Nem a ombudsman da Folha suporta o jogo sujo da Folha…
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No blog Conversa Afiada.
Nem a ombudsman da Fel-lha aguenta o odor de seus vazamentos
É um lixo
De Vera Magalhães, na Fel-lha:
Falação premiada
Informação de depoimento oficial é bem diferente de conversas vagas destinadas a atrair acordo de delação
1. Domingo (10): “Ex-deputado que negocia delação cita Wagner e Aécio enunciava a principal reportagem de “Poder”. O texto relatava que o ex-deputado Pedro Corrêa adiantara informações capazes de comprometer cerca de cem políticos –entre eles o senador Aécio Neves e os ministros Aldo Rebelo (Defesa) e Jaques Wagner (Casa Civil).
“Não há nenhuma informação consistente sobre o contexto, tão somente se destacam nomes supostamente mencionados, sem nenhuma prova, indício ou suspeita”, reclamou, com razão, a assessoria do ministro da Defesa (leia abaixo, nota ao fim deste texto).
A inconsistência já havia sido apontada na crítica interna: a afirmação não foi feita em depoimento oficial, mas em negociação na qual o ex-deputado tenta há seis meses, sem sucesso, fechar um acordo de delação premiada. A razão, segundo a reportagem: “Investigadores disseram que Pedro Corrêa até agora não entregou provas convincentes para boa parte dos episódios relatados. A defesa sabe que, para o acordo vingar, os termos precisam ser taxativos e concretos”.
Carece perguntar então: se assim é, por que o jornal deu tanto espaço e destaque à narrativa? Por que os nomes dos políticos foram parar no título e no subtítulo, enquanto a ressalva sobre a confiabilidade da história foi relegada ao fim do texto?
(…)
3. Sexta (15): “Lobista reconhece assessor de Palocci que teria recebido R$ 2 mi, tasca a Folha em título interno. O lobista em questão é Fernando Baiano, que, em acareação, identificou Charles Capella como “o interlocutor” que estava em uma casa de Brasília onde ele se reuniu para acertar a doação ao caixa dois da campanha de Dilma (2010). No parágrafo seguinte, porém, Baiano diz que Capella não participou da reunião –ou seja, não “interlocutou” coisíssima alguma.
Em outra acareação no mesmo dia, Alberto Youssef não reconheceu Capella como o recebedor da propina –que, por sinal, foi o próprio doleiro que entregou. Como o jornal pode ignorar isso e escrever em título que Capella teria recebido o dinheiro? “Não acho que uma versão invalide a outra, e as duas estão registradas”, responde Fábio Zanini. Meu ponto não são versões conflitantes, mas a conclusão indevida: o título uniu o que a acareação separou.
(…)