O motivo é mais simples do que você imagina (e um tanto óbvio)
por Carlos Eduardo, editor-assistente do Cafezinho
O jornalista Paulo Henrique Amorim costuma dizer que só no Brasil pesquisa eleitoral ganha manchete nos jornais.
Talvez a afirmativa de PHA ainda valha para uma parcela dos jornais, mas a verdade é que grande parte da mídia norte-americana — e principalmente aquela ligada aos republicanos, como a Fox News — está obcecada por pesquisas eleitorais.
Nas bancas de jornal os números das intenções de voto estão na primeira página. Liga-se a TV e lá estão os analistas de política comentando os últimos levantamentos. Uma rápida busca na internet e dá-lhe mais pesquisas.
A surpreendente liderança de Donald Trump nas primárias do Partido Republicano acabou por criar um novo mercado para os institutos.
Comparado com a última campanha presidencial, o número de sondagens teve um aumento de 90%, somente entre os candidatos das primárias republicanas, segundo reportagem do Boston Globe.
A obsessão da mídia e dos eleitores por levantamentos políticos atingiu níveis recordes nas primárias de 2015. Há pesquisa para todos os gostos, inclusive “pesquisa de pesquisas”.
O agregador de blogs RealClearPolitics tem uma seção de seu site dedicado apenas a catalogar as dezenas de pesquisas realizadas todos os dias nos Estados Unidos. Depois eles fazem uma média dos dados e apresentam uma “pesquisa das pesquisas”. O HuffPost faz a mesma coisa.
Um dos motivos para o crescimento quase exponencial das pesquisas eleitorais é seu baixo custo, devido aos recentes avanços tecnológicos. Nunca foi tão barato fazer pesquisas nos Estados Unidos.
Ao contrário do Brasil, onde o Ibope e Datafolha costumam fazer pesquisas de campo, nos Estados Unidos são poucos os institutos que ainda vão às ruas, a maioria realiza suas sondagens por telefone.
Alguns nem se dão o trabalho de pelo menos contratar uma firma de telemarketing para perguntar às pessoas em quem irão votar. Robôs fazem todo serviço, por meio de mensagens automatizadas. Outros ainda fazem suas pesquisas pela internet.
Quem tem o costume de navegar por sites norte-americanos com certeza já se deparou alguma fez com uma enquete online.
O Google mesmo tem uma das mais famosas empresas do ramo: Google Consumer Surveys. Apesar do nome, eles não se restringem apenas às pesquisas de mercado, realizando levantamentos periódicos das intenções de voto.
A questão é que mesmo realizando centenas de pesquisas os institutos continuam errando grosseiramente.
Na reeleição de Barack Obama em 2012, por exemplo, o jornal New York Times fez um levantamento com todos os institutos que haviam realizado ao menos cinco pesquisas nos últimos 21 dias campanha. No total o jornal avaliou 437 pesquisas e descobriu que a maioria dos institutos errou suas projeções em pelo menos dois pontos percentuais. A maioria também errou a favor do candidato republicano Mitt Romney, derrotado nas urnas.
O Gallup, um dos maiores institutos de pesquisa por lá, errou em 7,2 pontos percentuais e ainda por cima a favor de Mitt Romney.
Portanto, qual o problema com as pesquisas?
Esta foi a pergunta que Cliff Zukin, professor de ciência política da Rutgers University, em New Jersey, e ex-presidente da Associação Americana de Pesquisa de Opinião Pública dos Estados Unidos (tradução livre para American Association of Public Opinion Research) fez em artigo publicado ano passado no New York Times, em que indagou:
Nos últimos dois anos, as pesquisas eleitorais tiveram alguns desastres fora de série. Vários institutos não captaram em 2014 a onda conservadora nas mid-terms elections, que levou os republicanos a obterem larga maioria nas duas casas do Congresso. Pesquisas em Israel subestimaram a força do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em sua reeleição, enquanto institutos no Reino Unido previram uma eleição apertada para depois verem os conservadores ganharem com facilidade. O que esta havendo com as pesquisas? Para as próximas eleições de 2016, em que podemos confiar? (tradução livre)
A conclusão de Zukin foi surpreendente, mas também um tanto óbvia: ‘as pessoas simplesmente não gostam de responder pesquisas de opinião’.
