Senador tucano descarta golpe e diz que impeachment de Dilma é improvável

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou na Comiss?o de Constitui?o, Justia e Cidadania (CCJ), nesta quarta-feira (26), parecer sobre 75 emendas de Plen?rio e quatro emendas da comiss?o a projeto de resolu?o (PRS 17/09) que institui o novo Regimento Interno do Senado Federal (RISF). A vota?o da mat?ria estava prevista para esta quarta-feira, mas pedido de vista coletiva encaminhado pelo senador Romero Juc? (PMDB-RR) levou o presidente da CCJ, senador Dem?stenes Torres (DEM-GO), a adiar o exame da proposta por 15 dias.

Ufa, está caindo a ficha mesmo nos tucanos, de que a luta política tem de ser feita dentro dos marcos democráticos. O governo deve ser criticado, inclusive para melhorar e corrigir seus erros. Mas sem campanha para derrubar ninguém. Tudo caminha para termos um 2016 bem mais tranquilo!

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Jereissati descarta golpe: ‘Democracia é sagrada’

no Brasil 247

Integrante da cúpula de comando do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) é mais uma voz tucana a se levantar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista concedida ao jornal “O Povo”, do Ceará, nesta segunda-feira (18), ele considera a possibilidade “improvável” e faz até críticas ao seu partido.

“Em algumas votações, a meu ver, equivocadamente, [o PSDB] votou errado. Não necessariamente porque estava unido ao Eduardo Cunha, mas porque estava achando que aquilo era fazer oposição. Ser contra o governo era fazer oposição. Em determinadas situações, nem sempre isso é verdade. Houve uma união com Eduardo Cunha em determinadas votações pelas circunstâncias, e algumas delas equivocadas”, disse.

Para ele, “a presidente não tem nada que oferecer a nós e ao País”. “A presidente não vai ser impedida. Mas vai fazer o que com o governo? Conseguir ficar três anos assim é improvável. Um impeachment também é improvável. Porque, na hora da luta pelo poder mesmo, e aí existe muito fisiologismo e clientelismo, ela tem maioria. Não existe maioria parlamentar para derrubá-la”, constata.

“Não sei nem dos aspectos jurídicos, porque não sou advogado e existem prós e contras. Mas que ela está perdendo as condições de governar, está. A hipótese da cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é outra. Pelo que sei e pelas análises, não parece uma saída provável. Renúncia é improvável. A outra [possibilidade] é recuperar o seu partido através de uma reviravolta e de uma liderança para que possa conseguir dar uma luz para todos. Também isso é improvável”, opina.

O senador afirma ainda que, do jeito como está agora, “vai ser muito ruim para o País nós passarmos três anos vivendo dessa maneira”, mas que “não votaria nunca alguma coisa que eu achasse que feriria as instituições. Eu sou de uma geração para a qual a conquista da democracia é sagrada. Isso vale mesmo três anos de sacrifícios”.

Jereissati diz não ver luz no fim do túnel para as crises política e econômica do País. Pouco afeito a entrevistas, o senador evita declarações polêmicas e procura dar um tom de análise histórica às duras críticas que faz ao PT e ao próprio governo. Sobre as pré-candidaturas do PSDB à presidência em 2018, o tucano considera positivo o partido ter vários nomes na disputa, mas descarta disputar a vaga. Segundo ele, seu momento passou.

O senador, que já governou o Ceará por três vezes, considera o governador Camilo Santana, do PT, muito bem intencionado, acessível e com uma abertura grande para o diálogo, mas acha que devem ser feitos ajustes na equipe neste segundo ano de mandato, para o governo ter ações mais visíveis.

Confira aqui a íntegra da entrevista.

Redação:
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