Numa prova de que a Lava Jato está conectada intimamente à agenda golpista, a operação amanheceu nesta sexta-feira, no dia seguinte às grandes manifestações contra o golpe, com mais conduções coercitivas ilegais, além da prisão espetacular de Silvio Pereira, ex-secretário do PT.
A condução coercitiva de Breno Altman, editor do site Opera Mundi e reconhecido intelectual progressista, obviamente crítico ao golpe e à Lava Jato, reflete bem o pensamento de Sergio Moro e comparsas: é preciso prender, prender, prender, todo mundo que é crítico.
A Lava Jato é o golpe e já está implantando uma espécie de proto-ditadura no país. Prende quem quiser, grampeia quem quiser, conduz coercitivamente quem quiser.
Não é preciso seguir a Constituição. Não é preciso respeitar a democracia.
Ninguém tem direito à defesa. Todos são criminosos até prova em contrário.
É um escárnio!
Depois de centenas, milhares de juristas, incluindo ministros do STF, protestarem contra o uso ilegal da condução coercitiva, que só deve ser usada após a pessoa se recusar, por duas vezes consecutivas, a comparecer perante o juiz, Sergio Moro manda conduzir coercitivamente Breno Altman, nosso colega blogueiro e jornalista!
A agenda golpista é óbvia.
É preciso abastecer a Globo e outros canais de factoides anti-PT para minimizar o efeito político das grandes manifestações contra o golpe ocorridas ontem em todo país.
Aqui no Rio de Janeiro, novamente eu vivenciei o maior evento político da minha vida. Foi ainda maior do que no dia 18, e olha que foi um evento organizado de improviso, às pressas!
A reação está crescendo rapidamente, mais rápido do que as próprias forças progressistas esperavam. As pessoas perceberam que o golpe vem do judiciário e da mídia.
A Lava Jato não consegue mais esconder isso. Ela vai mudando de enfoque a cada etapa, como se tivesse o direito de investigar qualquer coisa. Passa de uma investigação a outra, abandonando as que não tem o efeito político desejado, mudando para novos alvos que possam causar o impacto político almejado.
Alguém precisa fazer um levantamento do quanto essa palhaçada golpista está custando ao erário, embora o prejuízo à Constituição e à democracia, causados pelas truculências criminosas de Sergio Moro, não possam ser avaliados apenas financeiramente.
Claro, tudo que a Lava Jato faz só tem sentido se houver o sólido apoio da grande mídia, que recebe os vazamentos antecipadamente e faz uma cobertura vergonhosamente chapa-branca, omitindo à população as crescentes críticas que Sergio Moro e a operação como um todo vem recebendo.
É uma dobradinha golpista: Sergio Moro e Globo.
O editorial do Globo de hoje, insultando intelectuais e artistas que participaram de ato em apoio à presidenta, mostra, por sua vez, que a empresa reincorporou todos os espíritos maus de seu passado golpista e autoritário.
Diante de manifestações cada vez mais numerosas e qualificadas em favor da presidenta, resta a Globo apelar às pesquisas, o que é bem sintomático. Os setores golpistas querem substituir as urnas, a única pesquisa válida, chancelada, certificada, pelo processo democrático, por pesquisas privadas tocadas por empresas contaminadas por interesses políticos e econômicos.
É preciso, algum dia, que haja um debate mais profundo em nosso país sobre a questão das pesquisas. É óbvio que as pesquisas são usadas politicamente. O momento de fazê-las, o momento de divulgá-las, as perguntas que são feitas, tudo isso reflete em seus resultados.
O Datafolha ou o Ibope não farão pesquisas para saber se a população acha que a Globo é golpista? O Brasil inteiro, incluindo comunidades de brasileiros em todo o planeta estão protestando justamente contra isso e nenhum grande órgão de imprensa vai analisar porque isso acontece?
Até quando a mídia vai prosseguir em sua tentativa autoritária de negar a realidade?
A decisão do Supremo Tribunal Federal ontem, contra Sergio Moro, mostra que o juiz justiceiro da Globo, se aplicasse a si mesmo o método que usa para todos, deveria ser conduzido coercitivamente para depor e depois preso preventivamente.
Em prisão perpétua, já que Moro vai renovando a prisão preventiva até ela emendar na condenação definitiva, que ele joga para 15, 20 anos para cima.
A menos que a pessoa delate o PT, claro. Aí pode ser solto e curtir a vida.
A Operação Lava Jato se tornou uma operação golpista, que manobra segundo os interesses políticos da Globo, que por sua vez representa o que existe de mais autoritário, mafioso, entreguista e antipopular na sociedade brasileira.
A Lava Jato trabalhou, de maneira irresponsável e criminosa, para destruir os setores mais dinâmicos da economia brasileira. Prendeu o Almirante, heroi nacional, inventor da energia nuclear brasileira. Tentou derrubar os projetos da Eletronuclear, até ser interrompida pelo STF. Paralisou praticamente todos os grandes projetos estratégicos do país. O submarino nuclear foi interrompido.
O Brasil está à mercê de uma trupe de golpistas criminosos, sem respeito algum pela democracia, pela Constituição, pelo povo brasileiro, principal vítima desse processo.
E os golpistas tem nome: Sergio Moro, procuradores da Lava Jato, Rodrigo Janot, procurador-geral da república, Gilmar Mendes, ministro do STF, e família Marinho.
Para derrotar o golpe, o Brasil precisa derrotar os golpistas.
No momento em que estamos virando o jogo nas ruas, eles se desesperam e ficam mais agressivos, cometendo ainda mais erros.
É o que se constata pela nova guinada partidária da Lava Jato hoje, prendendo Silvio Pereira, que não tinha vida política há muitos anos, apenas como forma de ressuscitar o mensalão no imaginário popular e subsidiar a Globo com factoides num dia em que a TV deveria mostrar imagens das manifestações contra o golpe.
(a foto que abre a matéria é da manifestação de ontem, dia 31, no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro).