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A Revolução Petroleira

Por Tadeu Porto, para o Cafezinho Se uma bruxa dos clichês juntasse no seu caldeirão as frases: “não existe vácuo no poder”, “a política é a arte do possível” e “a única luta que se perde é aquela que se abandona”, ela nem precisaria de muitos movimentos em sua colher de pau para enxergar, mediante […]

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Por Tadeu Porto, para o Cafezinho

Se uma bruxa dos clichês juntasse no seu caldeirão as frases: “não existe vácuo no poder”, “a política é a arte do possível” e “a única luta que se perde é aquela que se abandona”, ela nem precisaria de muitos movimentos em sua colher de pau para enxergar, mediante a combinação desses itens, uma homogênea oração “greve da Petrobras”.

Claro, sou petroleiro com muito orgulho e não poderia deixar passar em branco aqui no Cafezinho esse movimento histórico.

Para aqueles que não sabem ainda, a classe petroleira hoje realiza uma greve forte com repercussão internacional — e inclusive influência no preço do barril de petróleo — com uma pauta totalmente diferente: a defesa da Petrobrás e do Brasil. Ou seja, as discussões costumárias acerca de benefícios e reajuste estão sendo colocadas de forma secundária, obviamente sem perdê-las de vista, enquanto a prioridade é evitar um “plano de destroços” e garantir empregos e qualidade de vida para a nação brasileira.

Bom, a galera deve ter notado um pouco de ousadia, alguns podem considerar pouca modéstia de minha parte — eu até entendo — em intitular esse movimento como uma revolução. Claro que a história vai dizer sim ou não a tal colocação, mas tenho plena confiança que esse é o momento propício para arriscar uma classificação histórica a esse movimento.

Muito pelo o que o Brasil passa atualmente: um clima de fim-de-feira-política, vamos dizer assim. Alguns apostam no fim da República Nova, outros numa renovação semelhante a operação Mãos Limpas. Vários protagonistas se mostram dispostos a assumir o vácuo transitório de poder que certamente aparecerá: O PDT tenta reencontrar grandeza no Ciro Gomes; o PMDB insiste em se mostrar como alternativa; um partido declaradamente liberal nasceu, o NOVO; enquanto a própria esquerda (veremos né?) ganhou ares de novidade com a REDE.

Entretanto, vale ressaltar que as peças movidas neste jogo político, são as mesmas de sempre. Não é a toa que a “reforma política”, que deveria ser algo como uma mudança de residência, mais parece uma permuta de cabides num armário.

Não deu nem tempo para nossa querida bruxinha pegar em seu armário o item “precisamos de novas lideranças” e a novidade já tomou forma: uma mobilização na qual a classe trabalhadora para de se enxergar apenas como um assalariado e passa a se ver como um ator que pode (e deve) construir um novo Estado.

Imaginem só, os funcionários públicos se unindo para pedirem menores salários e benefícios para os políticos. Ou mesmo os bancários conseguindo diminuir os spreads de seus empregadores, professores lutando por uma mudança na grade curricular e jornalistas contra o monopólio midiático. Não é difícil imaginar esta disputa, afinal, a luta de classes é, talvez, tão antiga quanto o teorema de Tales.

Ademais, sabemos que todas essas classes têm desejos como esses, e que muita vezes tentam os colocar em pauta, mas acabam sendo limitados por diversos fatores, desde a covarde estrutura que dificulta o movimento dos trabalhadores até a própria cultura das bases que preferem lutar por ganhos individuais.

Todavia os petroleiros e petroleiras tem uma pequena “vantagem” nesse sentido: vivem no olho do furacão nacional. A Petrobrás certamente é uma das responsáveis por esse quadro transformação pelo que passamos, assim como foi em outros tempos. Além de sofrer com uma sanha acirrada dos entreguistas, defendida com avinco pelos nacionalistas, também é responsável por uma grande novidade no mercado petrolífero nacional, leia-se pré-sal, e ainda é campo para a maior investigação — para o bem e para o mal — que vimos na história recente do país.

E esses fatores são chave para que os petroleiros se enxerguem como protagonistas do futuro da empresa, e consequentemente do país, uma vez que do fruto de suas atividades laborais saíram recordes de produção e inovações tecnológicas, enquanto parte da gestão da empresa se preocupava em ajudar cartéis, partidos e, claro, os próprios bolsos.

Por isso hoje os funcionários e funcionárias da estatal petroleira estão em greve: para que a Petrobrás aumente seu tamanho e desenvolva obras fundamentais para o país como uma nova matriz energética ou uma industria naval forte gerando mais empregos diretos e indiretos; para que tragédias como a P36 e o FPSO Cidade de São Mateus não voltem a ocorrer; para que os royalties devidamente direcionados possam prover investimentos em educação e saúde e para que novas tecnologias, acrescidas a vasta reserva do pré-sal, façam do país um protagonista mundial no mercado do petróleo.

