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60 mil na Lapa contra o golpe. A direita vai querer enfrentar as ruas?

Foto: Reprodução / TV Globo Mais de 60 mil pessoas lotaram a Lapa, no Rio de Janeiro, para ouvir o ex-presidente Lula durante ato da “Cultura a Favor da Democracia” A direita vai querer enfrentar as ruas? por Emir Sader, na Rede Brasil Atual Se o Congresso fosse minimamente o espelho da opinião das pessoas, […]

17 comentários
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Foto: Reprodução / TV Globo

Mais de 60 mil pessoas lotaram a Lapa, no Rio de Janeiro, para ouvir o ex-presidente Lula durante ato da “Cultura a Favor da Democracia”

A direita vai querer enfrentar as ruas?

por Emir Sader, na Rede Brasil Atual

Se o Congresso fosse minimamente o espelho da opinião das pessoas, o impeachment estaria derrotado já na comissão. Mas, como se viu nas discussões, não é assim que a coisa funciona em um Congresso eleito pelo poder do dinheiro e povoado de lobbies que os representam, em lugar de representar a cidadania e ser o espelho da sociedade.

O consenso nas ruas mudou radicalmente, das palavras de ordem contra Dilma, pelo “não vai ter golpe”, refletindo as maiores mobilizações populares que o país viveu, desde a campanha das diretas.

Resta saber que efeito terá a força das ruas diante da impermeabilidade deste Congresso.

Podemos dizer que a direita está derrotada moralmente. Perdeu o discurso, seus representantes não falam mais; perdeu capacidade de mobilização, seus líderes estão abertamente comprometidos com corrupção. Mas isso acontecia na campanha das Diretas que, apesar do imenso apoio popular e do discurso irrefutável, não conseguiu 2/3 de votos o Congresso e foi derrotada politicamente.

Não basta derrotar moralmente a direita, é preciso traduzir essa vitória moral em vitória politica.

A derrota da direita pode vir pela sua incapacidade de obter os 2/3 de votos pelo impeachment na Câmara. Será a derrota política que pode abrir caminho à reconstrução de um modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda. Ela será seguida pela formação de um novo governo, pela derrota dos partidos de direita e da mídia golpista e, provavelmente, também, pelo fim da carreira politica de Eduardo Cunha.

Mas, como se comportará a direita nos próximos dias? Fará de tudo para tentar impedir sua derrota no plenário da Câmara, pela ação conjunta de Eduardo Cunha, Moro, Janot, Gilmar, de todos os que têm agido politicamente a favor do golpe.

Se chegar a ter os 2/3 de votos no plenário, vai se atrever a direita a seguir adiante e enfrentar não apenas a voz, mas também a ira das ruas? Se atreverá a aplicar o nefasto programa do PMDB, que é uma antologia do que de mais conservador existe hoje no Brasil?

A direita, nos seus vários segmentos, se jogou com tudo pelo golpe, tanto os partidos, como a mídia. Caso seja derrotada, tentará não se dar por vencida. Eduardo Cunha, enquanto sobreviva, tentará apresentar outras propostas de impeachment. A mídia apostará nos processos no TSE. Enquanto isso, tratarão de manter o clima de pessimismo e de ingovernabilidade, tentando atingir a figura do Lula, coordenador do novo governo.

O certo é que, depois desta crise, o Brasil não será igual. Ou se somará à Argentina na restauração neoliberal ou terá que desbloquear as travas para retomar e aprofundar o projeto iniciado em 2003 e avançar no modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda. Alternativas que hoje se resumem em: golpe ou vitória da democracia.

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Comentários

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Marcelo Trincado

30/04/2016 - 21h42

Esse Emir Sader deveria fazer Stand Up Comedy….muito bom os textos dele.

Não tem um que não caio na gargalhada.

José Ruiz

13/04/2016 - 10h00

olha só, vou bater uma real prá galera que tá pensando em manifestar domingo lá em Brasília, esse povo que só pensa em trabalhar e viver em paz..não é porque temos um “pool” de políticos corruptos tentando cassar um raro político honesto no país – o que nos faz passar vergonha perante todo o planeta – que vocês vão pirar, ok? Não quero saber de ninguém invadindo o congresso, pegando político da laia do eduardo cunha e jogando no fosso.. NÃO FAÇAM ISSO!! Nada de descer o cacete nesses vagab.., digo, políticos.. não VAMOS invadir o congresso e só sair de lá com uma assembleia nacional constituinte.. por favor, contenham-se!

Débora

12/04/2016 - 23h17

Eu acho que tinha mais de 60 mil, entre 90 e 100 mil! De qualquer maneira, se pautar pelas contas da polícia militar e Globo e em pesquisas eleitorais ou de aprovação que não são eleição e não a substituem é uma tremenda canalhice e demagogia. Se os comícios do PSDB definissem que ia para o segundo turno, certamente os candidatos deste partido estariam em último, atrás do pastor Félix.

Gustavo

12/04/2016 - 14h04

Se 61% da população quer o impeachment e as manifestações pró-impeachment foram maiores do que as contra (de acordo com qualquer fonte que quiser, datafolha, PM, organizadores, etc.), qual a base para dizer “Se o Congresso fosse minimamente o espelho da opinião das pessoas, o impeachment estaria derrotado já na comissão” e “vai se atrever a direita a seguir adiante e enfrentar não apenas a voz, mas também a ira das ruas?” ?

