por Andréa Martinelli, no HuffPost Post
Em apoio aos estudantes que lutam contra a reorganização escolar do governo Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, artistas como Criolo, Paulo Miklos, Maria Gadú, Tiê e Edgar Escandurra, vão participar da “Virada Ocupação” nos dias 06 e 07 de dezembro.
O evento foi organizado pela ONG Minha Sampa, que quer mostrar apoio e dar força aos estudantes para que as 194 escolas ocupadas não sejam desativadas. Outros nomes de destaque devem engrossar a lista nos próximos dias e voluntários podem se inscrever através do site oficial.
O perfil do site da “Viradão Ocupação” diz que, “além de propor um plano de reorganização da rede pública de ensino que irá deslocar mais de 311 mil alunos e fechar 93 escolas, sem consultar a comunidade escolar, o governo estadual está agora, de forma arbitrária, perseguindo e ameaçando os alunos envolvidos com as ocupações em protesto as medidas anunciadas.”
Em entrevista ao Estadão, Ana Lívia Arida, diretora da Minha Sampa, disse que a ideia é apoiar os secundaristas: “Nossa ideia é mostrar que a classe artística e a comunidade apoiam esse movimento, que é legítimo, que só busca um direito que deveria ser básico: o da educação de qualidade”
Segundo a Rede Brasil Atual, até as 18h de ontem, 184 artistas já haviam se inscrito para se apresentar no evento, além de 151 produtores voluntários e 57 interessados em fazer a cobertura jornalística colaborativa do evento. E voluntários e interessados em ajudar ainda podem participar.
Segundo o perfil Paulista Aberta no Facebook, será mantido o sigilo das escolas que receberão o evento até última hora pra proteger de ações da polícia e outras interferências. Os locais serão divulgados nas redes sociais da ONG Minha Sampa.
Todos os que tiverem interesse podem se inscrever pelo site.
Nessa terça-feira (1), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, publicou no Diário Oficial da União um decreto que autoriza a transferência de funcionários públicos entre as escolas estaduais, prosseguindo com o plano de reorganização do ensino em ciclos únicos. Os estudantes exigem que as mudanças sejam discutidas com a população e foram alvo de repressão em protesto na noite de ontem.
Guilherme Scalzilli
03/12/2015 - 09h32
Prisão sugere elo entre PSB e crime organizado
Uma ação do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) aprisionou dez pessoas suspeitas de pertencerem ao PCC (Primeiro Comando da Capital) no interior de São Paulo. A lista inclui um assessor do prefeito de Campinas, Jonas Dozinette (PSB), que governa em coligação com o PSDB. Os dois aparecem na foto, em amigável confraternização.
O título acima, propositalmente bombástico, sugere como a mídia tucana interpretaria o episódio se envolvesse uma gestão petista. Ironias à parte, contudo, o exagero é apenas aparente. Afinal, o assessor preso, filiado ao PSB, ocupava um cargo de confiança no gabinete do alcaide. E pode representar a influência da notória rede criminosa na cúpula administrativa de uma das maiores cidades do país.
Quem indicou o cidadão para um posto de tamanha importância? Como ele chegou ao PSB? Que ligações possui com os vereadores da base governista? Quais atividades exerceu na campanha de Jonas e, depois, na sua gestão municipal? É verdade que fazia lobby para o nebuloso setor do transporte alternativo?
Essas questões seriam prontamente averiguadas pela imprensa corporativa se ela tivesse mínima lisura jornalística. Haveria um escândalo nacional, equivalente à gravidade do caso. E os guardiões da moralidade vomitariam desabafos indignados sobre o nível de corrupção a que chegaram os aliados de Geraldo Alckmin.
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