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Análise Diária de Conjuntura – 26/10/2015
A semana começou com uma notícia relativamente boa para Lula. Segundo o Ibope, ele ainda é o favorito nas eleições presidenciais de 2018.
A sua rejeição, no entanto, atingiu níveis alarmantes: 55% dos entrevistados afirmaram que não votariam em Lula de maneira alguma.
Mas outros possíveis candidatos tem rejeição similar: Marina Silva tem rejeição de 50%; Serra, de 54%; Aécio, 47%.
A vida não está fácil para ninguém. Todos os candidatos perderam votos e ampliaram sua rejeição.
Entretanto, outra notícia publicada hoje, sobre busca e apreensão no escritório do filho de Lula, mostra que o caso de Lula é diferente de todos, porque ele é o alvo da campanha diuturna da mais poderosa, unificada e criminosa máquina midiática do mundo ocidental.[/s2If]
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Aliás, não só da mídia.
O ódio contra Lula em alguns setores sociais é algo irracional, e francamente dá um pouco de medo pensar em 2018. Se as últimas campanhas presidenciais já foram contaminadas com tanto ódio, baixaria e truculência, não quero pensar em como será 2018.
Pensemos: e se outro candidato fosse alvo da mesma campanha midiática? Sobreviveria? Dificilmente.
Os dados do Ibope, no entanto, não são tão bons para o ex-presidente como comemora a militância nas redes. A sua rejeição explodiu de 33% em maio de 2014 para 55% agora.
Embora se mantenha líder em intenção de voto, com 23%, seu índice também caiu bastante, pois tinha 33% em maio do ano passado.
Naturalmente, esses índices não querem dizer muita coisa a tanto tempo das eleições. Muitas águas rolarão até lá, para o bem ou para o mal de Lula.
Com o impeachment aparece cada vez mais distante, o principal perigo para o governo voltam a ser as conspirações midiático-judiciais, ou seja, o aparelhamento político de investigações.
A busca e apreensão na empresa de Lulinha é a prova desse perigo. A operação Zelotes nunca recebeu grande atenção da imprensa. Até hoje.
Nenhuma investigação criminal no país recebe qualquer atenção da mídia se não construir antes uma narrativa em que o PT ou Lula apareçam em lugar de destaque.
No final de semana, por exemplo, a Folha publicou, com destaque, que um empresário teria dado um jogo de armário embutidos à nora de Lula. A imprensa parece ter perdido os escrúpulos de parecer ridícula.
No Sensacionalista, há uma brincadeira que reflete bem essa realidade: segundo o site de humor, os filhos de Lula estariam se filiando, com máxima urgência, ao PSDB, para interromper qualquer investigação sobre si.
Essa perseguição, contudo, serve para unir ainda mais a militância em torno do ex-presidente, e para alertar o ministro da justiça sobre a politização da Polícia Federal, que não deve proteger mas também não perseguir ninguém.
No front econômico, as notícias continuam ruins. O mercado continua, semana a semana, piorando suas próprias previsões. Mas é uma situação ambígua e enganadora. Ao piorar suas previsões, o mercado pressiona o Banco Central a manter a política de juros altos, ou seja, dando ainda mais dinheiro ao… mercado.
É um jogo sujo de mentiras.
A imprensa não informa a população sobre a evolução do dinheiro gasto com juros, e, portanto, não há protestos, não há debate público sobre o que representa, hoje, o maior gasto com dinheiro dos impostos.
De qualquer forma, mesmo esses operadores do pessimismo concordam, unânimes, que o ano de 2016 será melhor do que o de 2015.
A mídia só dá destaque às coisas ruins, omitindo este fato.
Nenhum jornal deu destaque à estimativa do mercado de que a balança comercial do Brasil deverá quase dobrar no ano que vem, passando de US$ 14 bilhões em 2015 para US$ 26,3 bilhões em 2016. Este número vem sendo reavaliado, semana a semana, para cima. Na semana passada, o mesmo mercado havia estimado um superávit de US$ 25 bilhões para a balança comercial de 2016; e na semana anterior, em US$ 23 bilhões.
Com base no Boletim Focus (que reúne as estimativas do mercado) divulgado hoje, fiz uma listinha abaixo dos números para 2015 e 2016.
A má notícia é o aumento da dívida líquida do setor público, passando de 36% para 39%, voltando aos níveis de 2010; ainda sim, bem longe do nível registrado na maioria dos países desenvolvidos e mesmo do nível registrado no Brasil ao final dos anos neoliberais, quando chegou a bater em mais de 60% do PIB. Além do mais, a dívida pública brasileira hoje é bem mais saudável e estável do que antigamente: tem poucos ativos em dólar e muitos papeis de longo prazo.
Variável: 2015 —> 2016
Inflação (IPCA): 9,85% —> 6,22%
Taxa Selic (fim do período): 14,25% —> 13,00%
Dívida líquida setor público (% do PIB): 35,85% —> 39,20%
PIB (% do crescimento): -3,02% —> -1,43%
Conta Corrente (US$ bilhões): -65 bilhões —> 47,75 bilhões
Produção Industrial (% crescimento): -7% —> 1,5%
Balança comercial (US$ bilhões): 14 bilhões —> 26,3 bilhões
Investimento estrangeiro direto (US$ bilhões) —> 60 bilhões
Preços administrados: 16,11% —> 6,5%
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