por Paulo Abrão
Algumas conclusões do dia:
1. As manifestações foram dentro do controle. Nao afetam o transcurso da administração institucionalizada da crise.
2. Não houve adesão massiva dos pobres, mas sim da classe média e alta. Do contrário haveria milhões e milhões nas ruas. Toda manipulação tem limites.
3. Moro é um novo herói nacional. Aécio sai diminuído. PSDB não capitalizou. Se Moro admitir sair candidato em eleições desmoralizará a Lava Jato e ficará caracterizado o seu viés político-partidário para o resto da história.
4. Houve menos espaço para pedidos de intervenção militar. Por outro lado há uma explícita expansão de um pensamento fascista agressivo (Bolsonaro e seguidores).
5. A crítica é à política, de forma generalizada. Significa que há um vácuo para politizar o debate. E a esquerda é melhor nesse jogo.
6. Porto Alegre mostrou que existia espaço para atos pacíficos e organizados da resistência hoje. Adversário morto é o amedrontado. A mensagem veio do Sul.
7. Imprensa escolheu traduzir as manifestações como pedidos de saída de Dilma. A linha ficou revelada no editorial do Estadão.
8. A oposição esperava muito mais de hoje. Gastaram muita energia e dinheiro e muito tempo de TV. Se está difícil para a situação, está difícil para a oposição também.
9. O campo político da situação (e a Frente Brasil Popular) agora tem que ter serenidade e ser capaz também de demonstrar a sua força nos atos que convocaram para o dia 18. Que sejam pacíficos também.
10. Todos nós do campo democrático temos que seguir no rumo da busca de uma saída democrática para a crise, valorizando a luta social.
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