Esqueçam os números totais do Datafolha, porque eles correspondem ao wishfull thinking golpista da família Frias.
A Paulista lotou no dia 13 e lotou igualmente no dia 18. Tiveram mais ou menos o mesmo número de participantes, e não 95 mil para 500 mil, como estima o Datafolha.
Eu publico as pesquisas e os textos abaixo, porém, para registro histórico, e para que os leitores analisem não o número total de participantes, mas as diferenças de faixa de renda, raça, opiniões políticas, idade etc.
Um dos problemas que precisamos sanar, e nosso país, é a ausência de instrumentos confiáveis de pesquisa.
Não apenas sofremos com uma mídia concentrada, que manipula a opinião pública, como temos de aceitar que os institutos de pesquisa mais importantes sejam controlados por esta mesma mídia.
Eu chamaria atenção para a diferença mostrada no quadro abaixo. Ele mostra que, na manifestação dos coxinhas, havia somente 4% de negros. Na manifestação antigolpe, 14%. A faixa de renda dos coxinhas também é mais elevada.
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no Datafolha
Os 95 mil manifestantes que foram à Avenida Paulista se dividem quanto ao desempenho do governo Dilma Rousseff (PT): 46% deles avaliam a gestão como ótima ou boa, 39%, como regular, e 14%, como ruim ou péssima, além de 1% que não opinou.
Consultados sobre o melhor presidente da história do Brasil, 88% mencionaram espontaneamente Lula, e os demais se dividiram entre Vargas (3%), João Goulart (1%), Juscelino Kubitschek (1%), Dilma (1%) e Fernando Henrique (1%), entre outros com menos de 1%.
Questionados se os deputados federais votariam ou a favor ou contra o impeachment de Dilma, 95% afirmaram que deveriam votar contra, e 4%, a favor. Uma parcela de 2% não opinou ou são indiferentes em relação ao tema.
Independente da posição sobre o assunto, 78% avaliam que Dilma não será afastada da Presidência da República. Para 14%, ela será afastada, e 9% não opinaram sobre o assunto.
Sobre a renúncia de Dilma, 95% avaliam que a petista não deveria deixar o cargo voluntariamente, para 4% ela deveria renunciar, e 1% não opinou.
A cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) tem o apoio de 96% dos manifestantes que foram à Paulista, e os demais são contra (3%).
Ampla maioria (88%) dos presentes avalia que o juiz Sérgio Moro agiu mal ao obrigar o ex-presidente Lula a depor, na Polícia Federal, no último dia 4. Para 10%, contudo, ele agiu bem, e 2% não emitiram opinião.
Dentre os que foram à Paulista, 61% participaram de outras manifestações a favor do governo Dilma Rousseff no ano passado.
A maioria (85%) dos manifestantes não participa de grupos que organizaram o protesto. Dentre os que participam, 4% disseram ser da CUT, 1%, do MTST, 1%, da Apeoesp, 1%, ao PT, e 1%, ao MST, entre outros menos citados.
Os principais meios de transporte usados para chegar à Paulista foram de metrô (56%), ônibus comum (31%), carro (10%), a pé (9%), trem (8%) e ônibus fretado (6%), entre outros com menor percentual.
Manifestantes do sexo masculino eram maioria (58%), e a idade média era de 39 anos. A maioria (78%) estudou até o ensino superior, e os demais tinham escolaridade média (18%) ou fundamental (5%).
A maioria se autodeclarou de cor branca (62%), e os demais eram pardos (20%), pretos (14%), amarelos (2%) e indígenas (1%).
Na manifestação realizada contra o governo Dilma, no último domingo (13), a idade média dos participantes era de 45,5 anos, com participação de 77% de pessoas com nível superior, e 88% da PEA.
A divisão por renda mensal familiar mostra que 21% tinham ganho de até 3 salários mínimos; 23%, de 5 a 10 salários; 28%, de 5 a 10 salários; e 24%, de mais de 10 salários mínimos por mês.
Também era de 80% o índice dos que faziam parte da PEA (População Economicamente Ativa), com destaque para assalariados registrados (32%) e funcionários públicos (15%). Entre os 20% que não faziam parte da PEA, destaque para a presença de estudantes (8%) e aposentados (7%).
O PT era o partido preferido de 48%, e na sequencia apareciam PSol (18%) e PC do B (4%), entre outros menos citados. Um em cada quatro (25%) declarou não ter partido de preferência.
Os paulistanos eram 72%, vindos da região Sul (19%), Oeste (18%), Centro (16%) e Norte (8%).
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Maior manifestação política da história de SP reúne 500 mil na Paulista
OPINIÃO PÚBLICA – 14/03/2016 12H37
No Datafolha.
