Que ironia maravilhosa!
Maravilhosa, triste, sinistra!
Os golpistas, que tem força sobretudo em São Paulo, onde a luta de classes se dá de maneira mais avançada, e onde o ódio fascista, insuflado pela mídia, atingiu níveis alarmantes, agendaram a manifestação contra o golpe no mesmo dia em que se celebra o aniversário da promulgação do AI-5, o Ato Institucional da ditadura que deu fim às liberdades políticas no país.
O AI-5 foi promulgado em 13 de dezembro de 1968.
Muito sintomático!
Os golpistas querem derrubar uma presidenta eleita por 54 milhões de votos, uma das maiores votações da nossa história.
Para se ter uma ideia, FHC se elegeu em 1994 com 34 milhões de votos e re-elegeu em 1998 com 35,9 milhões de votos.
Lula se elegeu em 2002 com 52,7 milhões de votos.
Apenas Lula teve mais votos que Dilma, na eleição de 2006, quando o petista obteve mais de 58 milhões de votos.
O resultado de uma eleição presidencial é algo muito mais complexo do que se pode imaginar, porque ligado organicamente a milhares de processos políticos e eleitorais, nas esferas partidárias, locais, na sociedade.
Ao destituir um presidente, fissura-se todo um sistema. É como jogar fora uma eleição inteira, com toda a sua carga de emoções, debates, história, alianças.
Por isso o impeachment é uma medida absolutamente excepcional.
Os Estados Unidos, democracia mais antiga do planeta, nunca destituiu um presidente, por essa mesma razão.
Parabéns, coxinhas!
A data escolhida para se manifestarem em prol do golpe não poderia ser mais oportuna!