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Marcos Dantas analisa as origens do golpe midiático

A ilusão deontológica Getulio não perdeu tempo. Lula e o PT perderam 13 preciosos anos iludidos com o discurso ideológico da deontologia liberal do Jornalismo e das Comunicações Por Marcos Dantas*, na Carta Maior. 21/03/2016 Nenhum órgão de imprensa mostrou-se minimamente escandalizado diante do fato, em si absurdo, de um juiz de 1ª instância ter […]

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A ilusão deontológica

Getulio não perdeu tempo. Lula e o PT perderam 13 preciosos anos iludidos com o discurso ideológico da deontologia liberal do Jornalismo e das Comunicações

Por Marcos Dantas*, na Carta Maior.
21/03/2016

Nenhum órgão de imprensa mostrou-se minimamente escandalizado diante do fato, em si absurdo, de um juiz de 1ª instância ter gravado conversas da Presidência da República e, ainda por cima, ter vazado o áudio dessas gravações para os meios de comunicação. Sem quase nenhuma diferença nas formas de expressão, empenharam-se em destacar o que haveria de supostamente escandaloso no conteúdo das conversas entre a presidente e o ex-presidente Lula da Silva. No máximo, deixaram para as vozes críticas previsíveis, nos meios políticos ou jurídicos, as reações negativas ao comportamento do juiz, em matérias publicadas nos espaços secundários de suas páginas, no caso da imprensa escrita, ou muito escassamente divulgadas, no caso do noticiário televisivo.
O ato do juiz Sergio Moro, cujo comportamento já começa a assumir os ares destemperados do juiz nazista Roland Freisler (https://pt.wikipedia.org/wiki/Roland_Freisler), passou-se assim como se fosse algo tão natural quanto o morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Essa naturalidade é naturalmente absorvida pelo senso comum da sociedade que, no geral, excluídos os seus estratos mais intelectualizados ou aqueles já propensos à desconfiança e à crítica, não costuma a questionar o que lhe chega dos meios de comunicação. Ao contrário: a realidade que lhe é mostrada, na forma como lhe é mostrada, esta é a realidade a ser vivida no seu cotidiano banal.

Senso comum é a noção de mundo usual dos indivíduos com base na qual, como um pano de fundo, lhes demarca as suas atividades profissionais e lúdicas no mundo real em que vivem: o mundo assim como ele é e, sendo assim como ele é, proporciona as condições, ruins para muitos, razoáveis ou mesmo ótimas para alguns, de ajuste e vivência no nosso dia a dia. Dada essa percepção ordinária de mundo, o importante para cada indivíduo será garantir aquilo que “necessita” para “levar a vida”, tanto em termos materiais quanto psicológicos, nas condições efetivas em que se vive. No mais, o mundo é esse mesmo…

A função dos meios de comunicação é a de reproduzir e reforçar o senso comum (com perdão para esta inicial abordagem funcionalista). Jornais e revistas de maior tiragem, programas de televisão de maior audiência alcançam o sucesso que alcançam porque estão em consonância cognitiva ou subjetiva com o senso comum geral da sociedade, não o agridem, não o questionam. Ao contrário, tranqüilizam. Aqueles outros meios que põem em questão o senso comum, que convidam seu leitor ao questionamento, à inquietude, logo, a partir daí, a tomar atitudes, esses terão sempre audiência relativamente mais restrita, embora possam também ganhar público naqueles segmentos sócio-culturais propensos à visão crítica.

Numa sociedade capitalista, os meios necessitam de audiência (ou tiragem), audiência essa que vendem aos anunciantes, destes extraindo faturamento e lucro. A audiência é, por assim dizer, a “mercadoria” dos meios. Assim como algum indivíduo compra pão ou camisa, ou se locomove de ônibus ou de carro, pelo valor de uso desses bens e serviços no seu cotidiano; do mesmo modo, o indivíduo lê jornal ou vê televisão pelo valor de uso dos conteúdos que neles encontra. A empresa mediática tem por objetivo supri-lhe essa utilidade, já entendido que tanto quanto o pão com mortandela lhe fornece calorias para enfrentar o dia a dia, o jornal ou a televisão lhe satisfarão o senso comum, também necessário para enfrentar o dia a dia.

