A Polícia Federal concluiu nesta quinta-feira (26) o primeiro inquérito da Operação Zelotes, que investiga um esquema de fraudes e manipulação do trâmite de processos e no resultado de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
no Vermelho
A operação ganhou destaque na grande imprensa no final de outubro, quando a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na Touchdown Promoção de Eventos Esportivos Ltda e LFT Marketing Esportivo, ambas empresas do filho do ex-presidente Lula, Luís Claudio Lula da Silva.
Apesar da espetacularização da mídia, o filho do ex-presidente não está entre os 19 indiciados, que inclui o empresário do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, e os executivos Eduardo Ramos e Paulo Ferraz, ambos da MMC Automotores do Brasil – fabricante dos veículos Mitsubishi no Brasil.
Mesmo o filho do ex-presidente não estando entre os indiciados, o site da Globo, da família Marinho, tentou arrumar um jeito de manter as ilações. Em matéria publicada nesta quinta (26), sob o título “PF indicia 19 por suspeita de compra de MPs para beneficiar montadoras”, afirma: “Entre os indiciados estão os sócios da consultoria Marcondes & Mautoni, Mauro e Cristina Marcondes, que atuaram no suposto esquema de compra das normas legais e contrataram uma empresa do filho mais novo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por R$ 2,4 milhões. Luís Claudio Lula da Silva não está entre os indiciados”.
A ação do PF contra o filho do ex-presidente Lula foi repelida pela própria Justiça. A desembargadora do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, Neuza Alves, destacou que a fundamentação do MPF para lançar suspeitas e investir contra o filho de Lula foi de “flagrante desproporcionalidade”.
De acordo com a desembargadora, os procuradores de basearam “unicamente em uma ilação” para requerer a “efetivação de uma devassa em empresas que, até então, não eram objeto de investigação alguma, nem mesmo como desdobramento do procedimento que até então avançava em curso firme, sem titubeios nem tentativas de evasão de informações”.
Carf
Também nesta quinta (26), a CPI do Carf no Senado concluiu o relatório e apontou que cerca de R$ 19 bilhões foram desviados dos cofres públicos por ação criminosa de empresas, advogados e integrantes do Conselho. A CPI indiciou 28 pessoas envolvidas nos crimes de corrupção.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou o relatório apontando como principal conclusão a necessidade de uma nova legislação para o sistema de contencioso administrativo e tributário do país.