Eu sei, parece insano pensar que um grupo de trabalhadoras e trabalhadores vá conseguir isso tudo, também cheguei a pensar assim. Mas, no meio dessa viagem toda, a minha amiga bruxinha me disse: “Sonhe e serás livre de espírito… lute e serás livre na vida.’.

Assim, como um bom petroleiro, estou de greve.

Tadeu Porto é Diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF)

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Comentários

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Alberto Gomes

06/11/2015 - 22h39

Não sou PT não mas nessa aí tamo junto. #MaisUmNaRede

Emilio Souza

06/11/2015 - 14h51

a velha midia conservadora sempre quis desmoralizar a Petrobrás pois está a serviço dos interesses imperialistas estrangeiros

Bruno Csuzlinovics Pires

06/11/2015 - 13h30

Privatiza tudo !!!!

Gly Sisterolli

06/11/2015 - 11h29

Muito bom Tadeu. Pode ter certeza que os brasileiros, de alma e coração estão juntos nesse sonho que tornaremos realidade, independente das falcatruas do tio Sam e entregues tas brasileiros. Força! !!

Lucas Frateschi

06/11/2015 - 07h13

https://youtu.be/OOlwVF2Brlw

joão luiz

05/11/2015 - 21h33

nas mãos do aécim, vira pó

Marcos Silva

05/11/2015 - 21h29

É isso aí, Tadeu. Espero que essa mensagem alcance aqueles companheiros que ainda não aderiram ao movimento. Aqui na REDUC, estamos na atividade, apoiando o nosso guerreiro companheiro da FUP Simão Zanardi e todos os sindicalistas(inclusive os da FNP), que estão ralando muito. De qualquer maneira, já me sinto vitorioso por participar desse grande momento de luta pela nossa Petrobras e por um Brasil cada vez melhor para todos os brasileiros

renato

05/11/2015 - 19h14

Estou torcendo por voces…direto e reto..

Maria Regina Novaes

05/11/2015 - 21h07

Minha Empresa…sai cerra!

Mauricio Antonio Pereira da Silva

05/11/2015 - 21h04

Defender dos roubos petistas ? A cut apoia esses incompetentes. Cut vendida, traidora dos trabalhadores honestos do Brasil.

    Avelino

    06/11/2015 - 09h23

    Oi Mauricio
    Mande seu comentário para a tchurma do Obama, eles já sabem que você é um militante deles?!

Luiz Carlos

05/11/2015 - 21h01

No dia que a Petrobras cair, o Brasil inteiro cairá junto. Mas a grande mídia quer isso. Primeiro denegrir a imagem, para depois acusar de baixa produtividade e privatizar a preço de banana para empresas estrangeiras. Foi assim com a Vale, foi assim com as telecomunicações (que hj, convenhamos, estão um lixo o custo benefício), nossas universidades, nossos hospitais. Tudo.

Gf Andrezão

05/11/2015 - 21h00

Dilmais..lula-lá.. 2018….3-2-1….

Eder Rodrigues

05/11/2015 - 20h54

    Mauricio Gomes

    05/11/2015 - 19h47

    Bons eram os tempos do FHC né? Aquele que entregou (pois aquilo não foi uma venda) a preço de banana METADE da Petrobrás para o mercado financeiro e os rentistas se esbaldarem. Mas pra você isso não dever vir ao caso…..

    Vicente

    05/11/2015 - 19h54

    Teve um esperto que publicou ali em cima uma mensagem daquele movimento patrocinado pelos EUA dizendo que a Dilma quebrou a Petrobras. Quebrou onde, quando? Tem gente que lê a Veja, assiste a Globo e pensa que sabe de alguma coisa.
    Sabe de nada, inocente!
    A Petrobras está melhor do que nunca: tem dinheiro (bilhões) em caixa, tem reservas de trilhões (pré-sal), tem mercado e tem competência técnica para produzir. Só um ignorante para achar que ela está quebrada.

      Elizabeth de Andrade

      05/11/2015 - 20h12

      #ACriseÉLindaApesarDaMídia!

    Avelino

    06/11/2015 - 09h25

    Oi Eder
    Enquanto os traíras rosnam:
    http://tijolaco.com.br/blog/mais-um-navio-plataforma-chega-para-o-pre-sal/

Ermindo Castro

05/11/2015 - 20h46

CUIDADO COM O SERRA !! E A CHEVRON !!


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