Conjuntura segue tranquila

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Análise Diária de Conjuntura – 26/01/2016

A conjuntura permanece boa, apesar da histeria midiática.

A histeria tem sido tão barulhenta, que o povo já se acostumou.

Todo dia, novecentas delações.[/s2If]

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Hoje, a mídia fez estardalhaço com mais delas. Julio Camargo teria dito que José Dirceu usou seu jatinho 113 vezes.

 

É uma história visivelmente sensacionalista, até mesmo absurda. O “lobista” (a mídia os chama assim, quando quer dar mais densidade criminal à pessoa) teria emprestado o jatinho à Dirceu, como forma de propina. Só que Dirceu não era mais servidor público, e tinha contratos formais com o “lobista”. A propina seria para servidores da Petrobrás.

Ou seja, o lobista emprestava o jatinho pra Dirceu, mas a propina era para os servidores da estatal. Não dá para entender muito bem.

A “prova” apresentada pelo lobista, que já entendeu que a melhor forma de ficar livre é apontar o dedo para Dirceu, são planos de vôo do jatinho, onde consta o nome de Dirceu.

O advogado do ex-ministro admite que seu cliente usou o jatinho, mas não tantas vezes conforme informa o lobista.

A reportagem não informa qual é exatamente o crime de se usar um jatinho. A esposa de Alckmin usou bem mais, e um jatinho público, e não é crime. Aécio Neves emprestou jatinho do governo para estrelas e funcionários da Globo, e tudo bem.

Dirceu usa um jatinho privado, emprestado por um cliente para o qual ele prestava serviços, e vira manchete de jornal pela milionésima vez.

Aliás, é de se espantar que um homem tão “poderoso” e “corrupto” como Dirceu não tivesse seu próprio jatinho.

Pega jatinho emprestado, tem que pedir favor para reformar a casa, pra comprar um imóvel para filha, esse Dirceu está me saindo um corrupto bem chulé, isso sim.

Como ia dizendo, afora as manchetes lavatais de sempre, a conjuntura está relativamente boa. Dilma já conseguiu agendar para a próxima quinta-feira a primeira reunião do “Conselhão”, depois de inexplicavelmente tê-lo aposentado por mais de dois anos. Este Conselhão será muito importante para provocar um debate construtivo entre os diferentes setores da sociedade. Estarão lá cientistas, empresários, artistas.

No Valor, há uma análise interessante de Raymundo Costa, que sinaliza a irritação crescente de setores sociais importantes com o debate sobre o impeachment, o qual estaria “travando” decisões e atrapalhando o país. Costa entrevista o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, que, ao tentar se manter discreto em relação a seu posicionamento quanto ao impeachment, não consegue esconder completamente que é contra, e que está também irritado com esse debate.

Hartung está numa saia justa, porque o senador de seu estado, Ricardo Ferraço, aderiu a uma agenda de extrema-direita tão radicalizada, que pediu para sair do PMDB, e se tornou um golpista fanático. E andou soltando frases quase ameaçadoras na direção de Hartung, convocando-o a se unir a ele em sua batalha religiosa contra o governo. Hartung, com essa entrevista ao Valor, fez os sinais necessários para que Ferraço entenda que ele não entrará nessa.

Costa menciona um levantamento da consultoria Arko Advice, segundo o qual a presidenta teria 48% dos deputados, ou 248 votos na Câmara, 77 a mais do que o necessário para arquivas o impeachment.

A estatística da Advice foi feita com base nas votações parlamentares de 2015. É evidente que, se Dilma tem uma base sólida na Câmara para derrotar o impeachment, terá mais ainda no Senado, onde os partidos que lhe apoiam não apenas tem mais força, como os senadores, pessoalmente, tem mostrado mais lealdade ao governo do que seus próprios partidos.

O gráfico divulgado na coluna de Costa mostra ainda que, apesar de todo o golpismo de 2015, Dilma conseguiu, neste primeiro ano do segundo mandato, um percentual de apoio na Câmara superior aos três anos anteriores.

A narrativa em torno de um governo “derrotado” foi muito mais um discurso midiático do que uma realidade. Houve, sim, radicalização contra o governo por parte do grupo de Eduardo Cunha, coligado ao PSDB, mas o resultado final, na prática, após o jogo das votações passar pelos vetos, pelo Senado, foi favorável ao governo.

 

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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