[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)]
Análise Diária de Conjuntura – 15/12/2015
Mais um dia frenético.
O Conselho de Ética aceitou, finalmente, aceitou o relatório que pede a abertura de processo disciplinar contra o presidenta da Câmara, Eduardo Cunha.
Ao contrário dos rumores que correram por toda a manhã e início de tarde, Cunha não renunciou. Mantém-se firme à frente da Câmara. Sua reação, porém, de atribuir suas mazelas com a justiça ao Planalto soam apenas ridículas, e sua catilinária para que o PMDB saia da aliança com o governo apenas serve para reforçar esta aliança, visto que políticos com mais visão do partido não irão querer se juntar a Cunha num abraço de afogados. [/s2If]
[s2If !current_user_can(access_s2member_level1)]
Atenção, você não está logado como assinante. Para continuar a ler, você precisa fazer seu login como assinante (na coluna da direita; ou abaixo da seção de comentários, se você estiver lendo pelo celular). Confira aqui como assinar o blog O Cafezinho. Se já foi um assinante, temos promoções especiais. Qualquer dúvida, entre em contato com a Flavia, no assinatura@ocafezinho.com. [/s2If]
[s2If current_user_can(access_s2member_level1)]
A Lava Jato entrou na Câmara, na Esplanada, e voltou a bagunçar a política. Esses mandatos de busca e apreensão soam como incursões autoritárias, para efeito midiático, visto que é óbvio que os investigadores não guardam mais nada comprometedor em suas residências.
O blog do jornalista Jorge Bastos Moreno publicou há pouco uma nota em que, baseado em suas fontes, prevê que o próximo ministro a ser alvo de busca e apreensão, é alguém mais próximo ao núcleo do Planalto. Moreno não diz o nome do ministro, mas é fácil constatar que ele se refere ao ministro Edinho Silva, titular da Secom.
O CNI/Ibope acaba de divulgar sua pesquisa sobre a aprovação do governo. Ruim, como sempre. 82% dos entrevistados desaprovam a maneira de Dilma governar. A desaprovação é grande entre os próprios eleitores da presidenta: em dezembro de 2014, Dilma tinha a confiança de 80% de seus eleitores; hoje tem 32%.
Trata-se da prova mais contundente de que o Planalto, ao negligenciar a comunicação e a política, e a apostar no discurso único do “ajuste fiscal”, cometeu um erro grosseiro, porque fragilizou o próprio governo e, com isso, deu margem à um processo de instabilidade política que contaminou a economia.
Por que Dilma não deu entrevistas a jornais progressistas, que dialogam com seus próprios eleitores? Por que se escondeu e, quando saiu da toca, só fala com a mídia – e mesmo assim fala mal, com sarcasmo, sem objetividade, quase culpando o trabalhador da imprensa?
No blog do Nassif, temos uma excelente análise sobre as “contas de perde-ganha” de Dilma e Temer. Nassif conclui que as contas beneficiam Dilma, porque os riscos de instabilidade política e social são muito maiores com Temer.
O apoio da Fiesp ao impeachment apenas agregou um frisson sessentista ao golpe. As lembranças sinistras de empresários paulistas ajudando a ditadura e a tortura devem ter causado frio na espinha dos mais velhos.
O cenário voltou a ficar nebuloso. Se há setores sociais interessados em derrubar o governo a qualquer custo, sem importar as razões, e por motivos puramente políticos, então dificilmente teremos paz nos próximos anos.
O próprio mercado, que anda muito pessimista, previra um 2016 melhor que 2015, em um 2017 com recuperação econômica. Mas se não houver um pacto de convivência entre os agentes políticos, se este golpismo não recuar, então a turbulência vai continuar.
O governo tem muitas armas nas mãos, mas vive uma inacreditável crise de criatividade, desde a vitória eleitoral de 2014.
É incrível a sua incapacidade para oferecer estratégias, planos, ideias, projetos, e, sobretudo, a sua recusa em dialogar com os setores da sociedade interessados em ajudar.
Os conselhos políticos e econômicos criados por Lula, onde empresários, sindicatos, universidades e intelectuais poderiam trocar ideias e acertar projetos em comum foram engavetados e não voltaram a se reunir.
O governo não vencerá o golpe se não tiver uma estratégia eminentemente política, para recuperar popularidade, retomar diálogos com os agentes econômicos e oferecer uma ponte para o futuro, sobretudo na área de mobilidade urbana, desenvolvimento sustentável e novas fontes de energia.
[/s2If]