Embora possa parecer contra intuitivo, a produção de audiência não será muito diferente da produção de camisas, automóveis, cervejas ou muitas outras mercadorias. Roupas, por exemplo, antes de serem fabricadas e costuradas, precisam ser desenhadas por estilistas e outros profissionais do ramo. Esses profissionais buscam atender ao que consideram ser os “gostos” ou “desejos” do segmento de mercado que pretendem atingir. Muito provavelmente, terão êxito na medida em que bem conheçam esses “gostos” e “desejos”. Mesmo que pesquisas técnicas ajudem a identificar esses “gostos” e “desejos”, quase certamente a identidade desses profissionais com o tipo de gosto do público que pretendem atingir será essencial para desenhar roupas que possam “cair no gosto” desse público. Deve ser muito difícil para um artista da moda desenhar alguma roupa que esse mesmo artista seja o primeiro a não gostar, rejeitar ou desprezar. É verdade que os “gostos” variam por sexo, idade, faixas de renda, níveis educacionais, formação familiar, regiões de moradia, culturas e subculturas etc. Do mesmo modo, haverão muitos perfis e experiências profissionais de estilistas e outros artistas da moda para atender a tal diversidade de público, entendida esta como “nichos de mercado”.

A produção de audiência é feita por profissionais da Comunicação: jornalistas, publicitários, animadores de auditório, roteiristas de novelas, artistas de TV, cinegrafistas, radialistas etc. Do mesmo modo que os estilistas, eles também precisam estar em sintonia com seus públicos para serem sintonizados por eles (com licença para o trocadilho…). Considerando a divisão social do trabalho, são profissionais da produção de senso comum, assim como médicos são profissionais de saúde; engenheiros, de obras; motoboys, de entregas rápidas. Trocam trabalho por trabalho, conforme explica qualquer manual de Economia Política.

Assim como, ao longo de suas vidas, médicos, engenheiros, advogados ou professores realizam carreiras profissionais nas condições próprias de cada campo de trabalho, o produtor de audiência também tem uma carreira a construir. Assim como naqueles outros campos, o sucesso de carreira deste produtor, jornalista incluído, será medido, ao fim de 20 ou 30 anos, pelo grau de reconhecimento social alcançado; por um certo poder, maior ou menor, de tomar ou influenciar decisões; pela liderança entre os pares e sobre os mais jovens; não esquecendo o patrimônio material amealhado e a perspectiva de uma velhice segura e tranqüila. Evidentemente, esse “capital simbólico”, como definiu Pierre Bourdieu, não será igualmente distribuído, tendendo, como qualquer outro capital, à concentração num pequeno conjunto de pessoas, dentro do campo profissional. A maioria, ao final de 20 ou 30 anos, vai se sentir satisfeita (ainda que, eventualmente, um tanto frustrada) se, ao menos, logrou viver quase todo esse período sem grandes sobressaltos materiais, constituiu uma boa família, educou filhos que já lhe dão netos, comprou um pequeno apartamento, conseguiu uma aposentadoria minimamente decente. O senso comum.

Em qualquer campo profissional – e no de Comunicação e Jornalismo não será diferente – os profissionais estabelecem individualmente suas estratégias de acúmulo de “capital simbólico”, conforme suas ambições materiais e possibilidades subjetivas. Para chegar no topo é necessário ambição e, convenhamos, nem todos têm a ambição necessária. Mas todos, pelo menos, querem conquistar aquele mínimo material, cultural e subjetivo. Numa sociedade capitalista, a distribuição de “capital simbólico” entre os produtores (médicos, engenheiros ou jornalistas) será resultado da contribuição de cada um(a) para o acúmulo de capital monetário e financeiro das empresas onde trabalham ou do sistema como um todo (conta e investimentos bancários por exemplo, limite de gasto no cartão de crédito etc.). Ora, se o lucro das empresas de comunicação está relacionado à audiência produzida, o produtor ou trabalhador dos meios de comunicação buscará, ao máximo, atender ao “gosto” de seu público, para tal, assim como estilista de moda, não podendo ser “desajustado” relativamente a esse “gosto”.

