por Fernando Brito, no Tijolaço
Moro faz o “serviço”. Gilmar Mendes o abençoa. E, In hoc signo vinces , Eduardo Cunha leva avante o impeachment da “moralidade”.
Agora há pouco. informa o Estadão, Mendes afirmou em entrevista à Rádio Jovem Pan, que “sua decisão de suspender a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil do governo Dilma Rousseff, devolvendo dessa forma as investigações contra o petista para o juiz de 1ª instância Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, não deverá ser apreciada pela corte antes da Semana Santa, em razão do feriado da Páscoa”.
“Depois da Semana Santa é que essa questão será tratada pelo Supremo”, disse o ministro, numa referência ao habeas corpus impetrado ontem, 20, pelos advogados de Lula, para derrubar a decisão de Mendes.
Como o habeas corpus ainda não foi distribuído e o será a outro ministro que não Mendes – por razões óbvias, por é sua decisão que está sendo questionada – sua atitude é, de novo, invadir a competência do ministro ou ministra que for sorteado como relator do pedido.
Há um pedido de liminar que será ou não atendido dependendo do livre convencimento do ministro que o vier a relatar.
Se Gilmar Mendes, em menos de 48 horas, encontrou sustentação jurídica para atender ao pedido de suspensão da posse de Lula impetrado pela advogada que é diretora de sua empresa de ensino de Direito, porque outro ministro não poderia, em prazo igual, entender que há razões suficientes no pedido assinado por alguns dos maiores juristas brasileiros – para ficar em duas citações, apenas: Celso Bandeira de Mello e Fabio Konder Comparato ?
Ora, porque Gilmar Mendes não quer.
Quer dar tempo a que se escarafunchem papéis, que se conectem versões, que se arranjem argumentos e, afinal, Moro possa conduzir Lula à cadeia, ainda que seja por algumas horas, que lhe garantam a sagração no Jornal Nacional e mais um passo na destruição do homem que ele e Gilmar Mendes odeiam com todas as forças de sua pequenez moral.
Os ministros do Supremo foram reduzidos – para lembrar a frase do insuspeito Joaquim Barbosa – a “capangas lá do Mato Grosso”.
– Vocês fiquem quietos aí, não se metam, porque quem manda aqui sou eu. Até o Moro prender Lula é feriado. Vão para a praia e não me encham o saco.
Suas Excelências obedecerão e ficarão bem comportados diante de tanta prepotência?
Se ficarem, que o país siga no calvário, que as instituições lavem as mãos como Pilatos no Credo.
Lula precisa ser crucificado a qualquer preço.
Não reclamem do que vier depois, portanto.
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