O Datafolha fez uma pesquisa entre deputados ao final de dezembro último, para apurar, basicamente, duas coisas:
1) quantos deputados tinham disposição para votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff.
2) quantos deputados se dispunham a votar pela cassação de Eduardo Cunha, caso o conselho de ética da Câmara aceitasse, como aceitou, um processo contra ele por quebra de decoro.
Eu me lembro da repercussão da pesquisa sobre Dilma, mas não vi muita badalação em relação aos números sobre Eduardo Cunha.
Aliás, não vi nada. Mas deve ter sido distração minha.
Dilma precisa ter 30% dos votos para barrar o impeachment. Sua contabilidade está apertada. Ainda assim, ela tem acima do necessário para vencer e permanecer no cargo.
Segundo o Datafolha, 31% dos parlamentares votarão contra o impeachment.
Entretanto, 27% não se posicionaram. Naturalmente, uma parcela importante destes votarão contra o impeachment, sobretudo quando as dificuldades da oposição para emplacar a iniciativa ficarem mais claras.
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A situação de Eduardo Cunha, porém, é muito menos confortável. Para não ser cassado, ele precisa de mais da metade dos votos, ou então que os votos por sua cassação não atinjam a maioria absoluta (50% mais um).
Ao final de dezembro, apenas 8% dos deputados se dispunha a salvar a pele de Cunha, e 60% disseram que pretendem votar em favor de sua cassação!
Pensando bem, agora entendo porque a mídia não fez muito barulho com esses números.