Veja bem, não estou nem tocando no ponto se é ou não golpe, somente queria entender esse raciocínio. De onde vem essa base, de onde vem esses dados.

    márcia Julita f Santos

    12/04/2016 - 21h11

    A direita e o Ibope diz que o povo contra o golpe é 40%,queria entender essa conta,somos povo+ movimentos sociais+apoio de MST+CUT+UNE+OEA+11 Países onde moram brasileiros+seguimento da sociedade como:músicos,atores,juristas,advogados,club de futebol,cantores,intelectuais etc… E não vejo isso tudo apoiando o golpe.Parece que o Ibope faz o jogo dos golpistas manipulando dados. KKKKKKKKKKK

      Gustavo

      13/04/2016 - 07h01

      Então qual é o número correto?
      Veja bem, pra afirmar que contra impeachment é a maioria da população, precisa de um pouco mais do que “achismo”… (a conta que eles fazem você pode conferir na metodologia de cada pesquisa)

      Vamos supor que a direita, o Ibope, Datafolha, PM e organizadores das manifestações sejam corruptos e seus números estejam errados. Isso ainda não prova que a maioria da população é contra o impeachment… Por que os movimentos sociais + MST/CUT/UNE não contratam uma pesquisa para ver a opinião da população? Ou será que já contrataram e o resultado não foi positivo? <- De uma pesquisada que você vai encontrar isso…

      O mais importante é que a esquerda não feche-se no seu casulo e comece a acreditar em "fatos" inventados… Não é porque a mídia é parcial que a esquerda tem que se alienar e não buscar números, fatos, etc.

    Débora

    12/04/2016 - 23h18

    Resposta acima.

Midori Mayari

12/04/2016 - 13h11

Um ponto importante a ser lembrado:

Pela última pesquisa do Datafolha, 61% da população quer o impeachment da Dilma. Mas não é só isso; 60% é também favorável ao impeachment tanto dela quanto do Temer, 58% é favorável ao impeachment do Temer independentemente do impeachment da Dilma, e 77% é pela cassação do Cunha.

Ou seja, se tiver sucesso o impeachment, essa massa que hoje é contra o governo ou sairia de campo ou, potencialmente, poderia até se manter nas ruas, mas agora contra o governo que suceder a Dilma. Os meios de comunicação podem até tentar minimizar o problema, mas eles já mostraram que sua capacidade de convencimento anda reduzida, a ponto de equipes de TV serem habitualmente expulsas das manifestações pró-impeachment.

Ao mesmo tempo, quem hoje é contra o impeachment provavelmente vai se posicionar contra um teórico governo pós-Dilma.

O resultado final é que existe uma chance real da pressão popular contra o governo não reduzir com um potencial impeachment, mas sim aumentar.

Francisco de Assis

12/04/2016 - 12h04

Alô, Cafezinho, ilustrando matéria com foto da Globo? Segue uma melhor abaixo.
http://www.tijolaco.com.br/blog/wp-content/uploads/2016/04/lapa1riom.jpg

Sev Rodrigues

12/04/2016 - 09h50

O Governo nao precisa de votos. Quem precisa de votos e’ a Democracia do Brasil. Se houverem pelo menos 180 homens e mulheres dignos e integros no Congresso, nao vai ter GOLPE. Se passar o GOLPE, o Brasil nao merece mais respeito como Pais. Volto a repetir, o Governo nao precisa de nenhum deputado, Se o Brasil for um lixo, nao acharemos 180 homens dignos e integros neste congresso.

    Asdrubal Caldas

    12/04/2016 - 10h12

    É uma questão simples de matemática. Se a Câmara é composta por 513 Deputados, e tirando-se os 300 picaretas que o Lula disse, antes de ser governo que, lá existiam. Ainda restariam 213. Se para que a Dilma permaneça no cargo são necessários apenas 171 votos ( numero sugestivo “171”, vocês observaram?) então ela deverá permanecer no cargo. SQN. Ocorre que estes tais 300 picaretas já existiam antes do Lula ser governo, porem depois do mensalão, com toda aquela compra de Deputados, este número deve ter aumentado assustadoramente. E baseado nesta premissa, dificilmente ela conseguira o numero suficiente de votos. Mas ainda resta uma esperança, tudo vai depender dos acertos feitos pelo Lula lá do hotel onde ele se instalou, para cooptar os Deputados indecisos. Diante deste grande imbróglio, só nos resta esperar o resultado final. É como dizia o velho Tancredo Neves: “Resultado de eleição, só mesmo depois da apuração”

      Josimar Lemos

      12/04/2016 - 10h37

      Grande frase de Tancredo! Infelizmente essa é uma lição que o Netinho dele, a oposição e a elite golpista desse país ainda não aprenderam!

      João Luiz Brandão Costa

      12/04/2016 - 18h20

      Esses caras são como aves necrofágicas. Só beliscam moribundos. Se o governo se reerguer, volta tudo prás tetas da msmãe estado….

Fabio Rodrigues

12/04/2016 - 09h42

Tod@s às ruas.
#NaoVaiTerGolpe.
Vamos entupir a Esplanada, a Paulista, a orla carioca e todos os cantos do país.
Não passarão.

    Asdrubal Caldas

    12/04/2016 - 10h13

    Hum!!! Num sei não.

      Fabio Rodrigues

      12/04/2016 - 10h28

      Pode ficar tranquilo. Os golpistas não terão os votos necessários.


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