Mobilização reafirma o posicionamento do sindicato da categoria, contrário às investidas promovidas contra a presidenta Dilma Rousseff
A exemplo de outros setores, jornalistas de São Paulo participam hoje (7), a partir das 19h, de ato em defesa da democracia e dos direitos sociais hoje, na sede do sindicato da categoria, na região central da capital paulista. A manifestação vai reafirmar a posição contrária ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Jornalistas apresentarão depoimentos sobre a situação da categoria durante o regime ditatorial civil-militar (1964-1985), bem como análise da atual conjuntura política nacional.
Dirigentes do sindicato devem conceder uma entrevista para a imprensa internacional visando a denunciar casos de violência contra jornalistas brasileiros. De acordo com relatório divulgado no mês passado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), o país ocupa a quinta posição entre os mais perigosos para profissionais de imprensa.
Na última semana, a entidade já havia se posicionado em oposição às tentativas de derrubar o governo de Dilma. Durante encontro com artistas e intelectuais, o sindicato entregou à presidenta o Manifesto em Defesa da Democracia e dos Direitos Sociais, que já conta com mais de 1.700 assinaturas. “Três décadas após o fim do regime militar, nos vemos novamente sob a ameaça do autoritarismo”, afirma o documento.
A argumentação do manifesto aponta incongruências nos processos que levam à desestabilização do mandato da presidenta. “Parlamentares que acumulam denúncias de corrupção, como Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e alguns dos principais partidos políticos do país já contabilizam votos no Congresso com intuito do impeachment e negociam abertamente um futuro governo, num clima de golpismo institucionalizado”, afirma.
O documento questiona as reais intenções de um impeachment no atual momento. “Defendemos direitos sociais – o patrimônio público, as reservas de petróleo do pré-sal, as empresas estatais, os direitos trabalhistas, os avanços contra o racismo e o machismo, a redução da miséria e da desigualdade – ameaçados pelos adversários da democracia.”
A crítica abrange ainda as grandes empresas de comunicação, e o papel desempenhado por esses grupos para agravar a crise de hostilidade na população. “Essas empresas transformam seus veículos noticiosos em alto-falantes para que fontes ocultas no aparelho de Estado alardeiem vazamentos seletivos de informação, visando a destruir reputações e a soterrar o direito de defesa”, diz o manifesto. “Não vamos deixar que nos calem. Não ao golpe! Viva a democracia!”, conclui.
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