Dados da AAPOR (American Association of Public Opinion Research) mostram que a taxa de retorno da maioria das pesquisas gira em torno de apenas 8%. Ou seja, a cada 100 pessoas, somente oito respondem a enquete.
E entre aqueles que respondem as perguntas há ainda diversos problemas. Os jovens, por exemplo, são menos propensos a responder enquetes e os pesquisadores enfrentam dificuldades para alcançar as minorias de negros e latinos.
Por isso não é nenhuma surpresa ver um candidato como Donald Trump liderando as pesquisas nos Estados Unidos. Mesmo com Trump superando a marca de 40% das intenções de voto, acredita-se que a maioria dos institutos estão avaliando somente a opinião de uma pequena parcela da população – branca, maior de 50 anos e conservadora.
O mesmo problema acontece com os democratas. Como o eleitorado de Bernie Sanders é formado principalmente por jovens e minorias, e estes ficam de fora da pesquisa, Hillary Clinton sempre aparece na liderança.
Conclusão: Infelizmente não dá pra confiar muito nas pesquisas eleitorais. O ideal é fazer uma média de diversas pesquisas, como o RealClearPolitics e HuffPost, e mesmo assim duvidar do resultado.
Se nos Estados Unidos é ruim, imagina no Brasil?
Se mesmo com dezenas de institutos concorrendo entre si, a margem de erro das pesquisas norte-americanas ainda é absurdamente alta, o que dizer do Brasil onde Ibope e Datafolha monopolizam o mercado?
É ridículo um país continental como o Brasil ter apenas dois institutos de pesquisa avaliando a opinião pública. Sem falar na manipulação grosseira que esses mesmos institutos vêm praticando há anos.
Nos falta ainda uma entidade para fiscalizar a atuação dos institutos, como existe nos Estados Unidos. O caso do Instituto Paraná que deu 54% a Aécio contra 46% para Dilma, em 2014, não pode ser visto ingenuamente como um simples erro. Foi uma fraude e como toda fraude deveria ser punida. Mas como não há fiscalização séria no Brasil, vida que segue.
Concluo este artigo citando Paulo Henrique Amorim. Após as eleições de 2014, o jornalista compilou em seu blog Conversa Afiada todos os erros dos institutos de pesquisa (leia-se Ibope e Datafolha) nas eleições de 2014. Vale a leitura.
Desmoralizados pela manipulação de “resultados” — eles erram a favor da Direita.
E a reles incompetência.
E neles só acreditam parvos e cúmplices.
Uma das fraudes mais óbvias foi esconder o Padilha em São Paulo.
Erraram no Rio com o Crivella.
Na Bahia, quando deram a vitória do Paulo Souto!
No Rio Grande do Sul, quando não viram que o primeiro lugar era do Sartori.
No Ceará, porque disseram que o Eunicio Oliveira ia ser o primeiro.
No Maranhão subestimaram a vitória espetacular de Flavio Dino.
Na Paraíba subestimaram a vitória de Cassio Cunha Lima.
No Rio Grande do Norte previram que Henrique Alves ganhava no primeiro turno.
No Amazonas, que Eduardo Braga ganhava no primeiro turno.
Erraram em Mato Grosso do Sul, com a liderança folgada do tucano/petista Delcídio Amaral.
No Senado, erraram feio na Bahia.
E no Rio Grande do Sul.
Quer mais ou precisa desenhar ?
[:en]O motivo é mais simples do que você imagina (e um tanto óbvio)
por Carlos Eduardo, editor-assistente do Cafezinho
O jornalista Paulo Henrique Amorim costuma dizer que só no Brasil pesquisa eleitoral ganha manchete nos jornais.
Talvez a afirmativa de PHA ainda valha para uma parcela dos jornais, mas a verdade é que grande parte da mídia norte-americana — e principalmente aquela ligada aos republicanos, como a Fox News — está obcecada por pesquisas eleitorais.
Nas bancas de jornal os números das intenções de voto estão na primeira página. Liga-se a TV e lá estão os analistas de política comentando os últimos levantamentos. Uma rápida busca na internet e dá-lhe mais pesquisas.
A surpreendente liderança de Donald Trump nas primárias do Partido Republicano acabou por criar um novo mercado para os institutos.
