Segue um estudo fresquinho da USP, sobre os manifestantes dos dias 13 e 18 de março.
É um material interessante para ser estudado a fundo. Temos que perseguir um mínimo de harmonia social, que nos permita combater o fascismo, a intolerância e o golpismo.
Examinem o documento com cuidado e comentem no blog.
Eu destacaria os seguintes pontos. Na página 13, encontro a seguinte informação:
Chama a atenção que as páginas de políticos são mais curtidas pelos manifestantes antigolpe, o que sugere que os pró-impeachment podem ter uma descrença maior no sistema político. Chama a atenção também o grande número de curtidas pelos manifestantes pro-impeachment em páginas de políticos da extrema direita, como Ronaldo Caiado, Bolsonaro e Coronel Telhada, superando políticos do establishment, como Aécio e Fernando Henrique Cardoso.
Isso explica o que a gente viu na manifestação do dia 13: Aécio foi escorraçado e Bolsonaro, ovacionado. O núcleo duro da manifestação pró-impeachment é uma extrema-direita agressiva e intolerante. O núcleo duro das manifestações antigolpe, por outro lado, não é a extrema-esquerda, e sim uma centro-esquerda democrática e tolerante.
Eu também destaco a seguinte tabela da pesquisa, que fala das campanhas e movimentos sociais que apoiaram os dias 13 e 18. Observe as colunas PM, Poder de Mobilização, e GM, Grau de Engajamento, que me parece a mais coerente. Volto em seguida.
Eu achei interessante saber que o movimento dos jovens contra o fechamento de escolas está engajado na campanha antigolpe. A imprensa não tinha nos dado essa informação. O Movimento Passe Livre, idem.
O mais interessante de tudo, porém, é descobrir que, nas manifestações da direita, o poder de mobilização está concentrado em três grupos: Anti-PT, MBL e Vem pra Rua Brasil. Esses dois últimos tem sido acusados, frequentemente, de ligações com grupos direitistas norte-americanos.
Outra tabela, sobre os veículos de comunicação, revela o crescimento da importância dos blogs. O Cafezinho escapou de aparecer por pouco, quiçá porque eles queriam fazer um painel mais plural, trazendo veículos da direita, da esquerda, jornais nacionais, internacionais, etc. Mas entraram no radar o Tijolaço, o DCM, o 247, o Ninja e o GGN. Observe que o Tijolaço tem mais participação, entre os participantes do dia 18 do que Globo, Record, G1. Os principais veículos do golpe são: Veja, Globonews, Folha de São Paulo, Época e Istoé. Os principais veículos da luta antigolpe são os blogs progressistas, a Rede Brasil Atual, e a Mídia Ninja.