Com a intervenção do Ministério Público, autoridades do país europeu concordaram em repassar dados dos 8 mil brasileiros com contas na Suíça, a maioria não declaradas à Receita Federal; CPI do HSBC no Senado assumiu compromisso de não divulgar as informações; volume de recursos depositados chega a 7 bilhões de dólares; CPI foi iniciativa do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mas não decolou porque o portal Uol, que detinha os dados completos, não os forneceu sob alegação de que seria incorreto divulgar nomes sem checagem prévia de cada um; para o relator, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), a investigação renasce das cinzas
FRANÇA LIBERA DADOS E CPI DO HSBC GANHA FORÇA
no Brasil 247
A decisão do governo da França de compartilhar toda a documentação do escândalo do HSBC-Swissleaks deve ressuscitar CPI sobre o tema no Senado. O relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES) já foi informado pelo Ministério Público a respeito da liberação.
“Pensavam que a CPI estava enterrada, mas estamos renascendo das cinzas, como uma fênix”, disse Ricardo Ferraço ao blog do jornalista Fernando Rodrigues, do Uol, que interega o pool internacional de profissionais com acesso aos documentos.
O SwissLeaks refere-se ao vazamento de arquivos de uma agência do HSBC na Suíça. O número de contas de brasileiros passa de 8.000, com cerca de US$ 7 bilhões depositados. A maioria não declarou os valores à Receita Federal.
A CPI foi uma iniciativa do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mas não decolou porque o Uol, que detinha os dados completos, não forneceu os dados sob alegação de seria “incorreto divulgar listas de nomes sem uma checagem prévia de cada um e sem que fique estabelecida a relevância jornalística e o interesse público.”
Ferraço queria convocar os brasileiros com os maiores volumes depositados em contas secretas no HSBC de Genebra. Mas a maioria dos integrantes da CPI freou essa iniciativa, pois o Senado não tinha acesso aos dados originais do vazamento.
Agora, a situação pode mudar.
A CPI do HSBC-SwissLeaks receberá os dados do governo francês com o compromisso de não divulgar as informações. Mas poderá agora requerer oficialmente uma checagem dos dados por parte da Receita Federal – que já tem a mesma documentação.