Para as empresas de comunicação, a audiência interessa enquanto consumidora. Se não, que valor teria a publicidade que os meios divulgam? Os consumidores podem se distribuir conforme estratos de renda, perfis culturais ou subculturais, estilos de vida, mas precisam, antes de mais nada, estarem inseridos nos valores comuns, subjetivamente incorporados e naturalizados, da sociedade de consumo (ou “sociedade do espetáculo”, diria Guy Debord). Estratos sociais que não consomem além do mínimo básico por falta de renda ou por idiossincrasias culturais não interessam aos meios. Não servem de “matéria-prima” para a produção de audiência. Os meios, em suma, se dirigem para os diferentes estratos de classe média, e recrutam nesses estratos, com seus valores e ambições, os seus jornalistas, publicitários, artistas e demais trabalhadores especialistas em produção de audiência.

É por isto, menos devido a um eventual medo de perder o emprego, muito mais porque compartilham dos mesmos valores médios do seu público, que os profissionais da Comunicação – sejam jornalistas, publicitários, locutores de rádio ou TV, atores de novela, animadores de auditório e todas as suas equipes de produção e apoio – servem tão bem às empresas que os emprega. Produzem e comunicam, com total convicção, exatamente o que o capital quer que produzam e comuniquem. São funcionários do capital, extensão das mentes de seus empregadores ou contratantes. Se não, não lograriam produzir, com tanta competência, a “mercadoria” que precisam produzir para acumular “capital simbólico” e, daí, conquistar as condições de vida e carreira que pretendem conquistar, e o padrão relativamente confortável de vida e consumo que ambicionam e ao qual se habituaram.

Em qualquer ambiente profissional existem regras não escritas (e não ensinadas na escola) que estabelecerão os padrões de inserção e sucesso de cada indivíduo em seu ambiente. Aprende-se essas regras desde muito jovem, assim que se logra vencer o primeiro obstáculo (e teste) ao sucesso na carreira: a entrada no mercado de trabalho, hoje em dia, quase sempre, na condição de “estagiário”. Boa parte do sucesso nos anos seguintes e de conquista de “capital simbólico”, daí, promoções, tarefas cada vez mais gratificantes e compensadores, “bons” relacionamentos sociais, dependem da percepção, compreensão, ajuste e até reprodução dessas regras. Pierre Bourdieu chama de “habitus”. Nas Comunicações e, particularmente, no jornalismo, não será diferente. E, para chegar no topo ou, pelo menos, alcançar uma posição, digamos, “confortável”, recomenda-se observar e se mirar em quem já chegou lá. Os “novos”, assim, reproduzem os “velhos”. E começam a perceber que estão no “caminho certo” quando começam a ser reconhecidos ou elogiados pelos “velhos”, destes também recebendo suas primeiras responsabilidades maiores. Para cada geração que envelhece, surgirá uma nova, reproduzindo seus “habitus”, ainda que, obviamente, inovando-os nos aspectos que cada novo tempo possa exigir.

Os “habitus” naturalizam as relações de poder e a competição por “capital simbólico”. Senso comum. O que deveria ser visto como aberrante – as escutas do Moro, por exemplo – não serão mais que um fato da realidade, se a produção de audiência busca enfatizar e reproduzir uma certa visão preconceituosa ou discriminatória sobre posturas ou comportamentos, dado um padrão social, que o preconceito, justo porque é preconceito, já estabeleceu previamente ser próprio de algum outro (e indesejável) padrão. É o senso comum do jornalista em consonância com o senso comum do público para o qual se dirige.

