Saiu a nova Pnad do IBGE, a mais completa pesquisa do país, e os resultados explicam porque o povo brasileiro vota no PT, e elegeu os quatro últimos presidentes, mesmo com uma das mais poderosas máquinas midiáticas do mundo produzindo uma campanha massacrante contra o partido e contra a esquerda em geral, 24 horas por dia.
A renda dos 10% mais pobres dobrou em uma década (entre 2004 e 2014).
Nos anos anteriores (2001 a 2004), o IBGE registrou queda no rendimento médio.
A grande imprensa já começou a noticiar o resultado da pesquisa, mas enfiando tantos adversativos: mas, porém, todavia, contudo – que alguns leitores não conseguem entender.
Os principais jornalões não destacam nenhum dos fatos positivos, embora sejam números que revelam a maior ascensão social, em tão pouco tempo, de um número tão grande de pessoas, já vista no mundo ocidental.
No Valor, pelo menos deram destaque à melhora da renda dos mais pobres, embora enfiando também um “mas”.
A irritação da classe média também está explicitada na pesquisa. A renda dos mais pobres aumentou numa proporção muito maior do que aumentou a renda dos mais ricos.
De 2004 a 2014, a renda dos 10% da população mais pobre cresceu três vezes mais (91%) do que a dos 10% mais ricos, cujos rendimentos aumentaram 30%.
Nos últimos anos, a renda dos mais pobres, embora tenha perdido ritmo, continuou subindo; os mais ricos, porém, assistiram a ligeiras quedas em sua remuneração média.
Interessante notar ainda o crescimento da população que passou a se identificar como negra ou parda:
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O analfabetismo foi extinto entre os mais jovens, conforme se vê no gráfico que abre o post.