por Marcelo Auler, em seu blog
Polícia Federal, sem verba para a luz, mas com mordomias
Apesar de ter recorrido ao juiz Sérgio Moro, em dezembro de 2015, pedindo ajuda financeira para pagar a conta de luz e do combustível, a Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal do Paraná (SR/DPF/PR) torrou dinheiro, entre maio e julho do mesmo ano, criando uma “área social” no prédio que abriga o Grupo de Investigação Sensível (GISE) e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, ambos chefiados pelo delegado Maurício Moscardi Grillo. Uma verdadeira mordomia para poucos desfrutarem.
Provavelmente, o sítio de Atibaia frequentado pelo ex-presidente Lula e seus familiares, que tanto trabalho está dando aos agentes federais da Força Tarefa da Lava Jato a ponto de pedirem um inquérito só para investigá-lo, não chegue aos pés destas instalações em um órgão público.
A suntuosidade da reforma promovida na sala de refeições e na cozinha de dois órgãos de investigação, em um prédio localizado no centro de Curitiba*, contrasta totalmente com o discurso que delegados federais vêm fazendo de que faltará verba para as operações policiais. A origem do dinheiro, embora indagada não foi explicada pelo DPF, menos ainda pela superintendência.
É praticamente certo que não foi verba orçamentária. Através do site Transparência Brasil foi possível verificar que entre maio de 2015 (início da reforma) e dezembro do mesmo ano, os pagamentos efetuados pela superintendência a titulo de obras e reformas não incluíram nenhuma delas na capital do estado. Foram pagas reformas nas delegacias de Maringá, Guarapuava e Cascavel.
Restam, portanto, duas alternativas. A primeira, e mais provável, uma nova doação feita por algum juiz federal de Curitiba, com verba apreendida em operações policiais e confiscada em sentença. Para isso, porém, é preciso um pedido oficial que tramita em forma de processo e passe pelo crivo do Ministério Público Federal.
Continue a ler aqui.