Trecho da matéria do Los Angeles Times:
Nos últimos dias, manifestações sobre a iniciativa de impeachment levaram a confrontos físicos entre os parlamentares e máquinas de votação quebradas. A residência do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que lidera o esforço de impeachment contra Dilma Rousseff, foi invadida este mês pela polícia, em investigações envolvendo o escândalo Petrobras.
“Agora, para que o Brasil realmente comece de novo, para ter um novo começo, o melhor de tudo seria uma nova eleição”, disse Leitão, o deputado da oposição.
O deputado Orlando Silva do Partido Comunista, membro da coalizão de Dilma Rousseff, disse que a crise política é maior do que a simples paralisia no Congresso.
“Os líderes no Congresso não controlam seus partidos. Os ministros têm pouca influência e as investigações levadas a cabo pela polícia federal desacreditaram o governo”, disse ele.
De fato, disse ele, investigar e punir a corrupção é algo a ser comemorado.
“As coisas estão mudando”, afirma Silva. “Isso vai ser entendida no futuro. Mas, por enquanto, está causando desconfiança na população.”
No andar de cima, em uma ala muito mais elegante de escritórios, o deputado Paulo Teixeira, do Partido dos Trabalhadores previu que não haverá solução para a crise antes de março.
“A saída para o impeachment é derrotar o impeachment”, disse ele.
“Em um sistema presidencial, impeachment tem a ver com um crime cometido. E [Rousseff] não cometeu nenhum crime.”
Teixeira culpou a crise em uma tentativa da oposição política para aproveitar o poder que ele não conseguiu ganhar através da última eleição presidencial.
“A oposição nunca aceitou a sua derrota”, disse ele. “Eles já tentou de tudo para parar o governo. Impeachment é a sua última tentativa.”