ter dito por aí que o impeachment de Dilma é golpe.
Ele parte para cima, ativado no modo Globo News, uma metralhadora de clichês roubados dos debates radiofônicos da CBN, uma Veja desgovernada babando ódio e ressentimento de classe.
“Como assim, no MEU restaurante, ESSA GENTE?”
No caso de José de Abreu, que encerrou a discussão com uma bela cusparada na cara de um desses cretinos, o argumento de fundo utilizado é uma pérola no direitismo tupiniquim: como alguém que vota no PT, ou é comunista, pode ser dar ao desfrute de almoçar em um caro restaurante japonês?
Essa visão pedestre de que a esquerda deve se alimentar de ovo frito e banana não é fruto de reflexão alguma, por óbvio.
É parte de um vasto relicário de dogmas organizados em apostilas da Escola Superior de Guerra para serem usados como doutrina anticomunista, entre os anos 1960 e 1980.
Trata-se de uma contraposição primária, feita sob medida para alienados, ao conceito marxista de mais valia.
Ou seja, ao fato de que o trabalho incorporado a um produto, pela força do trabalho em si, é sempre inferior ao que Marx chama de “trabalho comandado” – isto é, o que o valor de venda desse mesmo produto pode comprar em termos de horas trabalhadas.
Essa discrepância está na base da impossibilidade natural, no nosso capitalismo, de os trabalhadores e trabalhadoras não poderem acessar boa parte dos bens de consumo que produzem, seja um automóvel de luxo, seja um pedaço de salmão cru em cima de um bolinho de arroz.
O que o pensamento de esquerda clássico (não necessariamente marxista) defende é que tudo que o trabalhador produz deve, para efeito de justiça social, também ser consumido por ele.
Justamente, essa interface escandalosamente ideológica está na origem da reação do grande capital aos governos do PT. A percepção de que a aproximação do trabalho ao seu valor de uso capitalista cria uma perigosa consciência de classe contra-hegemônica.
Por isso, os principais interessados em destruir essa percepção – o capital rentista e o latifúndio – acionaram a mídia. A esta, ancorada no dinheiro e nas concessões públicas, coube ativar a vasta rede de analfabetos políticos e indigentes morais que atacam pessoas em restaurantes.
Os gastrofascistas, a nossa mais nova jabuticaba.
Sandro Fuzi
30/04/2022 - 22h07
Mas que artigo xulo.
Ladrão é ladrão em qualquer lugar, e não tem direito de frequentar um ambiente público sem ser assediado pelo eleitor. Pois quem roubou e assaltou o país por décadas não pode ter o direito de frequentar ambientes frequentado por pessoas honestas que pagam seus impostos e acabam sendo roubados por esta corja comunista. E ainda ficam tentando criarem termos linguísticos… que baboseira de artigo.
Bando de corruptos.
Ricardo Burg Ceccim
24/04/2016 - 18h30
Interessante a construção de argumento e a invenção de uma palavra-conceito (grastrofascista), mas não acho boa a chamada “nova jaboticaba brasileira”. Embora a palavra “jabuticaba” seja do vernáculo tupi, trata-se de uma fruta que homenageia o sabor brasileiro, preferia ver a chamada como “novo fascisto tupiniquim”, isto é, um novo fascimo originário do Brasil. O tupiniquim é o “brasileiro à brasileira”. Reservemos a jabuticaba para os jovens na rua, vindos de seu desejo de liberdade, como aconteceu no fora Collor e agora no fora Temer e fora Bolsonaro. Essas são jaboticabas, os fascistas de restaurante são a miséria brasileira, o resto colonizado, que olha pro espelhinho e se vê como outro e não como nós mesmos. Neste caso, o tupiniquim assinala o colonizado e não o saboroso. Em que pese desejarmos o Manifesto Antropófago da Semana de Arte Moderna em defesa da brasilidade tupiniquim como a mais libertária, esses gastrofascistas só nasecem aqui por amarem o colonizador.
maria nadiê Rodrigues
24/04/2016 - 15h02
A maioria é de inocentes úteis, servíveis, ou subservientes dos comandos da hora, de ocasião. Pensam estar na lista de favorecimentos dos projetos de Temer. Vão se entender como massa de manobra quando o bolso apertar, e enxergar-se no mundo real. Por hora é tudo fantasia.
Fábio Brito
24/04/2016 - 15h36
O ASSUSTADOR DIA SEGUINTE!
Quando 367 é maior que 54 milhões!
Exclusivo no REBELDE SILENTE!
https://rebeldesilente.wordpress.com/2016/04/24/pcc-na-direcao-e-o-comando-vermelho-no-coracao-triste-brasil/
renato andretti
24/04/2016 - 12h04
Golpistas Gastrofascistas .
nunca esqueçamos do GOLPISTA..