Desculpem a fonte da matéria que publico abaixo, mas é para um registro histórico, para o blog, de como são forjados golpes em pleno século XXI.
Tenho esperança que alguém lerá esse post, daqui a alguns anos, e terá elementos para que esse tipo de manipulação não se repita.
O factoide “delação de Delício” foi um jogo.
O vazamento da delação foi feito por Delcídio e seu advogado. A negação posterior foi feita apenas para se resguardar juridicamente.
O advogado de Delcídio é o mesmo advogado de Yousseff, Antônio Augusto Figueiredo Basto.
Lá no início da Lava Jato, já tínhamos observado a figura, egressa dos altos escalões do PSDB paranaense.
É um cara astuto, que sempre fez dobradinha com a Globo, vazando uma coisa daqui e dali, ao sabor da conjuntura política. Sabia jogar. Sabe ainda.
E defendia o PSDB sempre que Yousseff se distraía e denunciava um tucano – e assim conseguiu livrar Yousseff de implicações mais pesadas.
Para ganhar proteção midiática e, automaticamente, judicial, é preciso falar mal do PT.
Se quiser virar heroi da mídia, então, fale de Lula e Dilma. Ajude a queimar um ministro do STJ incômodo. Faça o jogo sujo, enfim.
É um jogo para enfraquecer, paralisar o governo, pressionar o judiciário, manipular a opinião pública e, eventualmente, dar um golpe.
A delação foi “vazada” para órgãos de mídia bem seletos: desta vez foi para a Istoé, como que a disfarçar a presença da Globo. Daí a mídia toda cai em cima do ministro do STF: vai homologar ou não? Sob pressão da mídia, o ministro homologa, claro, independente que seu conteúdo seja absurdo e o próprio vazamento tenha sido um gesto de mau caratismo.
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Teori vai homologar delação de Delcídio
Por Vera Magalhães 03/03/2016 às 23:04
O relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Teori Zavascki, vai homologar nos próximos dias a delação de Delcídio do Amaral (PT-SP).
O vazamento do teor da delação, que deixou o ministro extremamente contrariado, não impedirá a validação dos depoimentos, sobre os quais ele já tinha sido informado.
Na delação, entre outras revelações bombásticas, o senador disse que Dilma fez nomeações para tribunais superiores, sobretudo para o STJ (Superior Tribunal de Justiça), para tentar ajudar na soltura de presos na Lava-Jato. Também acusou o ex-presidente Lula de comandar a operação para evitar que Nestor Cerveró fizesse delação premiada — que culminou com a prisão de Delcídio.
Teori conversou com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o vazamento antes da sessão que tornou réu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O relator defende que se investigue o vazamento da delação, mas nem cogitou a hipótese de deixar de homologá-la por isso.
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