A decisão adotada ontem pela Câmara dos Deputados, de continuar o processo de impeachment da presidenta Dilma, sem que tenha existido indício ou discussão de fundo durante o debate sobre os supostos crimes, constitui um motivo de séria preocupação para a região.
A eleição democrática e majoritária de Dilma como presidenta constitucional não pode ser revogada em um julgamento político por uma maioria parlamentar, a menos que exista uma prova que a vincule de maneira direta e dolosa com o cometimento de um crime, feito que até agora não ocorreu.
Confiamos que o Senado, atuando em consciência como juiz e após avaliar a firmeza e a pertinência legal das provas apresentadas, detenha esse processo que pode chegar a afetar seriamente a democracia regional e a segurança jurídica do hemisfério.
Quito, 18 de abril de 2016.