DE SÃO PAULO
A maioria dos 500 mil manifestantes presentes à Avenida Paulista era do sexo masculino (57%), e a idade média registrada foi de 45,5 anos. Os manifestantes mais escolarizados, com ensino superior, eram 77%, e os demais tinham escolaridade média (18%) ou fundamental (4%). Esse foi o maior público já registrado pelo Datafolha em uma manifestação política: na comparação com março do ano passado, quando 210 mil pessoas passaram pela Paulista para protestar contra o governo Dilma, houve alta de 138% no público presente.
De forma geral, o perfil dos manifestantes não sofreu mudanças significativas quando comparado ao dos que foram à mesma avenida em março do ano passado, também para protestar contra Dilma Rousseff, seu partido e contra o ex-presidente Lula.
Faziam parte da PEA (População Economicamente Ativa) 82% dos que foram à avenida, com destaque para assalariados registrados (31%), autônomos regulares (12%) e empresários (12%). Entre os 18% que não faziam parte da população economicamente ativa, destacaram-se os aposentados (11%). Declararam-se da cor branca 77%, e os demais declararam ser pardos (15%), pretos (4%) e amarelos (3%).
Três em cada dez manifestantes (33%) eram da região Sul de São Paulo, à frente das regiões oeste (13%), leste (12%), centro (12%) e norte (8%). Havia ainda 21% de manifestantes que vieram de fora da capital paulista para o protesto. Em relação à renda mensal familiar, 14% disseram obter um ganho de até 3 salários mínimos por mês, 17%, de 3 a 5 salários, 26%, de 5 a 10 salários, e 37%, mais de 10 salários.
O PSDB foi o partido mais citado (21%) como preferido pelos manifestantes, e em seguida, em um patamar bem menor, foram mencionados Partido Novo (2%) e PV (2%), entre outros com 1% ou menos. A maioria (68%), porém, disse não ter um partido preferido. Na comparação com o perfil dos manifestantes que compareceram à Paulista em março do ano passado, na maior manifestação realizada contra o governo Dilma até então, a preferência pelo PSDB caiu: à época, 37% apontam o partido como agremiação preferida.
Houve quase unanimidade na reprovação ao governo Dilma Rousseff, considerado ruim ou péssimo por 98%, e regular por 1%. Os demais aprovam a gestão da petista ou não opinaram, com índices abaixo de 1%.
Oito em cada dez (79%) dos presentes declararam ter votado em Aécio Neves (PSDB) para presidente no 2º turno da eleição presidencial, e só 3% declaram ter votado em Dilma. Uma fatia de 9% não votou, 8% votaram em branco ou nulo, e 1% não respondeu.
Questionados sobre quem foi o melhor presidente da história do país, 60% citaram espontaneamente Fernando Henrique Cardoso, e em seguida aparecem Juscelino Kubitschek (7%), Getúlio Vargas (5%), Itamar Franco (3%), João Batista Figueiredo (3%), Lula (2%), Fernando Collor de Mello (1%), Médici (1%), Castelo Branco (1%), Jânio Quadros (1%) e Tancredo Neves (1%), entre outros com menos de 1%. Para 8%, nenhum presidente foi o melhor da história, e 7% não opinaram sobre o assunto.
O apoio ao impeachment da presidente é maciço entre os manifestantes (95%), e os demais são contra (4%) ou não opinaram (1%).
Um número menor (79%), contudo, acredita que a petista será afastada de seu cargo, e 17% avaliam que ela não será afastada. Uma parcela de 4% não opinou sobre o assunto.
A renúncia de Dilma é apoiada por 89% dos manifestantes que estiveram na Paulista e arredores, e para 10% ela não deveria renunciar.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), também é alvo de grande rejeição: entre os participantes do protesto, 96% são a favor da cassação de seu mandato, 2%, contra, e outros 2% são indiferentes ou não opinaram.
Ampla maioria (96%) também declarou apoio à decisão do juiz Sérgio Moro, responsável pelo julgamento da operação Lava Jato, de obrigar o ex-presidente Lula a depor na Polícia Federal. Os demais acreditam que o juiz agiu mal (3%) ou não opinou (1%).
Sete em cada dez (70%) disseram já ter participado de atos contra o governo Dilma Rousseff no ano passado. A adesão aos grupos organizadores desses protestos, porém, é baixa: 94% não participam dos grupos organizadores da manifestação. Na fatia dos que participam,3% disseram ser do Vem Pra Rua, 1%, ao MBL, e 1%, ao Revoltados, entre outros menos citados.
Para obter a opinião e o perfil dos manifestantes, o Datafolha ouviu 2.262 pessoas com 12 anos ou mais na Avenida Paulista, ruas adjacentes e principais vias paralelas do local do protesto.
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