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Análise Diária de Conjuntura – 01/12/2015.
A semana corrente é, em inúmeros sentidos, decisiva para a conjuntura política. Tão decisiva que fica até difícil fazer qualquer análise antes de sabermos o que vai acontecer. Vamos fazer uma lista dos seis assuntos principais (na minha opinião), para facilitar nossa compreensão:
1) Cunha havia prometido que decidiria, até ontem, sobre todos os pedidos de impeachment. Agora adiou a decisão por tempo indeterminado. Obviamente está usando abertamente isso para chantagear o governo e deputados petistas que compõem o Conselho de Ética.
2) O Conselho de Ética da Câmara decide hoje o processo contra Cunha. Aliás, tenho pena dos deputados petistas membros do conselho. Estão entre a cruz e a espada. De um lado, eles têm de pensar na estabilidade do país, aprovar a meta fiscal e a LDO, e barrar o impeachment; de outro, precisam mostrar compromisso com o decoro parlamentar e com a ética. É um dilema digno de um ensaio de Max Weber sobre a ética da convicção (cassar Cunha) e a ética da responsabilidade (segurar o impeachment). Não é, todavia, uma questão acadêmica, porque envolve a economia brasileira, a estabilidade democrática, e os últimos lampejos de dignidade de um partido já profundamente ferido. O Cafezinho acha que o PT deveria se engajar contra Cunha, por diversas razões. Mesmo que Cunha não seje cassado pelo plenário, esse desgaste ficará por conta da base de Cunha, enfraquecendo-o ainda mais. [/s2If]
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2) O Congresso hoje, em sessão conjunta (Câmara e Senado), decide questões essenciais para a economia brasileira, com profunda repercussão sobre a crise política. Se a nova meta fiscal for aprovada, a crise – que hoje é um híbrido de crise política e crise econômica – começa a terminar.
3) O Conselho Federal da OAB decide, nesta quarta-feira, 2, se apoiará o impeachment da presidenta Dilma ou não. Numa votação preliminar de membros da cúpula da OAB, realizada há alguns dias, ganhou a posição contra o impeachment. Uma decisão pró-impeachment da OAB agora seria, naturalmente, mais um elemento de desgaste para o governo e aprofundaria a crise política.
4) O final do ano promete turbulências. Alás, o ano só deve terminar em meados de março ou abril, quando os números econômicos negativos de 2015 já tiverem sido assimilados pela mídia e pela opinião pública, com os consequentes reflexos sobre a conjuntura política. A economia pode começar a melhorar no segundo semestre, segundo a previsão de diversos economistas.
5) Nesse entretempo, também teremos a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o pedido, feito pelo PSDB, de cassar a candidatura de Dilma Rousseff. Considerando que o judiciário encontra-se sob forte politização, tudo vai depender do clima e da resposta do governo.
6) O principal adversário do governo, neste momento, parece ser a própria presidenta da república, incapaz de produzir discursos criativos, conciliadores, motivadores. O seu mutismo corresponde a um ruído estrondoso, que não deixa o governo ser ouvido. É incrível como a tendência do governo é sempre pela introversão. Qualquer crise, e ele sempre reage através de um silêncio constrangido, e não usa os principais palanques mundiais, como a ONU, a Conferência de Paris, para fazer grandes discursos em prol da democracia, dos direitos humanos, e das ideias que norteiam as forças políticas que lhe dão apoio. Só se manifesta quando os coxinhas vão às ruas. As falas da presidenta são incrivelmente mal escritas, tanto é que não conseguem jamais chegar às redes sociais. Ficam escondidas nos arquivos do Planalto.
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