Mercado pressiona PSDB a abandonar golpismo

BRASÍLIA, DF, 17.04.2013: PROMESSÔMETRO/DEM – O presidente e do líder do DEM na Câmara, senador José Agripino Maia (DEM-RN), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), durante apresentação do “promessômetro”, com um levantamento mostrando que o governo de Dilma Rousseff não entregou 74% das promessas previstas para 2011 e 2012. (Foto: Pedro Ladeira /Folhapress)

A matéria da Folha disfarça, mas o que ela quer dizer, no fundo, é que o mercado – ou seja, os agentes econômicos – não vê mais possibilidade de golpe paraguaio ou hondurenho, e quer que o PSDB aceite, de uma vez, a derrota nas urnas, abandone a obsessão golpista e ajude o Brasil a sair da crise.

É um pito público, e esperemos que o PSDB tenha lucidez suficiente para acatar a sugestão.

A reportagem fala ainda que o próprio eleitorado tucano se cansou disso. As últimas pesquisas eleitorais mostram que o PSDB não está sequer faturando politicamente com essa estratégia.

Aécio Neves tem 15% de votos seguros, contra 23% de Lula, segundo o Ibope, e o candidato tucano para a prefeitura de São Paulo, capital do tucanistão, está em último lugar, segundo o Datafolha.

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Na Folha.

Pressionado, PSDB abre ‘janela de negociação’ com o governo federal

Por Daniela Lima, de Brasília

12/11/2015 02h00

Pressionado por setores do mercado financeiro e por parte de seu eleitorado, o PSDB vai “abrir uma janela de negociação” com o governo federal em torno de projetos considerados vitais pelo Planalto para evitar o aprofundamento da crise econômica.

Com o aval do senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional da legenda, líderes do partido iniciaram a guinada nesta semana. A discussão sobre os termos para a aprovação da DRU (Desvinculação de Receitas da União) inaugurou a nova fase, mas os tucanos já debatem outras propostas.

Membros da cúpula do PSDB no Senado esperam que o partido vote em peso pela manutenção dos vetos da presidente Dilma Rousseff à chamada pauta-bomba –cujas medidas, se aprovadas, podem elevar em até R$ 63 bilhões os gastos públicos.

A mudança coincide com o início do diálogo entre aliados do Planalto e os principais nomes da oposição. No Senado, o líder do governo, Delcídio Amaral (PT-MS), tem mantido contato permanente com Aécio e José Serra (PSDB-SP), por exemplo.

Houve ainda uma rápida conversa, em caráter reservado, entre Aécio e o ministro Jaques Wagner (Casa Civil). Os dois se reuniram em um restaurante de Brasília há cerca de 15 dias, segundo aliados.

No PSDB, a versão corrente é de que o encontro ocorreu por acaso e que a fala de Aécio foi “rápida e genérica”.

Procurado pela Folha, o senador justificou a nova postura do partido: “Não vamos fazer o que o PT fez com a gente”, afirmou. “Não acredito que esse governo tenha capacidade de retomar o crescimento da economia, mas não seremos nós a agravar o caos em que o PT mergulhou o Brasil.”
(…)

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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