O desespero de uma oposição fracassada

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A derrota do impeachment tem levado a oposição a medidas tão grotescamente desesperadas que vale pensar se já não se tornou um problema psiquiátrico.

No Painel da Folha, leio a seguinte notícia: “PMDB e oposição articulam novo plano para impeachment de Dilma”

Um novo script – Está em curso uma operação que poderá inviabilizar o mandato de Dilma Rousseff sem precisar recorrer às pedalas do TCU. Segundo o plano articulado pelo PMDB com a ajuda de integrantes da oposição, o Congresso só aprovaria a mudança da meta fiscal de 2015 no ano que vem, levando o governo a fechar dezembro infringindo as leis Orçamentária e de Responsabilidade Fiscal em uma só tacada. A irregularidade sustentaria um pedido de impeachment “sob medida” na largada de 2016.

Nó Caso a nova meta prevendo o deficit primário de 2,05% do PIB não seja aprovada, todos os atos fiscais do Executivo em 2015 se tornariam irregulares.

  • Operação-padrão A cúpula do PSDB discute nos bastidores como proceder oficialmente. Integrantes da oposição na Comissão Mista de Orçamento falam em obstruir as sessões do Congresso para impedir a votação.

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A notícia da Folha é mentirosa. Não é o “PMDB” que patrocinará uma idiotice dessas. É obviamente uma parcela diminuta do PMDB ligada a Eduardo Cunha.

Se quisesse falar a verdade, a Folha teria de dar a notícia assim:

“Setores derrotados do PMDB, submetidos a Eduardo Cunha e constrangidos pela morte política de seu líder, tentam ganhar atenção da mídia através de iniciativa grotesca.

A iniciativa consiste em patrocinar um crime legislativo à luz do dia, expondo-se ao mundo como golpistas sem noção. Não vão conseguir dar golpe nenhum e ainda ficarão com a pecha de idiotas irresponsáveis, dispostos a sacrificar o interesse nacional em nome de uma tentativa de golpe destinada obviamente ao fracasso.”

Na mesma coluna, há a informação do encontro de Dilma com os Picciani, pai e filho. Uma informação que desmente completamente a notícia anterior, de que o PMDB se juntaria à oposição numa estratégia kamikaze e aloprada em prol do impeachment.

Picciani não é flor que se cheire, mas a aliança com ele é que enterrou o impeachment a sete palmos de terra, por uma razão simples: Picciani é o presidente do PMDB no Rio de Janeiro e o herdeiro do espólio político de Eduardo Cunha.

Para ser justo, não podemos esquecer de outra figura importante na derrota do golpezinho paraguaio que mídia e oposição tentaram patrocinar neste segundo semestre: Pezão, governador do Rio de Janeiro.

Dilma Rousseff ganhou com folga no Rio de Janeiro e Pezão sabe que um impeachment seria um desastre para si, porque o governo federal tem sido um dos maiores aliados do Rio nos últimos anos. Em 2016, teremos Olimpíadas na capital, e Pezão tem planos traçados há muito tempo, e não está disposto a sacrificar o seu próprio futuro político em prol de um golpe que, ele sabe, não tem nenhuma chance de dar certo.
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Algumas notícias de destaque hoje no Valor mostram que a “crise” econômica no Brasil está com dias contados.

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Notícias do Senado mostram que a situação do governo melhorou muito por lá. Na CPI do Carf, a oposição não conseguiu convocar o filho de Lula nem nenhum ministro.

Em outra frente, o governo obteve importante vitória: a juíza Celia Regina, uma “revoltada on line” que autorizou, malucamente, a invasão policial do escritório do filho de Lula, foi substituída pelo juiz original.

A vitória da PL de Requião que autoriza o direito de resposta é a prova final que faltava para ilustrar que o Senado está anos-luz de distância do reacionarismo destrambelhado da Câmara Federal.

Aos trancos e barrancos, a democracia brasileira avança.

As manifestações de violência fascista, como o empurrão que um histérico pró-impeachment deu na deputada federal Moema Gramacho, apenas desmoralizam a causa do golpe.

Aliás, este analista tem a impressão que a onda fascista, ao contrário do que se supunha, está refluindo, e rapidamente. Eles próprios, os fascistas, estão se desmoralizando, com essas agressões gratuitas.

A greve de caminhoneiros, projetada para o dia 9 de novembro, servirá para enterrar o próprio movimento golpista, pois atrairá a antipatia dos agentes econômicos e dos próprios caminhoneiros, conforme já se pode ver na página do movimento.

O Brasil não é Chile de Allende. Aliás, é bom lembrar: o que derrubou Allende não foi greve de caminhoneiros e sim um ataque militar aéreo norte-americano ao palácio presidencial.

A economia brasileira tem uma diversificação fantástica e uma greve de caminhoneiros serviria apenas para nos fazer ver a importância de acelerarmos os investimentos em ferrovias.

O negócio é que 2016 se aproxima, e os golpistas sabem que, virado o ano, a química política vai mudar completamente em todo o país. O impeachment vai para o beleléu. Teremos Olimpíadas, eleições locais e a economia, apesar de Levy, vai melhorar necessariamente, a começar pelo fato de que as tarifas controladas pelo governo não vão subir.

Todos os cinco mil prefeitos do país começaram a governar melhor tentando se reelegerem ou elegerem seu sucessor, e esse é um estímulo extraordinário em prol da economia brasileira.

Em ano de eleição, não cola mais ficar botando a culpa no governo federal, e nenhum prefeito se elegerá com proselitismo político pró-golpe. Sem contar que o governo federal terá um trunfo importante nas mãos: ser governo, ou seja, ter o poder de estabelecer parcerias com os prefeitos e forças locais para dar solução aos problemas que afligem as cidades.

A oposição ainda tem a seu lado as conspirações judiciais, mas as peripécias de Eduardo Cunha embaralharam o jogo, deixando a oposição profundamente constrangida por sua aliança com o presidente da Câmara.

A pesquisa eleitoral Datafolha para São Paulo mostra que o antipetismo, na própria capital do tucanistão, é maior na mídia do que na realidade.

Se pormos Russomano de lado, Haddad lidera nos segmentos mais influentes da opinião pública paulistana: entre jovens, entre os que tem ensino superior, entre os que ganham maior renda.

A comparação com o desempenho do PSDB mostra uma vantagem brutal do petista. Ou seja, a mídia, mais uma vez, forçou a barra. Haddad tem boas chances de ganhar novamente. E 2016 talvez não seja tão ruim para o PT como se imaginava.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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