Charge: Latuff / Brasil 247
Deputado Wadih Damous afirma que ministro do Supremo “fala besteira todos os dias”, “desonra a toga” e age como militante partidário. “Na Câmara, seria um ótimo parlamentar do PSDB, porque os que estão lá são uma porcaria”
O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) anunciou que vai pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que suspendeu na última sexta-feira (18) a posse do ex-presidente Lula e determinou que ele seja investigado pela Justiça Federal. Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih afirma que Gilmar “desonra a toga” e “fala besteira todos os dias”. Vice-líder do PT e titular da comissão do impeachment, o deputado afirma que, com a ação, pretende “abreviar a carreira inglória” do ministro na mais alta corte do país.
“Eu já tenho uma petição pronta, mas tenho que atualizar porque ele [Gilmar Mendes] fala besteira todos os dias. Ele desonra a toga todos os dias, então eu tenho que acrescentar isso à petição. Mas eu quero logo, nas próximas semanas, protocolar o pedido de impeachment dele. Ele desonra a toga, na suprema corte americana ou num tribunal constitucional europeu ele nem chegaria lá. Então, nós vamos abreviar a carreira inglória desse indivíduo no Supremo Tribunal Federal”, disse Damous.
Gilmar Mendes acolheu recurso para suspender a posse de Lula, alegando que a nomeação do ex-presidente como ministro causaria tumulto nas investigações. Dias antes, o ministro criticou duramente a ida de Lula para a Casa Civil, medida que, segundo ele, representa uma tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
De acordo com o deputado petista, Gilmar atua como militante partidário, e não como ministro do Supremo. “Eu acho até que o Gilmar Mendes na Câmara dos Deputados seria um ótimo parlamentar do PSDB, porque os que estão lá são uma porcaria. Ele deveria largar a toga, tentar se eleger e ir para lá, ele faria um ótimo papel lá. Mas o que ele está fazendo é desonrar o Poder Judiciário brasileiro, desonrar o Supremo Tribunal Federal”, declarou à Agência Brasil. O deputado ressaltou que o pedido de impeachment do ministro será feito em seu nome, e não pelo Partido dos Trabalhadores.
OAB
Wadih também criticou a decisão do Conselho Federal da OAB de apoiar o impeachment da presidente Dilma. Segundo o petista, o comando da entidade está resumido a “mediocridades” que assumem uma postura “golpista”. “O Conselho Federal da OAB adotou uma posição vergonhosa, golpista, em relação ao que acontece no Brasil hoje. Em 1964, também a OAB apoiou o golpe, só que naquela época havia grandes vultos da advocacia, como Sobral Pinto, Seabra Fagundes, Heleno Fragoso e outros que recolocaram a OAB no caminho da democracia. Neste momento, a OAB federal está resumida a mediocridades. O que deve acontecer na OAB é uma oxigenação democrática, a OAB deve ter eleições diretas, o conselho federal é eleito indiretamente, aí permite que esses caciquinhos de estado, esses líderes paroquiais tomem conta de uma entidade que deveria representar a advocacia nacional. Então, é lamentável, é vergonhosa a aposição da OAB”.
O deputado informou que um grupo de juristas de todo o país se reunirá com a presidenta Dilma para repudiar a posição da OAB federal. “Infelizmente, a OAB entra no jogo político a favor do golpe e fica em silêncio diante das perseguições e das violações das prerrogativas dos advogados, não se manifesta. Infelizmente essa não foi a OAB da qual eu fiz parte. Essa não é a OAB que lutou contra a ditadura militar”, argumentou.
Com informações da Agência Brasil
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