Comparado com a última campanha presidencial, o número de sondagens teve um aumento de 90%, somente entre os candidatos das primárias republicanas, segundo reportagem do Boston Globe.
A obsessão da mídia e dos eleitores por levantamentos políticos atingiu níveis recordes nas primárias de 2015. Há pesquisa para todos os gostos, inclusive “pesquisa de pesquisas”.
O agregador de blogs RealClearPolitics tem uma seção de seu site dedicado apenas a catalogar as dezenas de pesquisas realizadas todos os dias nos Estados Unidos. Depois eles fazem uma média dos dados e apresentam uma “pesquisa das pesquisas”. O HuffPost faz a mesma coisa.
Um dos motivos para o crescimento quase exponencial das pesquisas eleitorais é seu baixo custo, devido aos recentes avanços tecnológicos. Nunca foi tão barato fazer pesquisas nos Estados Unidos.
Ao contrário do Brasil, onde o Ibope e Datafolha costumam fazer pesquisas de campo, nos Estados Unidos são poucos os institutos que ainda vão às ruas, a maioria realiza suas sondagens por telefone.
Alguns nem se dão o trabalho de pelo menos contratar uma firma de telemarketing para perguntar às pessoas em quem irão votar. Robôs fazem todo serviço, por meio de mensagens automatizadas. Outros ainda fazem suas pesquisas pela internet.
Quem tem o costume de navegar por sites norte-americanos com certeza já se deparou alguma fez com uma enquete online.
O Google mesmo tem uma das mais famosas empresas do ramo: Google Consumer Surveys. Apesar do nome, eles não se restringem apenas às pesquisas de mercado, realizando levantamentos periódicos das intenções de voto.
A questão é que mesmo realizando centenas de pesquisas os institutos continuam errando grosseiramente.
Na reeleição de Barack Obama em 2012, por exemplo, o jornal New York Times fez um levantamento com todos os institutos que haviam realizado ao menos cinco pesquisas nos últimos 21 dias campanha. No total o jornal avaliou 437 pesquisas e descobriu que a maioria dos institutos errou suas projeções em pelo menos dois pontos percentuais. A maioria também errou a favor do candidato republicano Mitt Romney, derrotado nas urnas.
O Gallup, um dos maiores institutos de pesquisa por lá, errou em 7,2 pontos percentuais e ainda por cima a favor de Mitt Romney.
Portanto, qual o problema com as pesquisas?
Esta foi a pergunta que Cliff Zukin, professor de ciência política da Rutgers University, em New Jersey, e ex-presidente da Associação Americana de Pesquisa de Opinião Pública dos Estados Unidos (tradução livre para American Association of Public Opinion Research) fez em artigo publicado ano passado no New York Times, em que indagou:
Nos últimos dois anos, as pesquisas eleitorais tiveram alguns desastres fora de série. Vários institutos não captaram em 2014 a onda conservadora nas mid-terms elections, que levou os republicanos a obterem larga maioria nas duas casas do Congresso. Pesquisas em Israel subestimaram a força do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em sua reeleição, enquanto institutos no Reino Unido previram uma eleição apertada para depois verem os conservadores ganharem com facilidade. O que esta havendo com as pesquisas? Para as próximas eleições de 2016, em que podemos confiar? (tradução livre)
A conclusão de Zukin foi surpreendente, mas também um tanto óbvia: ‘as pessoas simplesmente não gostam de responder pesquisas de opinião’.
Dados da AAPOR (American Association of Public Opinion Research) mostram que a taxa de retorno da maioria das pesquisas gira em torno de apenas 8%. Ou seja, a cada 100 pessoas, somente oito respondem a enquete.
E entre aqueles que respondem as perguntas há ainda diversos problemas. Os jovens, por exemplo, são menos propensos a responder enquetes e os pesquisadores enfrentam dificuldades para alcançar as minorias de negros e latinos.
Por isso não é nenhuma surpresa ver um candidato como Donald Trump liderando as pesquisas nos Estados Unidos. Mesmo com Trump superando a marca de 40% das intenções de voto, acredita-se que a maioria dos institutos estão avaliando somente a opinião de uma pequena parcela da população – branca, maior de 50 anos e conservadora.
O mesmo problema acontece com os democratas. Como o eleitorado de Bernie Sanders é formado principalmente por jovens e minorias, e estes ficam de fora da pesquisa, Hillary Clinton sempre aparece na liderança.