No entanto, todo campo profissional – Engenharia, Advocacia, também Jornalismo ou Publicidade – gosta de exibir explícita e formalmente um código de conduta ou de ética que orientaria os princípios básicos da carreira. Talvez o mais famoso seja o “Juramento de Hipócrates”, dos médicos. Esses códigos se baseiam em uns tantos princípios metafísicos que as escolas formadores (de Engenharia, Direito ou Jornalismo) descrevem sob o rótulo de “deontologia”. No Jornalismo, seu código remonta aos primórdios da imprensa escrita (séculos XVIII e XIX), quando essa atividade era essencialmente liberal. Ser jornalista era desenvolver uma atividade quase individual de formar ou consolidar opiniões, muito mais do que divulgar “notícias”, com base no debate político em curso na esfera pública. Produzir um jornal era relativamente barato. Não raro, o jornalista era um polemista e seu jornal, pouco mais do que um panfleto. Nessas condições, firmaram-se os princípios da liberdade de expressão do pensamento e do jornalista como agente da formação de opinião, num ambiente caracterizado pela disputa ou competição entre opiniões divergentes, numa sociedade radicalmente dividida em classes e grupos de classes.

A superação desse jornalismo liberal iluminista pelo jornalismo empresarial, no final do século XIX, agregará ao código, princípios positivistas de conduta a orientar a atividade jornalística. Já não deve ser o indivíduo opinativo, mas narrador “objetivo” e “neutro” dos “fatos”. No entanto, por isso mesmo, todos os pressupostos conscientes ou inconscientes – sobretudo os inconscientes – da definição de “fatos” estão excluídos das considerações de “objetividade” e “neutralidade”. A sociedade é essa, aliás européia, branca, burguesa, colonialista. Não haverá porque pôr a definição em questão já que para o jornalista e para o seu leitor, os fatos são os fatos. Senso comum.

Assim se definem os fundamentos daquilo que as escolas de Comunicações ou de Jornalismo denominam “agendamento” ou “agenda setting”: o conjunto de notícias que “merecem” ser entendidas como “notícias” e a forma de tratá-las, inclusive a distribuição nas páginas, tamanho do corpo do título etc. Regras não escritas mas por todos(as) entendidas e aceitas pois essenciais para o acúmulo de “capital simbólico”, definem com a naturalidade do Pão de Açúcar, o que será ou não “notícia”. Tudo bem “objetivo” e “neutro”. A “notícia” será justamente aquilo que, considerando o segmento de público, ou “nicho de mercado”, fermentará a produção de audiência. A “notícia” assim tem que ser aquela que se insere no senso comum da sociedade de consumo, não se põe em dissonância com uma sociedade cujo o próprio consumo alimenta o faturamento, via publicidade e marketing, e os lucros do capital mediático. Logo, o grampo de Moro será uma “notícia” menos importante, talvez de interesse de certos setores “críticos” (também consumidores), do que o seu inédito conteúdo, revelando na intimidade uma conversa de presidente com ex-presidente que confirmaria o “juízo” já estabelecido “na sociedade” pelos leitores e espectadores – a audiência. E se jornalistas “famosos” assim definiram, os demais, que esperam um dia serem “famosos” ou já se sentem recompensados pelo convívio e diálogo diário com esses “famosos”, sem falar da exibição diária na tela da TV, também pensarão igual. Nenhum escândalo.

