Enquanto a Lava Jato procura pedalinhos em Atibaia, dentre outras fofocas, o escândalo do triplex dos Marinho em Paraty, construído sem licença ambiental, dentre inúmeras outras graves irregularidades, continua gerando informações interessantíssimas.
A Rede Brasil Atual, o Viomundo, o DCM e o Tijolaço trouxeram fatos instigantes sobre o laranjal financeiro por trás da propriedade.
Quem andou ocultando patrimônio, pelo visto, não foi Lula, e sim a família mais rica do país.
O Cafezinho resolveu dar sua contribuição às reportagens coletivas feitas pelos blogs, fez algumas investigações na web e descobriu outras coisitas, que poderão, por sua vez, nos levar a outras revelações.
As últimas investigações da blogosfera descobriram que o triplex dos Marinho em Paraty está em nome da Agropecuária Veine Patrimonial Ltda.
Com a Veine começa o show.
A Veine tem sócios um pouco, por assim dizer, controvertidos, como a Vaincre LLC, que é controlada pela Camille Services.
A Camille Services, segundo o banco de dados público do Panamá, tem como diretores, as seguintes pessoas: Francis Perez, Leticia Montoya e Katia Solano.
Esses três são figurinhas carimbadas no submundo da lavagem de dinheiro. Segundo o site Inside Costa Rica, os três são os principais nomes do “time clandestino por trás de Nicstate Development”, firma usada pelo então presidente da Nicarágua, Arnoldo Alemán, para um esquema milionário de lavagem de dinheiro.
O mais interessante, porém, não é isso. Os mesmos Francis Perez e Leticia Montoya participam da criação da Briks Overseas, firma dirigida pelo uruguaio Eugenio Pedro Figueredo, um dos medalhões da FIFA preso na Suíça e extraditado para os Estados Unidos! E quem é a firma responsável pela Briks? A Mossack Fonseca, envolvida na Lava Jato!
Ou seja, a Mossack Fonseca realmente apimentou a Lava Jato, porque traz à tôna a conexão da Globo com um grande esquema de lavagem de dinheiro, sonegação, evasão de divisas, por um lado, e com o escândalo de corrupção da Fifa, onde a Globo está envolvida até o pescoço, apesar da conspiração de silêncio da imprensa brasileira sobre o tema.
É interessante notar que o esquema de sonegação dos Marinho na Copa de 2002 – jamais devidamente investigado pelo Ministério Público ou pela Polícia Federal – usou a mesma tecnologia de empresas de fachada, paraísos fiscais, para ocultar patrimônio e burlar o fisco.
É realmente estranho que Sergio Moro, força-tarefa e a mídia tenham perdido o interesse tão subitamente pelos esquemas da Mossack Fonseca descobertos quando a Lava Jato invadiu o Guarujá.
Em questão de dias, esqueceram tudo, soltaram todos os presos, e tentaram mudar a pauta para a reforma de um churrasqueira no sítio frequentado por Lula em Atibaia.
Mais coragem, intocáveis da Lava Jato!
Vamos investigar o esquema da Mossack Fonseca e sua ligações com os triplex dos Marinho!
Quem sabem não chegamos no principal problema brasileiro, e que certamente afeta todas as grandes companhias nacionais, inclusive as empreiteiras da Lava Jato: a sonegação e a evasão fiscal?
Dallagnol, você não acha que há algo divino nisso?
Sergio Moro, Carlos Fernando, cade vocês?
Aí sim, há elementos que podem “refundar a república”…
A história ainda tem muitas pontas soltas. A continuar.