Conclusão: Infelizmente não dá pra confiar muito nas pesquisas eleitorais. O ideal é fazer uma média de diversas pesquisas, como o RealClearPolitics e HuffPost, e mesmo assim duvidar do resultado.
Se nos Estados Unidos é ruim, imagina no Brasil?
Se mesmo com dezenas de institutos concorrendo entre si, a margem de erro das pesquisas norte-americanas ainda é absurdamente alta, o que dizer do Brasil onde Ibope e Datafolha monopolizam o mercado?
É ridículo um país continental como o Brasil ter apenas dois institutos de pesquisa avaliando a opinião pública. Sem falar na manipulação grosseira que esses mesmos institutos vêm praticando há anos.
Nos falta ainda uma entidade para fiscalizar a atuação dos institutos, como existe nos Estados Unidos. O caso do Instituto Paraná que deu 54% a Aécio contra 46% para Dilma, em 2014, não pode ser visto ingenuamente como um simples erro. Foi uma fraude e como toda fraude deveria ser punida. Mas como não há fiscalização séria no Brasil, vida que segue.
Concluo este artigo citando Paulo Henrique Amorim. Após as eleições de 2014, o jornalista compilou em seu blog Conversa Afiada todos os erros dos institutos de pesquisa (leia-se Ibope e Datafolha) nas eleições de 2014. Vale a leitura.
Desmoralizados pela manipulação de “resultados” — eles erram a favor da Direita.
E a reles incompetência.
E neles só acreditam parvos e cúmplices.
Uma das fraudes mais óbvias foi esconder o Padilha em São Paulo.
Erraram no Rio com o Crivella.
Na Bahia, quando deram a vitória do Paulo Souto!
No Rio Grande do Sul, quando não viram que o primeiro lugar era do Sartori.
No Ceará, porque disseram que o Eunicio Oliveira ia ser o primeiro.
No Maranhão subestimaram a vitória espetacular de Flavio Dino.
Na Paraíba subestimaram a vitória de Cassio Cunha Lima.
No Rio Grande do Norte previram que Henrique Alves ganhava no primeiro turno.
No Amazonas, que Eduardo Braga ganhava no primeiro turno.
Erraram em Mato Grosso do Sul, com a liderança folgada do tucano/petista Delcídio Amaral.
No Senado, erraram feio na Bahia.
E no Rio Grande do Sul.
Quer mais ou precisa desenhar ?
[:es]O motivo é mais simples do que você imagina (e um tanto óbvio)
por Carlos Eduardo, editor-assistente do Cafezinho
O jornalista Paulo Henrique Amorim costuma dizer que só no Brasil pesquisa eleitoral ganha manchete nos jornais.
Talvez a afirmativa de PHA ainda valha para uma parcela dos jornais, mas a verdade é que grande parte da mídia norte-americana — e principalmente aquela ligada aos republicanos, como a Fox News — está obcecada por pesquisas eleitorais.
Nas bancas de jornal os números das intenções de voto estão na primeira página. Liga-se a TV e lá estão os analistas de política comentando os últimos levantamentos. Uma rápida busca na internet e dá-lhe mais pesquisas.
A surpreendente liderança de Donald Trump nas primárias do Partido Republicano acabou por criar um novo mercado para os institutos.
Comparado com a última campanha presidencial, o número de sondagens teve um aumento de 90%, somente entre os candidatos das primárias republicanas, segundo reportagem do Boston Globe.
A obsessão da mídia e dos eleitores por levantamentos políticos atingiu níveis recordes nas primárias de 2015. Há pesquisa para todos os gostos, inclusive “pesquisa de pesquisas”.
O agregador de blogs RealClearPolitics tem uma seção de seu site dedicado apenas a catalogar as dezenas de pesquisas realizadas todos os dias nos Estados Unidos. Depois eles fazem uma média dos dados e apresentam uma “pesquisa das pesquisas”. O HuffPost faz a mesma coisa.
Um dos motivos para o crescimento quase exponencial das pesquisas eleitorais é seu baixo custo, devido aos recentes avanços tecnológicos. Nunca foi tão barato fazer pesquisas nos Estados Unidos.
