O suicídio profissional do Datafolha

 

Na verdade, tudo que vem da grande imprensa, hoje, está em xeque. 

O que o Datafolha faz, ao tentar intervir no debate político inflando ou desinflando manifestações, é um suicídio profissional.

A grande mídia ficou desorientada com as manifestações de massa da sexta-feira, em favor de Lula, da legalidade democrática, e contra o golpe de estado midiático-judicial que se tenta aplicar no Brasil. 

Mas é bom que esses institutos tropecem em si mesmos, porque boa parte dos problemas políticos que enfrentamos tem origem, a meu ver, no profundo desequilíbrio em nosso sistema de comunicação. E isso se reflete na maneira como as pesquisas de opinião são feitas no país. 

A democracia avançou, mas o sistema de comunicação permaneceu muito parecido ao da ditadura. 

A concentração midiática faz com que pequenas e médias agências de pesquisa não consigam ter visibilidade. O mercado de pesquisa é monopolizado por Datafolha e Ibope, que ganham rios de dinheiro para produzir pesquisas politicamente tendenciosas, contendo sempre as mesmas perguntas, agendadas em datas cuidadosamente preparadas para quem lhes paga. . 

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No Brasil 247.

CONTAGEM DA MASSA PÕE DATAFOLHA EM XEQUE

A contagem de pessoas durante as manifestações em favor da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, nessa sexta-feira, 18, tem gerado críticas ao instituto de pesquisas da Folha de S. Paulo; "Só otário acredita que a mesma quantidade de pessoas no mesmo espaço num dia da semana significa um milhão e meio e no outro 150 mil pessoas", criticou a jornalista Hildegard Angel, em sua conta no Twitter; para o jornalista Luís Nassif, a estimativa de público de 90 mil pessoas na Paulista ontem, pelo DataFolha, "infelizmente destrói a reputação do instituto"

19 DE MARÇO DE 2016 ÀS 11:05

247 – A contagem de pessoas durante as manifestações em favor da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, nessa sexta-feira, 18, tem gerado críticas nas redes sociais.

Segundo o Instituto Datafolha, a manifestação reuniu apenas 90 mil pessoas na Avenida Paulista. Já nas manifestações pelo impeachment de Dilma, ocorridas no domingo, 13, no mesmo local, o Datafolha pontou 450 mil.

"Só otário acredita que a mesma quantidade de pessoas no mesmo espaço num dia da semana significa um milhão e meio e no outro 150 mil pessoas", criticou a jornalista Hildegard Angel, em sua conta no Twitter.

Para o jornalista Luís Nassif, a estimativa de público de 90 mil pessoas na Paulista ontem, pelo DataFolha, "infelizmente destrói a reputação do instituto."

"Para que a conta do DataFolha fosse correta, nesse mesmo espaço precisariam caber 5 vezes a multidão que lá se concentrou. Tente imaginar uma quantidade 5 vezes maior nesse espaço. Seria o primeiro caso de manifestantes em trës andares", afirmou Nassif.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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