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Nota de repúdio da Rede Brasil-Memória, Verdade, Justiça

A RBMVJ vem a público manifestar seu repúdio e indignação aos atentados que vem sofrendo o Estado democrático de direito. A conquista da democracia nos foi muito cara, dolorosa e com sequelas perenes no corpo e na alma dos sobreviventes da luta contra a ditadura e dos familiares dos mortos e desaparecidos. Não temos nenhum […]

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Brasil, São Paulo, SP. 14/10/1968. Policial observa manifestação do Movimento Estudantil contra a censura imposta pela ditadura militar, meses antes da aprovação do AI-5 (Ato Institucional Nº5), que concedia poderes absolutos ao presidente durante o regime militar. - Crédito:ARQUIVO/AGÊNCIA ESTADO/AE/Codigo imagem:31227

A RBMVJ vem a público manifestar seu repúdio e indignação aos atentados que vem sofrendo o Estado democrático de direito.

A conquista da democracia nos foi muito cara, dolorosa e com sequelas perenes no corpo e na alma dos sobreviventes da luta contra a ditadura e dos familiares dos mortos e desaparecidos.

Não temos nenhum arrependimento, pelo contrário, somos orgulhosos do combate travado, e, por fim, a vitória com a redemocratização do país.

Na ditadura não havia obediência nem mesmo ao processo legal instituído por ela própria. Éramos sequestrados já sentenciados, nos torturavam para nos autoincriminar e delatar companheiros e locais de reunião e moradia. A resistência à tortura levou muitos à morte.

Os DOIs-CODIs – Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna – constituíam o poder de fato, para, sob inspiração fascista, praticar todos os abusos e perversidades em nome de uma ideologia pretensamente redentora da “moralidade e da paz social”.

Nesta conjuntura sinistra que estamos vivendo, corremos o grave risco de retrocesso ainda maior das liberdades e direitos duramente conquistados.

Há expressiva semelhança dos métodos atuais com os usados tanto no pré-golpe de 64 como durante a ditadura. Entre as exceções a de que delatores não eram premiados como agora, mas execrados, tratados e alcunhados de “cachorros”.

Em 64, as forças democráticas só acreditaram no golpe depois que ele fora dado, a lição foi aprendida. Devemos constituir já uma rede pela defesa da democracia e contra o golpismo fascista.

A mídia monopolista, ontem e hoje, alinhada a setores da PF, do MP e a justiceiros de toga, estão transgredindo a Constituição e cometendo graves violações aos Direitos Humanos.  Além disso, a Lei Antiterrorismo, que, pela sua abrangência e conteúdo, implica em um enorme ataque aos movimentos sociais e às liberdades democráticas, e o recente decreto da Anatel que permite que durante as Olimpíadas o Exército bloqueie sinal de celular em locais onde estiver ocorrendo repressão policial às manifestações sociais, somados evidenciam a gravidade do retrocesso.

Também nós, ontem e hoje, nos colocamos em trincheira de resistência aos novos “DOIs-CODIs” (poder midiático que municia os braços armados de delegados, promotores e togados), e conclamamos a todos democratas a cerrarem fileiras na defesa do Estado democrático de direito.

Lembrar sempre, repetir jamais.

Brasil, 08 de fevereiro de 2016.

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Comentários

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Mauricio Gomes

12/02/2016 - 17h43

Repressão e ditadura, a cara da operação vaza a jato e do juizeco fascista adorador de holofotes.


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