Reação rápida contra o golpe assusta oposição

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Análise Diária de Conjuntura – 04/12/2015

A oposição está assustada. O título do jornal O Globo de hoje, dizendo que Dilma quer julgamento rápido para evitar momento pior, é uma empulhação, como sempre. Claro que as coisas podem piorar, mas podem piorar justamente se um processo de impeachment for esticado, e usado, como está sendo, como chantagem. [/s2If]

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Se querem derrubar o governo, então derrubem rápido, porque o Brasil não tem mais tempo para esse tipo de palhaçada. A economia precisa se recuperar e para isso a política precisa se estabilizar, de uma maneira ou de outra.

Uma avaliação preliminar do jornal O Globo mostra que Dilma tem quase 90 deputados a mais do que o número necessário para barrar o impeachment.

O PMDB tinha, até pouco tempo, 66 deputados na Câmara. Isso significa que todos os deputados do PMDB podem votar pelo impeachment e mesmo assim o impeachment perde.

Tem de haver um terremoto político que transforme completamente a conjuntura. Os coxinhas vão às ruas no dia 13, mas o campo progressista já tem inúmeras manifestações marcadas antes disso.

A quantidade impressionante de juristas, partidos, movimentos sociais, contra o impeachment, já deixou claro que não há, nem de perto, o mesmo consenso que levou à queda de Fernando Collor.

A oposição não tem votos no parlamento e não tem apoio na sociedade. Ela se apega apenas à manipulação da notícia e o controle da opinião pública exercido pela mídia e seus institutos de pesquisa.

Outra esperança da oposição é a Lava Jato fiz com nova bomba, gerando uma nova onda de comoção na opinião pública.

As pedaladas fiscais de 2015 foram aniquiladas com a votação realizada esta semana. Foi nessa votação que o jogo do impeachment foi jogado. Se o governo perdesse, a oposição poderia tentar usar as pedaladas de 2015 para justificar o golpe. Mas o governo ganhou, com maioria massacrante.

O chamado baixo claro da Câmara parece ter se afastado, ao menos por enquanto, do método sabotagem patrocinado por Eduardo Cunha. Nas últimas semanas, o congresso aprovou todas as medidas propostas pelo governo, necessárias para destravar os investimentos.

O grande suspense agora se dá em relação à Michel Temer. Diversas lideranças do PMDB já deram declarações bastante duras contra o impeachment.

Falta Temer.

Possivelmente, o vice-presidente aguarda uma definição melhor do cenário, porque qualquer atitude sua agora será definitiva. Mas a demora em se manifestar contra o impeachment alimenta a rede de intrigas dentro do PMDB.

Essas intrigas são costuradas principalmente pela Globo.

O blog de Gerson Camarotti assumiu a linha de frente das fofocas golpistas, sempre com objetivo de fomentar a confusão no governo.

O post de hoje, sobre a saída de Eliseu Padilha do governo, vem cheio de malícia.

O Planalto pressiona Temer a tomar posição porque isso é importante para definir a agenda nacional, não é motivo para nenhum “constrangimento”, conforme relata Camarotti, como se o vice-presidente fosse uma vítima.[/s2If]

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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