Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
É divertido ler as notícias da Agência Câmara. É tudo ao contrário.
“Cunha diz não se sentir derrotado”, diz o título de uma delas. Ou seja, ele se sente profundamente derrotado.
“Eleição para liderança no PMDB não tinha nada a ver com o impeachment, diz Cunha”. Ou seja, tinha absolutamente tudo a ver.
Nos sites da mídia tradicional, que sempre torceu por Cunha, o título é quase o mesmo: que não é derrota, etc, etc. Ou seja, a derrota calou fundo no presidente da Câmara.
Leonardo Picciani, reconduzido à liderança do PMDB, representa a ala antigolpista no partido.
O que estava em jogo, portanto, não era tanto a liderança do PMDB, e sim o impeachment.
Não foi uma derrota apenas de Eduardo Cunha.
Foi uma derrota da tese do impeachment, que agora fica ainda mais distante.
Os golpistas agora estão agarrados apenas na broxa do TSE.
Mas o dia também trouxe notícias ruins para o golpe judicial: os documentos enviados por Sergio Moro ao TSE, e que supostamente prejudicariam a chapa Dilma – Temer no julgamento, não dizem respeito às eleições de 2014, e sim apenas de anos eleitorais anteriores.
Abaixo, as notícias publicadas na Câmara, para registro histórico. Em seguida, a notícia, mais completa, no site da Agência Brasil.
***
No site da Câmara.
Deputado Leonardo Picciani é reconduzido à liderança do PMDB
17/02/2016 – 17h30 Atualizado em 17/02/2016 – 17h37
O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) foi reconduzido à liderança do PMDB. Ele venceu o deputado Hugo Motta (PMDB-PB) por 37 a 30 votos. Dois deputados votaram em branco e dois deputados não compareceram à votação.
Picciani disse que “vai continuar os trabalhos de diálogo na bancada”. Ele negou que tenha havido “influência do governo na sua eleição” e que, no momento da convocação para analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ele vai “contemplar todas as correntes do PMDB nas indicações para compor a comissão que analisará a questão”.
Cunha diz que não se sente derrotado com eleição de Picciani
17/02/2016 – 18h49
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou que não se sente derrotado com a recondução do deputado Leonardo Picciani (RJ) ao cargo de líder do PMDB, em eleição secreta encerrada há pouco na Câmara. Cunha apoiou o deputado Hugo Motta (PB), que perdeu para Picciani por 37 votos a 30.
Cunha avalia que a perspectiva ou não de reunificação da bancada vai depender da forma como Picciani irá conduzi-la. Ele voltou a dizer que a eleição do PMDB não tem nenhuma relação direta com o processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, nem com os embates entre governo e oposição dentro da bancada.
Eduardo Cunha negou a possibilidade de deixar o PMDB durante o período de “janela” aberto pela emenda constitucional que permitirá a troca de legenda. “Estou muito bem no partido e defendo a continuidade do debate interno”, ressaltou. Ele disse que não se sente isolado na bancada.
***
Picciani é reeleito líder do PMDB na Câmara dos Deputados
17/02/2016 17h34
Brasília
Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil
Brasília – O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) durante eleição para novo líder do partido na Câmara (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Com 37 votos, o deputado Leonardo Picciani (RJ) foi reconduzido ao cargo de líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados. Mais próximo ao Palácio do Planalto, Picciani venceu Hugo Motta, que obteve 30 votos. Motta era o candidato do presidente da Casa, o também peemedebista Eduardo Cunha (RJ).
Dos 71 deputados aptos a votar, dois votaram em branco e dois não compareceram.
Além do apoio do governo, Picciani teve a seu favor a ampliação da bancada na Câmara com o retorno de titulares que ocupavam cargos no Executivo e foram exonerados para participar das eleições de hoje à tarde. É o caso de Marcelo Castro, que foi exonerado do cargo de ministro da Saúde somente para participar da votação. Castro foi indicado para a pasta por Picciani nas negociações com o Planalto na última reforma ministerial.
Os deputados Pedro Paulo (RJ) e Marco Antônio Cabral (RJ), que são secretários no governo do Rio de Janeiro também deixaram seus postos para participar da eleição, com a missão de apoiar a recondução de Picciani.
A escolha da liderança da bancada do partido é uma das mais esperadas neste início de ano em função dos reflexos que o nome terá sobre as decisões na Câmara, entre elas a pauta de votações do governo e o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
A eleição de Picciani é entendida como favorável ao Planalto e enfraquece uma parcela do PMDB que defende o rompimento com o governo. A escolha também pode ter impacto no destino de Cunha, que enfrenta um processo de cassação de mandato no Conselho de Ética.
Maior bancada na Câmara, o PMDB tem força sobre a tramitação de projetos importantes para o governo. Além disso, também compete ao líder a indicação dos oito integrantes do partido na comissão especial que analisará o pedido de impedimento da presidenta.
Edição: Carolina Pimentel
Enio Luiz Vedovello
19/02/2016 - 17h50
O mais divertido foi ver o Reinaldo Azevedo fazer malabarismos, em seu blog, para demonstrar que a eleição do Picciani foi uma derrota para a Dilma…