Foto: Adonis Guerra/ SMABC
por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo
1) O governo Dilma sai da defesa.
Desde o primeiro dia de seu segundo mandato, Dilma vive sob ataques incessantes da tríade sinistra mídia-oposição-justiça.
O objetivo é derrubá-la. Um fato novo e relevante como ter Lula em sua equipe mostra que Dilma está disposta a lutar pelo seu mandato em vez de esperar que a espremam até a última gota.
2) Lula leva ao governo uma capacidade de articulação política que Dilma e seus comandados jamais tiveram.
O que falta a Dilma em capacidade – e paciência – de fazer política sobra em Lula. Se há alguém capaz de devolver a capacidade de governança do governo, por meio de articulações políticas, é Lula.
3) Toda a mídia está criticando.
Brizola dizia que era fácil tomar uma decisão a respeito de coisas da política no Brasil. Se a Globo é a favor, dizia ele, você deve ser contra. Neste caso, não é apenas a Globo – mas todas as empresas jornalísticas. Convém para elas que Lula continue acuado, à mercê das arbitrariedades de Moro, dos promotores de São Paulo e de juízes em geral.
4) É um sinal de que Lula enfim percebeu que não dá para jogar como cavalheiro contra adversários inescrupulosos e desleais.
Desde que chegou ao poder Lula agiu com um republicanismo que seus oponentes jamais tiveram. FHC nomeou juízes partidários como Gilmar Mendes para o STF e um procurador-geral que engavetou qualquer processo que embaraçasse seu governo. Manteve a Polícia Federal sob controle.
Lula quis inovar, e acabou se dando mal. Em nome do republicanismo, manteve até as verbas de publicidade multimilionárias para empresas de mídia interessadas em destruí-lo. Para ver a conduta dos adversários, basta analisar a atitude de políticos como Aécio e Alckmin: dinheiro, só para amigos.
5) Lula escapa da perseguição de Moro.
O juiz Sérgio Moro já deixou claro que o real objetivo da Lava Jato, longe de ser erradicar a corrupção, é prender Lula e massacrar o PT.
Moro, em sua soberba enceguecedora, sequer se dá conta do ridículo que é dizer que não tem motivações partidárias num evento promovido pelo líder tucano João Dória.
6) Lula demonstra não ter perdido a capacidade de arriscar.
Pode dar errado? Pode. Toda manobra ousada por dar errado. Mas pior que tudo, a esta altura, é ficar parado. Como diz o célebre adágio, antes morrer de pé do que de joelhos.