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Intervenção urbana protesta contra impeachment na Praça Portugal
Homens vestidos em ternos e gravatas, mulheres de tailleur, todos recobertos de lama e com uma bandeira brasileira a lhes cobrir os olhos. 35 homens e mulheres andam lentamente, com panelas em uma das mãos e o outro braço em riste, repetindo o gesto em referência ao ditador Adolf Hittler. A performance Cegos, do grupo Desvio Coletivo, de São Paulo, tomou no fim da tarde desta sexta-feira, 15, a Praça Portugal, na Aldeota, seguiu até a avenida Beira Mar e de lá para o Dragão do Mar, na Praia de Iracema.
“Apesar de haver certa dubiedade na recepção das pessoas, a performance é muita clara: é uma intervenção urbana e é também um manifesto político contra o golpe”, afirma Marcelo Denny, performer e criador da intervenção. Ele explica que a performance foi criada a partir da metáfora da cegueira, já presente na obra “Ensaio sobre a Cegueira”, do escritor português José Saramago.
“Tínhamos nos apresentado há dois meses em San José, na Costa Rica, e daqui vamos para Estocolmo, na Suécia. Em cada parte, reunimos elementos sobre uma cegueira da realidade do local. Dessa vez, não poderíamos nos abster de nos posicionarmos contra essa situação fascistóide que tem se apresentado no país”, opina.
A Praça Portugal e a Beira Mar foram escolhidas, conforme o criador, por se tratar de uma área onde “moram burgueses que se manifestam de forma cega e avassaladora, batendo panelas”.