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O impeachment subiu no telhado?

[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)] Análise Diária de Conjuntura – 05/04/2016 A política brasileira continua monopolizada pelos debates em torno do impeachment da presidenta Dilma. A situação permanece tensa e fatos novos aparecem a cada minuto, mas todos concordam que, nos últimos dias, o governo recuperou parte de suas forças e voltou a ter boas chances […]

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Análise Diária de Conjuntura – 05/04/2016

A política brasileira continua monopolizada pelos debates em torno do impeachment da presidenta Dilma.

A situação permanece tensa e fatos novos aparecem a cada minuto, mas todos concordam que, nos últimos dias, o governo recuperou parte de suas forças e voltou a ter boas chances de vencer a votação do impeachment.[/s2If]

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Nesta segunda-feira, o advogado-geral da união, que representa a presidenta da república, apresentou a defesa do governo junto à Comissão de Impeachment, um grupo de 65 deputados que decidirá se o impeachment deve ou não ser votado em plenário. A tendência é que a oposição vença a batalha na comissão, porque tem maioria, mas perca em plenário, onde ainda não tem os 342 votos – num total de 513 deputados – para aprovar o afastamento da presidenta da república.

O relator da comissão informou que deverá apresentar o seu relatório nesta quarta-feira. A comissão se reunirá às 14 horas, no plenário 1.

Faltam cerca de 48 dias para que o impeachment seja votado em plenário.

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, argumentou que, segundo a Constituição Brasileira, o impeachment só pode acontecer em caso de crime de responsabilidade da presidenta da república, e a comissão do impeachment não apresentou nenhum crime até o momento.

A operação Lava Jato tem sido alvo de pesadas denúncias, de que permitiu uma série de escutas clandestinas, fez uso de tortura para obter delações politicamente determinadas, além de ter vazado ilegalmente uma série de áudios que envolviam o ex-presidente e a atual presidenta.

Nesta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal determinou que o vice-presidente, Michel Temer, também seja incluído no processo de impeachment, o que representa um forte revés justamente para o grupo que defende a saída de Dilma, porque este grupo contava que Michel Temer se tornasse o novo presidente do Brasil.

Sem Michel Temer, o próximo na linha sucessória da presidência da república seria Eduardo Cunha, o atual presidente da Câmara, acusado de dezenas de crimes de corrupção, detentor de contas clandestinas na Suíça e já delatado diversas vezes pela Lava Jato, a mesma operação que tem sido usada pelas forças da oposição contra o governo. Ou seja, apenas a possibilidade de que o Brasil seja governado por alguém contra quem pesam acusações tão pesadas já serve para enfraquecer a tese do impeachment.

Com o enfraquecimento do impeachment, tem aumentado as vozes da oposição, entre elas a da ex-candidata Marina Silva, que defendem novas eleições para outubro deste ano. A presidenta da república respondeu que só aceitaria isso se as eleições valessem para todos, inclusive para os parlamentares que desejam derrubá-la. [/s2If]

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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