No entanto, bem sabemos, a sociedade é o território da luta de classes e outras lutas. Como é ela que, ao fim e ao cabo, legitima os ganhos e perdas de “capital simbólico” em qualquer campo profissional, as disputas por esse capital vão expressar também as disputas maiores que ocorrem na própria sociedade pela repartição da riqueza e distribuição de poder. Nas Comunicações e, em particular, no Jornalismo não são poucos os indivíduos que vão optar por estratégias críticas e posicionamentos “subversivos”. Dependendo das condições de cada subcampo das Comunicações, alguns desses indivíduos podem até fazer das atitudes “subversivas” um meio também de acumular vasto “capital simbólico” e consequente capital patrimonial e financeiro. Nas atividades artísticas e esportivas encontraremos muitos exemplos de perfeita inserção no processo de trabalho e produção de audiência associada a discursos críticos, até revoltados. É parte do show. No Jornalismo e, mais ainda, na Publicidade (nesta, por óbvio), é bem mais difícil. Cada vez mais inserido, como segmento complementar, no processo geral de produção mediática do consumo, o Jornalismo atem-se ao “agendamento” que complementa o senso comum da sociedade do consumo, ou os valores “práticos” da classe média, inclusive de seus estratos trabalhadores de menor renda. Aqui, as posturas críticas não podem ser aceitas. E os profissionais que nelas insistem, acabam literalmente expulsos dos bons empregos e demais recompensas oferecidos pelas grandes empresas, refugiando-se em assessorias políticas ou, graças agora à internet, em blogs panfletários que parecem reproduzir, neste início do século XXI, o jornalismo liberal discursivo da esfera pública iluminista. Alguns poucos que já tinham alcançado antes sucesso e prestígio no jornalismo empresarial, ainda conseguem carregar e manter nos meios críticos, alguma condição de sustentação das suas expectativas de vida. Mas seja opinativo e panfletário, seja mais noticioso e profissional, esse nascente segmento da imprensa, até agora, não mostrou força para chegar a se contrapor ao “agendamento”. Ao contrário, permanece acorrentado a ele; apenas reage a ele, embora nisso atendendo à demanda de seu particular “nicho” de leitores críticos, sequiosos por alguma oferta alternativa à narrativa de senso comum.

Gramsci já ensinara que a hegemonia é o senso comum da sociedade, embora definido a partir das classes dominantes. Pode acontecer que o próprio movimento da sociedade ponha o senso comum em questão. Sem nenhuma dúvida, a melhoria das condições materiais de vida de boa parte da população mais pobre, sobretudo durante o Governo Lula, introduziu neste amplo setor da população um elemento prático novo que tem-se mostrado até agora resiliente à agenda e narrativa hegemônicas, como atestam as pesquisas eleitorais que seguem mostrando Lula como candidato quase imbatível em 2018. A experiência recente de vida fez nascer “algo” na cabeça do “povão” que não parece em completa consonância com o que lhe dizem os jornalistas. Abriu-se a possibilidade de a produção de audiência que, naturalmente, é agendada pelo “núcleo duro” da sociedade de consumo (as classes médias alta e média), vir a ser questionada por algum projeto alternativo, capaz de falar ao senso comum do “povão”, um tanto enriquecido pelas suas novas experiências práticas. Mas a Esquerda, infelizmente, nunca foi capaz de desenvolver um projeto assim. Exceção (que confirma a regra), o jornal Última Hora, bancado por Getulio Vargas, liderado pelo jornalista Samuel Wainer. Fez o sucesso que fez porque associava as expectativas médias de leitura de boa parte da população (esporte, polícia, espetáculos, tudo tratado como assim espera o senso comum), à alteragenda de suas páginas políticas, nisto contando com muito dinheiro para contratar os melhores profissionais da praça, subtraídos, por Wainer, justamente das “grandes redações” (http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/ultima-Hora-de-como-Vargas-enfrentou-o-monopolio-dos-meios/12/32158). Não impediu o desenlace da história mas pode ter muito contribuído para a violência final que caracterizou esse desenlace, ao moldar uma audiência contra-hegemônica consoante com a crescente mobilização e organização do movimento popular àquela época. Diante da violência do golpe militar, outros métodos e outra organização também teriam sido necessários…

Getúlio não perdeu tempo. Lula e o PT perderam 13 preciosos anos iludidos com o discurso ideológico da deontologia liberal do Jornalismo e das Comunicações. Aliás, a palavra “deontologia” foi criada por Jeremy Benthan. Precisa dizer mais?…

*Professor Titular da Escola de Comunicação da UFRJ

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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