Ao contrário do Brasil, onde o Ibope e Datafolha costumam fazer pesquisas de campo, nos Estados Unidos são poucos os institutos que ainda vão às ruas, a maioria realiza suas sondagens por telefone.
Alguns nem se dão o trabalho de pelo menos contratar uma firma de telemarketing para perguntar às pessoas em quem irão votar. Robôs fazem todo serviço, por meio de mensagens automatizadas. Outros ainda fazem suas pesquisas pela internet.
Quem tem o costume de navegar por sites norte-americanos com certeza já se deparou alguma fez com uma enquete online.
O Google mesmo tem uma das mais famosas empresas do ramo: Google Consumer Surveys. Apesar do nome, eles não se restringem apenas às pesquisas de mercado, realizando levantamentos periódicos das intenções de voto.
A questão é que mesmo realizando centenas de pesquisas os institutos continuam errando grosseiramente.
Na reeleição de Barack Obama em 2012, por exemplo, o jornal New York Times fez um levantamento com todos os institutos que haviam realizado ao menos cinco pesquisas nos últimos 21 dias campanha. No total o jornal avaliou 437 pesquisas e descobriu que a maioria dos institutos errou suas projeções em pelo menos dois pontos percentuais. A maioria também errou a favor do candidato republicano Mitt Romney, derrotado nas urnas.
O Gallup, um dos maiores institutos de pesquisa por lá, errou em 7,2 pontos percentuais e ainda por cima a favor de Mitt Romney.
Portanto, qual o problema com as pesquisas?
Esta foi a pergunta que Cliff Zukin, professor de ciência política da Rutgers University, em New Jersey, e ex-presidente da Associação Americana de Pesquisa de Opinião Pública dos Estados Unidos (tradução livre para American Association of Public Opinion Research) fez em artigo publicado ano passado no New York Times, em que indagou:
Nos últimos dois anos, as pesquisas eleitorais tiveram alguns desastres fora de série. Vários institutos não captaram em 2014 a onda conservadora nas mid-terms elections, que levou os republicanos a obterem larga maioria nas duas casas do Congresso. Pesquisas em Israel subestimaram a força do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em sua reeleição, enquanto institutos no Reino Unido previram uma eleição apertada para depois verem os conservadores ganharem com facilidade. O que esta havendo com as pesquisas? Para as próximas eleições de 2016, em que podemos confiar? (tradução livre)
A conclusão de Zukin foi surpreendente, mas também um tanto óbvia: ‘as pessoas simplesmente não gostam de responder pesquisas de opinião’.
Dados da AAPOR (American Association of Public Opinion Research) mostram que a taxa de retorno da maioria das pesquisas gira em torno de apenas 8%. Ou seja, a cada 100 pessoas, somente oito respondem a enquete.
E entre aqueles que respondem as perguntas há ainda diversos problemas. Os jovens, por exemplo, são menos propensos a responder enquetes e os pesquisadores enfrentam dificuldades para alcançar as minorias de negros e latinos.
Por isso não é nenhuma surpresa ver um candidato como Donald Trump liderando as pesquisas nos Estados Unidos. Mesmo com Trump superando a marca de 40% das intenções de voto, acredita-se que a maioria dos institutos estão avaliando somente a opinião de uma pequena parcela da população – branca, maior de 50 anos e conservadora.
O mesmo problema acontece com os democratas. Como o eleitorado de Bernie Sanders é formado principalmente por jovens e minorias, e estes ficam de fora da pesquisa, Hillary Clinton sempre aparece na liderança.
Conclusão: Infelizmente não dá pra confiar muito nas pesquisas eleitorais. O ideal é fazer uma média de diversas pesquisas, como o RealClearPolitics e HuffPost, e mesmo assim duvidar do resultado.
Se nos Estados Unidos é ruim, imagina no Brasil?
Se mesmo com dezenas de institutos concorrendo entre si, a margem de erro das pesquisas norte-americanas ainda é absurdamente alta, o que dizer do Brasil onde Ibope e Datafolha monopolizam o mercado?
É ridículo um país continental como o Brasil ter apenas dois institutos de pesquisa avaliando a opinião pública. Sem falar na manipulação grosseira que esses mesmos institutos vêm praticando há anos.
