[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)]
Análise Diária de Conjuntura – 18/11/2015
Foi uma vitória apertada, por apenas seis votos.
A oposição precisava de 257 votos e obteve apenas 251 votos, e não conseguiu derrubar o veto da presidenta Dilma a um reajuste do Judiciário que provocaria um rombo de dezenas de bilhões de reais nas contas públicas.[/s2If]
[s2If !current_user_can(access_s2member_level1)]
Para continuar a ler, você precisa fazer seu login como assinante (na coluna da direita ou abaixo da seção de comentários, se você estiver lendo pelo celular). Confira aqui como assinar o blog O Cafezinho. Se já foi um assinante, temos promoções especiais. Entre em contato com a Flavia, no assinatura@ocafezinho.com. [/s2If]
[s2If current_user_can(access_s2member_level1)]
Entretanto, não estava em jogo, evidentemente, apenas o veto da presidenta. O que estava em jogo era uma medição de forças entre governo e oposição para saber se há condições para se aprovar um impeachment da presidenta.
A oposição precisa de 342 votos para o impeachment, ou dois terços da Casa. A votação de ontem mostrou que ela não tem sequer maioria simples.
Lembremos que a Câmara votou o impeachment de Collor com voto de 411 deputados. Ou seja, para que seja uma operação política consistente, é preciso uma votação com folga, refletindo o consenso na sociedade – o que está longe de haver agora.
No Senado, a situação do governo é mais confortável – todo o foco de instabilidade política está na Câmara.
Em entrevista recente, o deputado Paulinho da Força (PSD-SP) declarou que, sem Eduardo Cunha, não há impeachment. Bem, então não haverá impeachment mesmo, porque Cunha – após cair em desgraça – não tem condições de liderar nenhum processo dessa gravidade.
Na verdade, ao apostar no impeachment a oposição cometeu um erro político estratégico. Ela cavou uma nova derrota, e desta vez uma derrota moral. Perder eleições faz parte do jogo. Articular um golpe e perder, é uma derrota infinitamente mais baixa.
Há outras repercussões para o caso.
A Câmara havia aprovado o reajuste ao Judiciário num ato de irresponsabilidade deliberada, do tipo quanto pior melhor. O objetivo não era melhorar a situação do Judiciário, mas apostar na ingovernabilidade e na instabilidade política.
A ação chocou importantes setores econômicos, que naturalmente não querem perder dinheiro apenas para satisfazer a sanha política da oposição.
A pesquisa Ibope, que mostra Aécio com 15%, contra Lula com 23%, foi um balde de água fria.
Não é preciso, além disso, ser grande especialista, para entender que Lula terá enorme peso eleitoral em 2016 e 2018 porque poderá evocar a lembrança de um tempo de vigoroso crescimento econômico. E não sou eu que digo. Analistas tucanos (leia-se analistas do Globo) já identificaram essa tendência.
Com o golpe paraguaio sob controle, resta aos discípulos da seita confiar numa decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A pressão da mídia será grande, pois a mídia é o centro difusor do golpe.
Agora o governo – e o PT – precisam fazer política em alto nível. Comunicar-se melhor com a sociedade. E iniciar uma batalha no TSE na opinião pública, onde o jogo é jogado. Os ministros do TSE, assim como qualquer juiz no Brasil, não votam em linha com a Constituição ou com a lei ou mesmo com o bom senso. Eles votam de acordo com a pressão social, que por sua vez é fruto da luta política na mídia.
O valor do voto precisa ser ressaltado. Um resultado eleitoral é um todo orgânico, encabeçado pela eleição presidencial, visto que todos os candidatos locais se posicionaram sobre o pleito federal. O sujeito vota num governador pesando a sua relação com o governo federal, para um lado e outro. Assim são feitas as nuances da escolha popular. Eu posso votar num candidato mais conservador local e mais esquerda a nível nacional, justamente para contrabalançar.
Quem pode julgar ou interpretar a vontade do eleitor?
A cassação da chapa de Dilma Rousseff pelo TSE seria um golpe infinitamente mais brutal do que o impeachment via Câmara, porque na Câmara ainda haveria possibilidade de defesa política e a participação do eleitor, via seus representantes.
No TSE, é a violência estamental pura. O motivo alegado, além disso, não poderia ser mais ridículo. Doações de empresas para o PT, de empresas que doaram quantias ainda maiores para o PSDB.
Mas essa página também deve ser virada, em breve, provavelmente com vantagem para o governo, e com isso, os principais focos da crise política terão sido debelados, facilitando os trabalhos para resolver a crise econômica. [/s2If]