Nos falta ainda uma entidade para fiscalizar a atuação dos institutos, como existe nos Estados Unidos. O caso do Instituto Paraná que deu 54% a Aécio contra 46% para Dilma, em 2014, não pode ser visto ingenuamente como um simples erro. Foi uma fraude e como toda fraude deveria ser punida. Mas como não há fiscalização séria no Brasil, vida que segue.
Concluo este artigo citando Paulo Henrique Amorim. Após as eleições de 2014, o jornalista compilou em seu blog Conversa Afiada todos os erros dos institutos de pesquisa (leia-se Ibope e Datafolha) nas eleições de 2014. Vale a leitura.
Desmoralizados pela manipulação de “resultados” — eles erram a favor da Direita.
E a reles incompetência.
E neles só acreditam parvos e cúmplices.
Uma das fraudes mais óbvias foi esconder o Padilha em São Paulo.
Erraram no Rio com o Crivella.
Na Bahia, quando deram a vitória do Paulo Souto!
No Rio Grande do Sul, quando não viram que o primeiro lugar era do Sartori.
No Ceará, porque disseram que o Eunicio Oliveira ia ser o primeiro.
No Maranhão subestimaram a vitória espetacular de Flavio Dino.
Na Paraíba subestimaram a vitória de Cassio Cunha Lima.
No Rio Grande do Norte previram que Henrique Alves ganhava no primeiro turno.
No Amazonas, que Eduardo Braga ganhava no primeiro turno.
Erraram em Mato Grosso do Sul, com a liderança folgada do tucano/petista Delcídio Amaral.
No Senado, erraram feio na Bahia.
E no Rio Grande do Sul.
Quer mais ou precisa desenhar ?
Estenio Duarte
22/01/2016 - 14h57
Passei a ver quem está na frente nas casas de apostas depois que li isso aqui…
https://daytrolha.wordpress.com/2016/01/21/eleicao-americana-quem-leva/
Com ctza tb erram, mas sei la… mais um indicador
Rodrigo Figueiredo
22/01/2016 - 16h29
Aqui por exemplo em 2010, a datafalha, como é conhecida pelo jornalista “camaleão” Paulo Henrique Amorim, (com todo respeito é claro, ao camaleão!) dizia que teria segundo turno, enquanto o vira casaca do PHA dizia que a Dilma venceria no 1º turno e que a datafalha era golpista. Em 2014, aconteceu a mesma coisa, mais dessa vez após a morte de Eduardo Campos, o datafalha mostrava 2º turno, mas novamente o camaleão do jornalismo brasileiro dizia que a Dilma venceria com os pés nas costas no primeiro turno kkkkkkkkk
Marcos Portela
22/01/2016 - 16h12
??PAÍS DO CARNAVAL e DO FUTEBOL, bem que poderia ser o PAÍS DA DIGNIDADE, que não vem ao caso e ao interesse dos centenários “CORONÉIS” da REPÚBLICA, o que seriam de “Juízes” como o SÉRGIO MORO e o JOAQUIM BARBOSA, sem poderem usar o SHOW MIDIÁTICO p/ CONDENAR suspeitos sem PROVAS e sem PODEREM ATACAR EMPRESAS RESPONSÁVEIS por várias OBRAS de INFRAESTRUTURA, com a INTENÇÃO de causar DESEMPREGOS no PAÍS, o que seriam das MÍDIAS e IMPRENSA sem poderem MANIPULAR em troca da BOLSA PUBLICIDADE, pagas para promover GOVERNOS CORRUPTOS através da INSTALAÇÃO do CAOS no PAÍS, o que seriam dos POLÍTICOS TRAFICANTES de COCAÍNA de MG e dos achacadores que EXTORQUEM empresas fazendo do CONGRESSO NACIONAL BALCÃO de NEGÓCIOS, seguindo o que o “Ministro” GILMAR MENDES faz no JUDICIÁRIO, através de vendas de SENTENÇAS, HÁBEAS CORPUS e ENGAVETAMENTOS, uma verdadeira MAÇONARIA CRIMINOSA formada por BANDIDOS FASCISTAS, estamos ATENTOS, agora os RATOS estão EXPOSTOS, sem CONSIDERAR que p/ toda AÇÃO há uma REAÇÃO.
Maurilio Costa
22/01/2016 - 16h11
Simples, o povo tende a votar sempre naquele que está na frente nas pesquisas, não querem perderem os votos.